Browsing by Issue Date, starting with "2020-05-15"
Now showing 1 - 2 of 2
Results Per Page
Sort Options
- Spillovers de Conhecimento na Relação Universidade-Indústria: Um Estudo TransfronteiriçoPublication . Mascarenhas, Carla Maria Correia; Marques, Carla Susana da Encarnação; Ferreira, João José de MatosNas últimas duas décadas tem vindo a crescer o iteresse académico sobre os knowledge spillovers na colaboração entre universidades e indústria (Acs, Audretsch & Lehmann, 2013; Díez-Vial & Fernández-Olmos, 2015; Lehmann & Menter, 2016). Como referido por Audretsch e Keilbach (2008), a atividade empresarial tenderá a ser maior em contextos onde o investimento em conhecimento é relativamente alto, uma vez que as novas empresas originar-se-ão a partir do conhecimento que se espalhou da fonte que o produz. Com efeito, o aumento do fluxo de conhecimento tem um impacto positivo no empreendedorismo (Acs, Braunerhjelm, Audretsch, & Carlsson, 2009). Os laboratórios de investigação universitários são, talvez, uma das principais fontes de conhecimento gerador de inovação disponível às empresas para exploração comercial (Jaffe, 1989; Mansfield, 1995, 1998), contribuindo para empresas mais inovadoras e consequentemente para o desenvolvimento regional onde estas estãso inseridas (Acs et al., 2009; Audretsch et al., 2012; Caiazza et al., 2015). De facto, algumas regiões investiram fortemente em I&D das empresas regionais, incluindo incentivos à procura do conhecimento universitário local que poderia modernizar o modelo de produção. Do mesmo modo, muitas das autoridades governamentais regionais (e.g., várias regiões espanholas, Bélgica, Alemanha e Itália) também fomentaram a criação de conhecimento científico e tecnológico por parte das suas universidades e a sua transferência para as empresas, de modo a gerar crescimento económico (Acosta, Azagra-Caro, & Coronado, 2016). Assim, este trabalho de investigação tem como principal objetivo analisar a relação dos spillovers do conhecimento na Tripla Hélice (Universidade, Indústria, Governo), tendo como ponto de partida a colaboração Universidade-Indústria, em territórios europeus periféricos (Norte de Portugal e Castela e Leão, Espanha) e com baixa produtividade industrial. Tendo este objetivo como ponto de partida, traçaram-se os seguintes objetivos específicos i) Explorar e descrever a literatura científica existente sobre estratégias de inovação na relação Universidade-Indústria e quais as tendências atuais e futuras dentro desta temática; ii) Perceber a dinâmica das relações existentes nas parcerias geradas no seio da Tripla Hélice, tendo, aqui, o Governo um papel mais ativo na criação de conhecimento e inovação; iii) Compreender as dinâmicas de colaboração Universidade-Industria (U-I), tendo em consideração duas regiões transfronteiriças de inovação moderada; iv) Contribuir para uma melhor compreensão das Estratégias de Investigação e Inovação para uma Especialização Inteligente (RIS3) e avaliar empiricamente como estas Estratégias de Especialização Inteligentes influenciam a colaboração entre universidade e indústria (U-I). Esta tese de investigação é composta por quatro estudos empíricos, em que o primeiro estudo faz uma revisão sistemática à literatura sobre a colaboração Universidade-Indústria, utilizando-se a base de dados da Web of Science. O segundo estudo, de método qualitativo, recorre a entrevistas aos atores da Tripla Hélice, nas duas regiões em estudo. O terceiro estudo de carácter quantitativo, recorre a questionários a investigadores das regiões em estudo, para analisar a colaboração entre académicos e a indústria e perceber se esta colaboração tem implicações no carácter inovador das regiões. Por último, o quarto estudo, recorre a ”focus group” para perceber de que forma a Estratégia de Investigação e Inovação para uma Especialização Inteligente (RIS3) veio influenciar a colaboração. Os resultados destes estudos mostraram existirem, ainda, várias condicionantes à colaboração entre universidades e indústria, sendo, no entanto, esta colaboração essencial ao desenvolvimento de uma qualquer região. Este trabalho de investigação veio, igualmente, demonstrar quais os efeitos da implementação das medidas de Especialização Inteligente na colaboração entre academia e indústria. Esta tese de investigação pretende assim contribuir para um maior conhecimento empírico sobre a colaboração universidade-indústria e de que forma esta colaboração impacta, maioritariamente, na atividade de inovação regional, através da inovação e conhecimento que são transferidos da universidade para a indústria. Por fim, são ainda apresentadas implicações teórias e práticas salientando-se medidas que poderão ser tomadas para favorecer estas ligações.
- Avaliação do potencial da infraestrutura pedonal para promoção da mobilidade suave em cidades de encostaPublication . Nogueira, André Filipe da Costa; Santos, Bertha Maria Batista dos; Gonçalves, Jorge Humberto GasparA situação de emergência climática e ambiental que se vive atualmente, em conjunto com o crescente congestionamento rodoviário dos centros urbanos, faz com que a mobilidade e a sua sustentabilidade sejam uma prioridade das políticas de transportes atuais. Torna-se assim indispensável alterar o comportamento dos cidadãos para o uso de modos suaves nas suas deslocações, como o modo pedonal, conciliando-o, se necessário, com outros modos de transporte sustentáveis. Para que esta alteração efetivamente aconteça, é necessário dotar as cidades de alternativas viáveis ao automóvel, nomeadamente através da oferta de infraestruturas pedonais de qualidade, adaptadas às necessidades das pessoas e às características específicas das cidades. Estes aspetos são particularmente importantes em cidades de encosta, onde a deslocação a pé requer um esforço adicional. Tendo em conta o exposto, o trabalho apresentado pretende contribuir para a promoção da mobilidade suave em cidades de encosta através da criação de um instrumento de apoio à avaliação do potencial da infraestrutura pedonal existente. Para o efeito são consideradas as variáveis polos geradores de viagens, densidade populacional e características da rede pedonal, com particular destaque para a consideração da inclinação longitudinal dos percursos. Estas variáveis são trabalhadas com recurso a um conjunto de ferramentas de análise espacial e de redes disponíveis nos Sistemas de Informação Geográfica (SIG) e combinadas numa análise multicritério para obtenção de uma medida do potencial da infraestrutura pedonal. A identificação das áreas com elevado potencial pedonal possibilita a definição de prioridades de intervenção no espaço público, apoiando uma melhor afetação dos recursos humanos e financeiros das autoridades responsáveis pelo espaço urbano, o que potencia o aumento do uso do modo pedonal como meio de deslocação. O instrumento proposto foi validado através da sua aplicação a um caso de estudo, a cidade de encosta da Covilhã. A partir dos resultados obtidos é possível concluir que a variável com maior efeito no potencial da infraestrutura pedonal é a localização dos polos geradores de viagens, influenciada pela inclinação dos percursos. O instrumento permitiu também identificar as principais áreas de expansão da cidade, correspondendo aos locais que apresentam atualmente um bom potencial pedonal, mas valores ainda relativamente baixos de densidade populacional.