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Recent Submissions

“Não quero morrer a ensinar”: Perspetivas de envelhecimento de pessoas LGBTQ+ com mais de 50 anos em Portugal
Publication . Taborda, Catarina Marques; Augusto, Amélia Maria Cavaca
Não obstante a sua jovem democracia, Portugal tem subido no ranking de legislação igualitária, no contexto europeu. Apesar disso, são ainda várias as formas de discriminação presentes nas vidas de pessoas LGBTQ+ com mais de 50 anos, que conviveram com o período da criminalização, invisibilização e patologização da sua existência. Esta discriminação, enraizada nas normas sociais que indicam a cis heteronormatividade como o caminho a seguir, impacta a saúde e bem-estar de pessoas LGBTQ+ idosas, que, por vezes, são levadas a “regressar ao armário” para receber cuidados na velhice. Ainda assim, não existem em Portugal respostas sociais dirigidas à população idosa LGBTQ+. Esta dissertação procura conhecer as perspetivas de envelhecimento de pessoas LGBTQ+ com mais de 50 anos em Portugal, enquanto explora os seus processos de autodescoberta, o experienciar de discriminação, a sua relação com os serviços de saúde, as suas redes de cuidados, assim como a sua relação com o movimento associativo LGBTQ+ português. A pesquisa segue uma abordagem qualitativa, com recurso a entrevistas semiestruturadas, que permitem valorizar a subjetividade das suas vivências e o seu conhecimento, em profundidade. Foram realizadas dez entrevistas, com pessoas LGBTQ+ entre os 51 e os 70 anos de idade, cujo conteúdo transcrito foi posteriormente submetido a uma análise categorial. A presente investigação permitiu conhecer os receios e as necessidades sentidas por pessoas LGBTQ+ com mais de 50 anos em relação ao seu processo de envelhecimento. São apontadas divergências com o atual movimento associativo LGBTQ+ português, assim como mudanças na prestação de cuidados de saúde a pessoas LGBTQ+ na velhice. E ainda, são desenhadas alternativas aos espaços de cuidados tradicionais existentes em Portugal para pessoas idosas, e nomeadas as condições que as mesmas devem ter para garantir a sua qualidade de vida.
Das razões, experiências e consequências do uso de tecnologias de self-tracking: Perceções de utilizadores
Publication . Figueiredo, Ana Filipa da Cruz; Pereira, Maria João Leitão Simões Areias
Nos anos mais recentes, as tecnologias de self-tracking têm feito parte da vida de indivíduos, como um mecanismo de autoconhecimento e/ou autorreflexão e/ou autoaperfeiçoamento de aspetos das suas vidas. Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar as perceções de utilizadores sobre o uso das tecnologias de self-tracking, sendo os objetivos específicos: entender os motivos que levam os utilizadores a usarem tais tecnologias, captar o modo como as experienciam e mapear as consequências do seu uso. A presente investigação tem um carácter exploratório, dado o escasso desenvolvimento teórico e empírico desta temática. Desse modo, a metodologia utilizada foi de natureza qualitativa, com recurso a entrevistas semidiretivas. Na pesquisa identificou-se não só alguma desigualdade, mas também diversidade na escolha das tecnologias e das funções usadas, embora longe do número das atualmente disponíveis, e usos diferentes em relação ao objetivo para o qual as tecnologias foram desenhadas. Nem todos enunciaram benefícios em relação ao bem-estar alcançado e também se dividiram em relação às consequências negativas como a vigilância, ameaças à privacidade, ansiedade e frustração. Tais constatações mais uma vez reforçam a ideia de que as tecnologias não predeterminam a vida social.
Emoaction: Efeitos de um programa no conhecimento emocional e na qualidade de vida em alunos do 1º Ciclo
Publication . Peniche, Sofia Maria Solinho; Pires, Ana Carla Seabra Torres; Coelho, Rosália Maria da Rocha; Sousa, Jenny Gil
Introdução: Têm sido implementados em Portugal vários programas de promoção de competências socioemocionais contudo, são escassos os estudos sobre a sua eficácia e análise dos resultados. Assim, este estudo propõe a avaliação da implementação do programa de promoção de competências socioemocionais, baseado nos cinco pilares da Inteligência Emocional de Daniel Goleman. Propõe-se avaliar os efeitos no reconhecimento emocional e na perceção de qualidade de vida do Emoaction: Emoção em Ação, numa amostra de crianças portuguesas. Método: Foram avaliadas crianças que frequentaram o 1º Ciclo do Ensino Básico dos Agrupamento de Escolas de Águeda e Agrupamento de Escolas de Águeda Sul, que escolheram o Emoaction: Emoção em Ação como atividade de enriquecimento curricular. Recorreu-se a uma metodologia quantitativa, com pré e pós-teste, com recurso aos seguintes instrumentos de avaliação, para além do Questionário Sociodemográfico: Escala de Avaliação do Conhecimento Emocional (EACE) e Kidscreen10. Resultados: Os alunos demonstraram melhorias no conhecimento emocional do pré para o pós-teste. Além disso, verificou-se uma correlação entre estas duas variáveis e o efeito preditor do conhecimento emocional na perceção da qualidade de vida. Discussão: No geral os resultados foram ao encontro do esperado tendo em consideração a literatura científica na área, corroborando-a e trazendo para discussão o incentivo à implementação mais generalizada de programas de regulação socioemocional no 1º ciclo, com monitorização dos efeitos e aprimoramento contínuo dos mesmos.
Fatores psicossociais e bem-estar em trabalhadores em regime de teletrabalho
Publication . Miguel, Maria Beatriz Carrapatoso; Monteiro, Samuel José Fonseca
O teletrabalho é, cada vez mais, uma realidade atual e generalizada. Conhecer este regime de estruturação ocupacional, os seus desafios, implicações e potencialidades é necessário para que seja possível garantir as condições necessárias para o desempenho seguro e eficiente das funções laborais e minimizar potenciais riscos. A forma como o teletrabalho, potencialmente, se associa e impacta os indicadores de bem-estar nos indivíduos tem sido estudado nos últimos anos, especialmente após a pandemia Covid-19. Ainda assim, existe pouca investigação aplicada e falta de consenso na literatura acerca destas questões. O presente estudo pretende, com base em literatura pertinente, caracterizar, teoricamente, os conceitos de bem-estar e fatores psicossociais (de risco) e analisar, empiricamente, potenciais diferenças e associações entre estes em função de variáveis sociodemográficas e socioprofissionais numa amostra de teletrabalhadores portugueses. Os dados para o presente estudo foram obtidos através da administração de um protocolo online, que abrangia os instrumentos Copenhagen Psychosocial Questionnaire – II (COPSOQ – II) e a Escala Portuguesa de Afeto Positivo e Negativo (PANAS-VRP). Para analisar quantitativamente os dados, foram realizados testes de diferença, regressões lineares simples e uma correlação. Quanto aos resultados obtidos, estes demonstraram que existe uma associação entre os riscos psicossociais e fatores psicossociais protetores dos indicadores de saúde e bem-estar com o afeto negativo e o afeto positivo. Já nos testes de diferença, foi evidenciado que as mulheres e os trabalhadores em regime híbrido parecem apresentar maiores níveis de exigências quantitativas em comparação com os homens e com quem atua em regime exclusivamente remoto, respetivamente.
Sensibilidade e especificidade da Entrevista Estruturada de Avaliação do Risco Familiar: impacto do fator socioeconómico
Publication . Ochoa, Luana Patrícia da Costa; Santos, Diamantino José Figueiredo dos; Afonso, Rosa Marina Lopes Brás Martins
O presente estudo, transversal e correlacional, teve como principal objetivo contribuir para a validação da Entrevista Estruturada da Avaliação do Risco Familiar (EEARF), analisando a sua sensibilidade e especificidade no campo específico do impacto do fator socioeconómico no risco familiar. A amostra é constituída por 58 participantes, encontrando-se dividida em dois grupos, sendo 34 participantes do grupo de baixo estatuto socioeconómico e 24 pertencentes ao grupo de estatuto socioeconómico médio-alto. Para tal, foi aplicada a EEARF nos dois grupos amostrais. Os resultados indicaram que a EEARF detém uma fiabilidade aceitável, no que diz respeito à consistência interna. Concluiu-se que o grupo de baixo estatuto socioeconómico apresenta um número significativamente superior de fatores de risco, comparativamente ao grupo de estatuto socioeconómico médio-alto. No que respeita aos fatores de proteção, verificou-se a sua maior prevalência no grupo de estatuto socioeconómico médio-alto. Conclui-se, assim, que a EEARF é um instrumento válido e adequado para a avaliação do risco familiar. Em complemento, verificou-se que o fator socioeconómico constitui um determinante significativo do risco familiar, corroborando as hipóteses formuladas no presente estudo.