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A constituição histórica do português de Angola

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Abstract(s)

O português em Angola apresenta marcas próprias, diferentes do português europeu. Essas características, segundo a gramática tradicional podem ser consideradas erros, uma vez que não correspondem ao padrão estabelecido. No entanto, essa norma europeia é incompatível com a realidade sociolinguística dos falantes porque a maioria dos angolanos é bilingue (tem o português como língua segunda). A estrutura morfossintática do português de Angola está longe do padrão europeu e é influenciada pelas línguas bantu. Muitas vezes, estes falantes fazem o uso do sistema lógico gramatical bantu para articular as frases em português, e essa particularidade do português de Angola em relação ao padrão europeu, não só ocorre em falantes bilingues ou menos escolarizados, algumas formas de desvios retratadas no capítulo V ocorrem também em falantes cultos e com escolaridade superior, inclusive os falantes angolanos que têm o português como língua materna. O cokwe interfere no português angolano; é a segunda língua mais falada depois do português em toda a região leste de Angola, realça-se que a mesma está espalhada em quase todos os cantos do território angolano. Dado que é uma língua bantu, o seu sistema lógico gramatical é semelhante às demais línguas bantu e bastante diferente das línguas românicas. Apesar de o português de Angola apresentar as suas particularidades, a comunicação com a variante do português europeu ou brasileiro é totalmente possível. A variedade específica do português carece de padronização tendo em conta as necessidades comunicativas dos falantes e do ensino em geral. Devia levar-se a cabo para acabar com a marginalização dos falantes e clarificar que não é uma variante inferior nem superior em relação as outras normas, mas uma outra variedade comunicativa (também portuguesa) que salvaguarda a cultura de um determinado povo.
El portugués en Angola presenta sus propias marcas, diferentes de las del portugués europeo. Esas marcas, según la Gramática Tradicional, podrían considerarse errores, ya que no responden al estándar establecido. Sin embargo, esa norma europea es incompatible con la realidad lingüística sociocultural de los hablantes porque la mayor parte de los angoleños es bilingüe (tiene el portugués como segunda lengua). La estructura morfosintáctica del portugués de Angola se aleja del estándar europeo y está influida por las lenguas bantúes. Frecuentemente, los hablantes utilizan el sistema lógico gramatical bantú para articular las oraciones en portugués, y esa particularidad del portugués de Angola en relación al estándar europeo, no solo ocurre en hablantes bilingües o menos escolarizados, algunas formas de desvíos retratadas en el capítulo V ocurren también en hablantes cultos o con escolarización superior, incluso en hablantes angoleños que tienen la lengua portuguesa como lengua materna. El chokwe interfiere en el portugués de Angola; es la segunda lengua más hablada tras el portugués en todo el territorio este de Angola, aunque es conocida en diversos puntos a lo largo de todo el país. Dado que es una lengua bantú, su sistema gramatical lógico es semejante al de las demás lenguas bantúes y muy diferente al de las lenguas románicas. Pese a que el portugués de Angola presenta sus particularidades, la comunicación con la variante europea o la brasileña es totalmente posible. La variedad específica del portugués de Angola carece de estandarización atendiendo a las necesidades comunicativas de los hablantes y de la enseñanza en general. Debería llevarse a cabo para acabar con la marginalización de los hablantes y aclarar que no es una variante inferior ni superior en relación a las otras normas sino otra variedad comunicativa (también portuguesa) que salvaguarda la cultura de un determinado pueblo.

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Cokwe Estruturalismo Interferência Linguística Línguas Bantu Morfossintaxe Português Em Angola Português Europeu

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