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Quando em 1325, o pranto «Os namorados que trobam d’amor», dedicado à morte de D. Dinis, anuncia o catastrófico desaparecimento dos trovadores e jograis pressente-se que a tradição lírica galego-portuguesa, cujo auge fora atingido com o monarca, entra em inexorável declínio. Se o longo reinado de D. Dinis (1279-1325) foi marcante do ponto de vista cultural, merece-nos especial relevo a sua veia poética: as cantigas dionisíacas, quer em termos quantitativos (137 poemas) quer estéticos, ocupam lugar cimeiro numa tradição poética importada da Provença e que marcou a literatura portuguesa até meados do séc. XIV. Estas cantigas servem-se de processos específicos da lírica galego-portuguesa, parcialmente codificados na fragmentária Arte de trovar, e que as superiorizam em relação às demais. Podemos constatá-lo na perfeição com que o rei-trovador faz uso do denominado dobre; na construção das cantigas de atafinda, de que a composição «Que soidade de mia senhor hei» é talvez o melhor exemplar; ou ainda na refinada elaboração das cantigas paralelísticas, como «Ai flores de verde piño». Assim, pronunciar-nos-emos sobre a elocutio na poesia de D. Dinis, tendo em vista a sua força e estratégia persuasivas. Concretamente, analisaremos como os processos formais objetivam, nas cantigas de amor, a conquista do afeto e a retribuição amorosa por parte da dama e, nas cantigas de amigo, o regresso do amado e a suplantação dos obstáculos à relação amorosa. E não olvidaremos o facto curioso de que nalguns poemas é manifestada, como estratégia argumentativa, a condição régia deste trovador que, a exemplo do avô materno, o célebre Afonso X, o Sábio, se notabilizou numa tradição literária que legou a Portugal os melhores textos poéticos da Idade Média.
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D. Dinis Cantiga de amigo Cantiga de amor Persuasão Retórica
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Asociación Argentina de Retórica / Universidad Nacional de Cuyo, Facultad de Filosofía y Letras