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- Signo, desenho e desígnio: para uma semiótica do designPublication . Moura, Catarina Isabel Grácio de; Fidalgo, António CarretoO objectivo basilar deste trabalho é analisar e problematizar a premissa de que estaríamos a entrar na era do Design total, procurando perceber e explicitar o sentido global desta afirmação e, consequentemente, os seus contornos enquanto possibilidade e as suas implicações na experiência do mundo e na relação com esse mundo – pressupondo, aqui, um impacto simultaneamente estético, ético e político. Para alcançar estas respostas, propõe-se trabalhar o Design a partir da Semiótica. As ligações existentes entre Semiótica, Design e o mundo que, de diferentes modos, ambos assumem como objecto e material de trabalho, exigem-nos que tomemos estas duas disciplinas no seu sentido mais lato e abrangente. Sendo assim, o Design será entendido como vontade criadora para o mundo e a Semiótica como apropriação cognitiva do sentido desse mesmo mundo. Abordar o Design enquanto lugar de encontro entre o humano e o real e, simultaneamente, como triunfo do espírito sobre a matéria torna consequente tomá-lo como disciplina semiótica por excelência, pois há no Design uma invulgar e inegável eficácia simbólica, potenciada pela evolução tecnológica e consequentes alterações processuais. A consideração do problema que o Design nos coloca na actualidade implica assimilar que a sua natureza projectual almeja actuar não só sobre o objecto, mas antes de tudo sobre o próprio mundo. Consequentemente, compreendê-lo exige que entendamos de que modo a técnica o assume como instrumento e forma na contemporaneidade, ou seja, de que modo o aparentemente imparável progresso tecnológico, aliado ao carácter abrangente e tendencialmente totalitário do Design, vai consolidando a hipótese de estarmos a caminhar para um mundo integralmente concebido, desenhado, determinado pelo ser humano, do mais ínfimo detalhe ao mais amplo ambiente.
- Designa 2012 : In/Sustentabilidade - Un/SustainabilityPublication . Paiva, Francisco; Moura, CatarinaA palavra sustentabilidade traz-nos ecos, provenientes dos mais diversos quadrantes, de um discurso contemporâneo centrado na desejável evolução de uma consciência simultaneamente política, económica, ambiental, social e, claro, cultural a propósito do impacto da presença e da acção transformadoras do ser humano no mundo. Consequentemente, o conceito surge associado à progressiva insistência nas práticas que definem o – e se definem pelo – design. Pensar o design a partir da sustentabilidade, mote para segunda edição da DESIGNA, passa por ponderar o papel e responsabilidade do design no seio de um sistema complexo, ditado pelas tensões de uma economia de mercado assente em mecanismos de produção e comunicação tendencialmente hegemónicos, que as últimas décadas formataram à escala mundial. A complexidade deste sistema reflecte o itinerário da evolução de uma sociedade industrial e tecnológica para um mundo supostamente dominado pela informação, que espelha não só o percurso do próprio design, mas também o protagonismo que este foi assumindo na definição de lógicas de produção e de consumo assentes numa filosofia de projecto cuja ambição facilmente abandona o universo restrito do objecto (nas suas mais distintas configurações) para se aventurar na criação do ambiente total que o enquadra. Se é um facto que a expansão dos mercados exige à indústria e consequentemente ao design que, a par da satisfação das necessidades dos consumidores, diversifiquem a forma e explorem o supérfluo de modo a criar mais-valias económicas que acabarão por gerar uma cultura da insatisfação e de desperdício, ainda assim as últimas décadas têm promovido um discurso crescentemente marcado por estratégias de racionalização e de gestão de recursos. O designer vê-se, então, confrontado com um novo desafio, pautado pela optimização e pelo compromisso, no âmbito do qual é levado a pensar-se como uma espécie de programador social, procurando articular lógicas e práticas ecológicas capazes de redefinir a produção a partir de uma nova carta de princípios – tais como a reciclagem, a não poluição, a durabilidade, a eficiência, o máximo aproveitamento e o mínimo impacto – e, nesse sentido, (r)estabelecer o equilíbrio entre as necessidades do mercado, as possibilidades de produção, a satisfação do consumidor e o ambiente. Não é, portanto, difícil apreender o desassossego e a inquietação que acompanham o acto de pensar o papel do design nesta sociedade imbuída de uma eufórica, equívoca e ainda ingénua crença no carácter imparável do progresso tecnológico, que tantas vezes se esgota no simples entretenimento. A DESIGNA 2012 gostaria, pois, de contribuir para criticar esse papel, apontando a agulha do debate cultural para a teleologia do projecto e instando uma vez mais a comunidade científica a uma reflexão conjunta e profícua a propósito da possibilidade (ou impossibilidade) de um design “mais simpático, humano, doméstico, habitável, tolerante e agradável” que reflicta uma espécie de inteligência colectiva, como estabeleceu o Manifesto de Medelín (+), em 2002. Na esteira de um vasto conjunto de iniciativas promovidas no sentido de alertar os designers para a sua responsabilidade neste mundo em construção, a segunda edição da DESIGNA procura contribuir para esse debate nos campos onde a inovação assume maior pertinência. Será esse o principal objectivo desta conferência, de âmbito internacional: fazer uso do palco académico para indagar e expor o que pensa a comunidade do design (feita tanto daqueles que o praticam profissionalmente como dos que sobre ele se interessam e reflectem crítica e cientificamente) sobre as questões suscitadas pela globalização mercantil e pelas estratégias económicas baseadas no crescimento contínuo sem equacionar as implicações desses processos na qualidade de vida das pessoas e no equilíbrio ambiental. Perante os excelentes resultados obtidos na primeira edição, é com expectativa que a Organização da DESIGNA aguarda o brilho do contributo de todos aqueles que queiram reflectir sobre a dicotómica in/sustentabilidade. Marcamos encontro para os dias 22 e 23 de Novembro na Universidade da Beira Interior.
- Protecting the memory of objects from nostalgiaPublication . Borges, Afonso; Moura, CatarinaIn Das gewöhnliches, Bazon Brock features vulgar objects, inexpensive things used in our everyday lives. Such as Pompey’s artifacts were pivotal to understand life after a historical loss, so do normal objects, our tangible legacy, and our connection with them may very well be what defines our humanity. They not only represent but are also as much cause as they are the consequence of the way we live, contributing to the definition of that lifestyle and thus becoming essential in enhancing social values. Every object has a meaning beyond its materiality, and the shape envisioned by its project promotes a reflection about the way we subsist, depends on our habits, suggests how we can live both individually and collectively, and encompasses a political vision or a rejection of the social organization. Design’s participation in social construction becomes particularly acute in a time that so easily displays the erosion of ethical values, escalatingthedevaluation of truth,theinstitutionalizationof hate speech, and the increasing assemblage of walls. Although history may not repeat itself exactly in the same manner, the warnings should not be ignored, and Design must not withdraw from action. The role of Design in this crossroad becomes particularly emphasized in association with concepts such as memory. If Design’s tolerance is not questioned when considering the respect for culture, the defense of collective knowledge by designers, the familiarity with products with which we have lived throughout generations, it may also become permeable because of that retrospective. Memory seems to entail an inevitable sense of place. When our projects envision evolution but remain a reference to what we know, reminding us of our ancestors’ homes through recognition and emotional value, those objects will inevitably distinguish themselves from others. It is necessary to protect that memory, but the homage to what is local and national is precisely what may become the source of the rhetorical foundation which helps to sustain nationalist discourses. Therefore, the distinction between the notion of memory within Design and ideas such as nostalgia and selective memory becomes imperative, since those are the concepts which may truly feed intolerance. Nevertheless, it is also crucial to demonstrate Design’s intercultural nature, its openness, as well as its contribution to the obliteration of borders and to the absence of possible conflicts between an international perspective and the (conscious or unconscious) resource to the past and to our shared inherited knowledge.
- Designa 2013: interface procedingsPublication . Paiva, Francisco; Moura, CatarinaINTERFACE (s.f.) pressupõe, desde logo, um processo de interacção. É um conceito de conexão vulgarmente empregue na informática, electrónica, artes e comunicação, progressivamente em sentido mais virtual que material. Fenómeno óptico e háptico, eminentemente sinestésico, a interface expande a experiência e aumenta o sentido do real. Impõe-se culturalmente pelas múltiplas ligações e mediações tecnológicas e meta-tecnológicas que opera, conjugando opostos: o transparente e o opaco, o superficial e o profundo, o linear e o complexo. As interfaces mais comuns baseiam-se em elementos visuais que executam comandos num dado sistema, software, rede ou dispositivo. Dependem do utilizador e transferem informação entre diversos domínios numa dada plataforma, fixa ou móvel. O design de interfaces trata precisamente do desenvolvimento de métodos, sistemas e objectos vocacionados para a conexão e a comunicação de seres humanos entre si, com e através das máquinas, em regra recorrendo a dispositivos visuais (GUI - Graphic User Interface) que articulam as componentes estéticas, funcionais e tecnológicas. A investigação neste domínio tem progredido muito, encontrando-se referências a interfaces em sentido figurado, literal ou analógico.Sendo o design de interfaces uma actividade enquadrada por diversas normativas e convenções, convoca igualmente o conhecimento das condições culturais e a formação dos utilizadores potenciais. Qualquer interface possui a sua dinâmica própria, no modo como estabelece e opera a transição ou a comutação entre necessidades e meios, podendo ser avaliado pela sua eficácia e eficiência, tanto na perspectiva de quem as comanda como de quem as utiliza. Os parâmetros relevantes para essa avaliação passam necessariamente pela claridade e consistência da informação e das instruções. A preocupação com os aspectos funcionais e estéticos dos diversos dispositivos (devices) evoluiu para preocupações mais intangíveis que embora progressivamente conotadas com os ecrãs, são extensíveis aos âmbitos do design de comunicação e de produto e às diversas especialidades que neles colaboram ou intervêm com as suas competências específicas. A ideia de interface, enquanto potencial de mediação é, pois, próxima da de infraestrutura, de rede (network) e sobretudo da capacidade de relacionar, transferir ou condicionar informação ou energia, de interagir com outros sistemas ou objectos. Na era da cibernética e da electrónica, em que se ensaiam novos modelos de “presença”, as interfaces catalisam as relações entre mundos que alteram o real e nos transformam enquanto pessoas. A generalidade das actividades humanas são hoje quase interdependentes e impensáveis sem tais dispositivos hipertextuais ou hipervisuais, simultaneamente acumuladores, distribuidores e geradores de sentido e de capacidades individuais e colectivas. Interface é, pois, um conceito polissémico capaz de reposicionar a fronteira entre a natureza e o artifício, de fazer colapsar o paradigma mecânico por uma espaciotemporalidade difusa. Ao adoptar a ideia de interface como tema da sua terceira edição, a DESIGNA 2013 convoca uma plêiade de contributos provenientes das artes, do design, da arquitectura e das artes plásticas, dando-lhes a possibilidade de se intersectarem com outros domínios profissionais, científicos e tecnológicos. Mantendo a sua lógica matricial, a DESIGNA propõe-se debater esta temática a partir de seis painéis: Comunicação, Multimédia, Produto, Moda, Teoria e Ensino, convidando ao envio de propostas originais, a integrar no programa final sob forma de comunicação ou projecto.