Name: | Description: | Size: | Format: | |
---|---|---|---|---|
3.99 MB | Adobe PDF |
Abstract(s)
O tecido ósseo é um tecido bastante complexo, responsável por diversas funções no nosso
organismo, destacando-se como principal, a função de sustentação. Este tecido tem a capacidade
de regenerar por si próprio, contudo, quando os defeitos ósseos são extensos, devido à ocorrência
de fraturas, perdas ósseas e a doenças associadas ao tecido ósseo (Artrite Reumatoide, Doença de
Paget, Osteoartrose, Osteoma, Osteoporose, etc), é necessário efetuar tratamentos clínicos. Estas
patologias do tecido ósseo afetam milhões de pessoas em todo o mundo, causando uma diminuição
da mobilidade do paciente e consequentemente da sua qualidade de vida. Por outro lado, o
tratamento destas doenças tem custos associados muito elevados.
Com o objetivo de tratar as lesões deste tecido tem sido usado um elevado número de
implantes (auto, alo e xeno enxertos) e outros tratamentos (preenchimento de defeitos com
hidrogéis, scaffolds, micropartículas, administração de fármacos, bem como, implantação de
próteses) de forma a restabelecer as funções anteriormente desempenhadas por este tecido. A
fixação de próteses não é um processo fácil, uma vez que pode ocorrer a rejeição ou
incompatibilidade por parte dos tecidos circundantes. Nestas circunstâncias o paciente tem que
ser submetido a nova cirurgia, para proceder à substituição das próteses. Este processo tem como
consequência um aumento das dores para o paciente e dos custos associados ao tratamento.
A área da Engenharia de Tecido Ósseo tem procurado desenvolver metodologias que
permitam a criação do substituto ósseo “ideal”, para posteriormente ser utilizado na prática
clínica. O desenvolvimento de novos biomateriais tem possibilitado a produção de novos implantes
para serem usados na regeneração óssea. Contudo, o ambiente natural do tecido ósseo é
extremamente complexo de recriar e nenhum dos materiais até agora desenvolvidos reproduzem
completamente a estrutura nativa do osso.
O presente trabalho de investigação teve como objetivo desenvolver biomateriais que
futuramente possam ser usados na regeneração óssea. Neste estudo foram selecionados diferentes
materiais (hidroxiapatite, fosfatos de cálcio, quitosano, pectina, alginato e alumina) tendo por
base a informação disponível na literatura existente. Os materiais escolhidos foram primeiramente
caracterizados ao nível das suas propriedades químicas e mecânicas. Seguidamente, foram
efetuados testes in vitro, para avaliar a sua biocompatibilidade e efetuados testes in vivo para
avaliar o seu potencial de osteocondução e osteoindução. Os resultados obtidos permitiram
concluir que a alumina não desencadeou um processo inflamatório agudo; o cimento ósseo
desenvolvido apresenta vantagens de ser um injetável e possui propriedades adequadas para a sua
aplicação em preenchimentos ósseos; a combinação de polissacarídeos naturais permitiu a criação
de estruturas porosas, biodegradáveis, biocompatíveis, com uma estrutura semelhante à matriz
extracelular e com propriedades mecânicas adequadas à sua utilização na regeneração óssea. Deste modo, existiu uma preocupação constante na seleção dos materiais que iriam ser
utilizados, assim como nas técnicas de processamento. Estas são um instrumento fundamental para
a engenharia de tecidos, uma vez que a estrutura física do biomaterial deve reproduzir a da matriz
extracelular óssea, conferindo além de um suporte com resistência mecânica, uma elevada
porosidade que permita a circulação de fluídos. Deste modo, neste trabalho os andaimes
produzidos por impressão 3D reproduzem a estrutura nativa do osso e desta forma poderão ser
usados num futuro próximo na regeneração óssea.
Description
Keywords
Medicina regenerativa Tecido ósseo - Engenharia Biomateriais - Biocompatibilidade Biomateriais - Osteocondução Regeneração óssea - Andaimes - Impressão 3D