Publication
As mulheres da Eneida: desafios inglórios à hegemonia do homem
dc.contributor.author | Manso, José | |
dc.date.accessioned | 2018-01-03T10:57:59Z | |
dc.date.available | 2018-01-03T10:57:59Z | |
dc.date.issued | 2012 | |
dc.description.abstract | Obra-prima da literatura latina e paradigma da literatura ocidental, a epopeia de Virgílio mostra-nos um mundo onde o domínio do homem é quase absoluto – só os deuses conseguem, e nem sempre, contrariar a vontade e a determinação dos heróis. Com efeito, a abertura do poema, Arma uirumque cano, deixa claro que o enfoque é dado ao poder do homem (uirum) numa das áreas em que assume natural prevalência sobre o sexo feminino, a guerra (arma). Não obstante, ao longo do enredo, algumas mulheres contrariam e desafiam essa hegemonia masculina, sendo apresentadas pelo Mantuano como mulheres de um poder e determinação tais que colocam em causa decisões tomadas pelos homens. Entre elas conta-se naturalmente Dido, que, a par do fracasso no amor, representa a derrota e a extinção do povo cartaginês pelo poder romano, simbolizado por Eneias. Ora, o desafio de Dido à hegemonia do herói masculino tem como desfecho o seu trágico suicídio. Caso paralelo é o de Amata, que contraria a decisão de Latino, destinando a filha Lavínia a Turno e negando-a a Eneias. Aponta-se para alguma igualdade entre marido e mulher, se não em poder pelo menos em ousadia, mas também aqui a vontade feminina não prevalece e o destino de Amata é o mesmo do da rainha de Cartago. O suicídio em ambos os casos simboliza per se a impotência da mulher face ao homem, mesmo quando ela possui os meios e a determinação para afrontar o elemento masculino, seja em questões políticas, familiares ou bélicas. E relativamente às últimas é inevitável focar o caso de Camila, a mulher guerreira que sobressai no campo de batalha. Mas é a morte e não a glória que espera a heroína, pois nas armas sempre o homem exerceu e continuaria a exercer o seu domínio. | pt_PT |
dc.description.version | info:eu-repo/semantics/publishedVersion | pt_PT |
dc.identifier.citation | Manso, José Henrique, "As mulheres da Eneida: desafios inglórios à hegemonia do homem", in Maria José Lopes et alii (org.), Narrativas do poder feminino, Braga, ALETHEIA – Associação Científica e Cultural, 2012: 259-269. | pt_PT |
dc.identifier.uri | http://hdl.handle.net/10400.6/4540 | |
dc.language.iso | por | pt_PT |
dc.peerreviewed | yes | pt_PT |
dc.publisher | ALETHEIA – Associação Científica e Cultural | pt_PT |
dc.subject | Eneida | pt_PT |
dc.subject | Poder | pt_PT |
dc.subject | Mulheres | pt_PT |
dc.subject | Amata | pt_PT |
dc.subject | Camila | pt_PT |
dc.subject | Dido | pt_PT |
dc.title | As mulheres da Eneida: desafios inglórios à hegemonia do homem | pt_PT |
dc.type | journal article | |
dspace.entity.type | Publication | |
oaire.citation.conferencePlace | Braga | pt_PT |
oaire.citation.endPage | 269 | pt_PT |
oaire.citation.issue | 1 | pt_PT |
oaire.citation.startPage | 259 | pt_PT |
oaire.citation.title | Narrativas do Poder Feminino | pt_PT |
person.familyName | Rodrigues Manso | |
person.givenName | José Henrique | |
person.identifier.ciencia-id | D115-2EC2-659E | |
person.identifier.orcid | 0000-0002-0266-3938 | |
rcaap.rights | openAccess | pt_PT |
rcaap.type | article | pt_PT |
relation.isAuthorOfPublication | 4f72d683-4c1c-4aa5-a1ea-d9341fb9709b | |
relation.isAuthorOfPublication.latestForDiscovery | 4f72d683-4c1c-4aa5-a1ea-d9341fb9709b |