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O Impacto da Esquizofrenia na Função Sexual

datacite.subject.fosCiências Médicas::Ciências da Saúde::Medicinapor
dc.contributor.advisorNunes, Juliana da Silva
dc.contributor.advisorPires, Miguel Oliveira Camposana
dc.contributor.authorNunes, Pedro Emanuel Canada Varandas
dc.date.accessioned2024-11-25T15:14:58Z
dc.date.available2024-11-25T15:14:58Z
dc.date.issued2024-05-21
dc.date.submitted2024-02-19
dc.description.abstractIntrodução: Nos doentes com esquizofrenia, a disfunção sexual foi reportada como sendo o motivo mais frequente para o abandono da terapêutica antipsicótica, além de, nitidamente, exercer um grande impacto negativo na qualidade de vida destes doentes. Assim, torna-se fulcral a exploração aprofundada desta questão, à luz da problemática dos antipsicóticos, bem como de outros fatores como aspetos sociodemográficos e clínicos Objetivos: O objetivo foi clarificar a associação entre as disfunções sexuais e a esquizofrenia, explorando diversos fatores que contribuem para o seu aparecimento, reforçando que os antipsicóticos não são os únicos agentes que contribuem para o surgimento de disfunções sexuais. Metodologia: Para a elaboração desta monografia, procedeu-se a uma revisão de artigos indexados nas bases de dados Pubmed, Google Scholar e UpToDate, entre 2017 e 2023, utilizando os termos: “schizophrenia”, “antipsychotics”, “sexual dysfunction” e “sexual function”. A pesquisa foi realizada sem restrição temporal, mas dando preferência à evidência científica mais recente. Após leitura do abstract de cada um dos artigos recolhidos, foram escolhidos aqueles que mais se adequavam ao objetivo do trabalho. Foi também utilizada bibliografia relevante nas áreas de Psiquiatria, saúde sexual e fisiologia humana relacionada com a função sexual. Resultados: Os antipsicóticos influenciam negativamente a função sexual, particularmente pela hiperprolactinemia e pelo bloqueio na via dopaminérgica ligada à recompensa e ao desejo, mas também pelos seus efeitos metabólicos, bloqueio dos sistemas colinérgicos e alfa-adrenérgicos e efeitos extrapiramidais. Os antipsicóticos típicos demonstram uma maior relação com a disfunção sexual, sendo que dentro dos antipsicóticos atípicos (os mais utilizados), a Risperidona é comumente associada a uma maior incidência de efeitos sexuais indesejados. Porém, outros antipsicóticos atípicos, como o Aripripazol, que é um agonista parcial dos recetores de dopamina D2, é muitas vezes utilizado como um antipsicótico eficaz para o tratamento de disfunção sexual induzida por antipsicóticos. Algumas características relacionadas com a própria fisiopatologia da esquizofrenia, aumento das comorbilidades verificadas nestes doentes, problemas de adição de substâncias, estigma internalizado e o existente na comunidade, bem como a parca recuperação funcional de muitos doentes, desempenham igualmente um papel de relevo. Adicionalmente, existe uma correlação entre a disfunção sexual e a severidade dos sintomas positivos e negativos. Os aspetos sociodemográficos são igualmente relevantes, visto que as doentes esquizofrénicas do sexo feminino tendem a ser mais afetadas por disfunção sexual, tal como pessoas mais velhas e com maior duração da doença também parecem ser mais afetadas. Complementarmente, doentes casados reportam melhor função sexual, sendo que o enquadramento cultural e religioso de cada doente assume um papel crucial na sua expressão sexual. Conclusão: A etiopatogénese da disfunção sexual é multifatorial e dependente de um conjunto de fatores, diretos e indiretos, que interagem entre si. É de extrema importância monitorizar efeitos adversos dos antipsicóticos, com controlo metabólico, avaliações dos níveis de prolactina, explorar efeitos extrapiramidais, entre outros. É imperativo explorar queixas relacionadas com a disfunção sexual, uma vez que muitos doentes podem se sentir desconfortáveis a abordar esta temática, mantendo-a subdiagnosticada e subtratada.por
dc.description.abstractIntroduction: In patients with schizophrenia, sexual dysfunction has been reported as the most common reason for discontinuation of antipsychotic therapy, distinctly exerting a significant negative impact on the quality of life of these patients. Therefore, it is crucial to delve into this issue considering the challenges posed by antipsychotics, as well as other factors such as sociodemographic and clinical aspects. Objectives: The objective was to clarify the association between sexual dysfunctions and schizophrenia, exploring various factors contributing to their occurrence and emphasizing that antipsychotics are not the sole agents contributing to the onset of sexual dysfunctions. Methodology: For the preparation of this monograph, a review of articles indexed in the Pubmed, Google Scholar, and UpToDate databases was conducted from 2017 to 2023, using the terms "schizophrenia," "antipsychotics," "sexual dysfunction," and "sexual function." The search was conducted without temporal restrictions, but with a preference for the most recent scientific evidence. After reading the abstract of each collected article, those that best suited the work's objective were chosen. Relevant literature in the fields of Psychiatry, sexual health, and human physiology related to sexual function was also utilized. Results: Antipsychotics negatively influence sexual function, particularly through hyperprolactinemia and blockade of the dopamine reward and desire pathway, but also through their metabolic effects, blockade of cholinergic and alpha-adrenergic systems, and extrapyramidal effects. Typical antipsychotics show a stronger association with sexual dysfunction, and among atypical antipsychotics (the most used), Risperidone is commonly associated with a higher incidence of unwanted sexual effects. However, other atypical antipsychotics, such as Aripiprazole, a partial agonist of dopamine D2 receptors, are often used as effective antipsychotics for the treatment of antipsychoticinduced sexual dysfunction. Some characteristics related to the pathophysiology of schizophrenia, increased comorbidities in these patients, substance use problems, internalized stigma, and existing community stigma, as well as the limited functional recovery of many patients, also play a significant role. Additionally, there is a correlation between sexual dysfunction and the severity of positive and negative symptoms. Sociodemographic aspects are also relevant, as female schizophrenic patients tend to be more affected by sexual dysfunction, and older individuals with a longer duration of the disease also appear to be more affected. Additionally, married patients report better sexual function, with the cultural and religious context of each patient playing a crucial role in their sexual expression. Conclusion: The etiopathogenesis of sexual dysfunction is multifactorial and dependent on a set of direct and indirect factors that interact with each other. It is extremely important to monitor adverse effects of antipsychotics, with metabolic control, evaluations of prolactin levels, exploration of extrapyramidal effects, among others. It is imperative to explore complaints related to sexual dysfunction, as many patients may feel uncomfortable addressing this issue, keeping it underdiagnosed and undertreated.eng
dc.identifier.tid203716094
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10400.6/14774
dc.language.isoporpor
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/
dc.subjectAntipsicóticospor
dc.subjectDisfunção Sexualpor
dc.subjectEsquizofreniapor
dc.subjectFunção Sexualpor
dc.titleO Impacto da Esquizofrenia na Função Sexualpor
dc.typemaster thesis
dspace.entity.typePublication
rcaap.rightsopenAccesspor
rcaap.typemasterThesispor
thesis.degree.nameMestrado Integrado em Medicinapor

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