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- Telemedicina em Medicina Geral e FamiliarPublication . Santos, Mariana Tomás dos; Simões, José Augusto RodriguesIntrodução: A telemedicina tem visto a sua utilização aumentar à medida que a sociedade e a tecnologia evoluem, tendo o seu uso disparado nos últimos 2 anos devido à pandemia COVID-19. A medicina geral e familiar é uma especialidade fundamental para a prestação de cuidados de saúde, principalmente de cuidados de saúde primários, sendo importante expandir e melhorar o seu acesso. Esta monografia vai analisar a utilização da telemedicina em medicina geral e familiar, averiguando as diferentes formas como é implementada no mundo, o seu papel na pandemia COVID-19, as suas vantagens e desvantagens, os obstáculos e desafios encontrados, os estudos realizados e os casos específicos da sua utilização. Metodologia: A revisão literária foi realizada no PubMed, tendo como critérios de pesquisa a combinação das palavras-chave (telemedicine) AND (family medicine) e como critérios de inclusão artigos em língua portuguesa ou inglesa e com disponibilidade íntegra grátis. Entre agosto e dezembro de 2021 foi feita a seleção e leitura, que resultou em 33 artigos escolhidos. Relativamente ao contexto português, foram considerados 5 artigos, sendo então no final escolhidos no total 38 artigos. Telemedicina em Medicina Geral e Familiar: A telemedicina pode ser aplicada na educação, na prestação de cuidados, na gestão da saúde, no rastreio de doenças e na gestão de desastres. É considerada uma importante parte de um sistema universal de saúde. Pode ser utilizada de diversas formas e utilizando uma grande variedade de ferramentas/aplicativos. A telemedicina permite que um médico de família comunique com um especialista para esclarecimento de casos, permite a realização de consultas virtuais com os pacientes, onde quer eles estejam, e permite a realização de consultas interdisciplinares, com ou sem o paciente, mantendo o médico de família como centro de encontro e de cuidados. A telemedicina possui taxas de utilização diferentes por todo o mundo, tendo vários países diferentes projetos e modelos de telemedicina. A pandemia de COVID-19 impulsionou uma forte expansão da telemedicina, com um aumento exponencial do seu uso e derrubando barreiras previamente existentes. Mesmo que o uso da telemedicina diminua póspandemia, o COVID-19 criou uma nova oportunidade de reformular os serviços de saúde, especialmente a medicina geral e familiar, e espera-se que a sua utilização se mantenha em níveis superiores aos pré-pandémicos. Existem diversas vantagens, desvantagens e desafios/obstáculos. Existem vários estudos realizados nesta área, sendo que a maioria relata resultados positivos relativamente ao uso da telemedicina. Conclusão: A telemedicina possui a capacidade de renovar e melhorar o exercício da medicina geral e familiar e de expandir a sua prática, sendo que a pandemia se revelou uma oportunidade para facilitar a introdução da utilização da telemedicina nesta especialidade.
- Fault Tolerant DC–DC Converters at Homes and OfficesPublication . Bento, Fernando José Figueiredo; Cardoso, António João MarquesThe emergence of direct current (DC) microgrids within the context of residential buildings and offices brings in a whole new paradigm in energy distribution. As a result, a set of technical challenges arise, concerning the adoption of efficient, cost-effective, and reliable DC-compatible power conditioning solutions, suitable to interface DC microgrids and energy consuming elements. This thesis encompasses the development of DC–DC power conversion solutions, featuring improved availability and efficiency, suitable to meet the requirements of a comprehensive set of end-uses commonly found in homes and offices. Based on the energy consumption profiles and requirements of the typical elements found at homes and offices, three distinctive groups are established: light-emitting diode (LED) lighting, electric vehicle (EV) charging, and general appliances. For each group, a careful evaluation of the criteria to fulfil is performed, based on which at least one DC–DC power converter is selected and investigated. Totally, a set of five DC–DC converter topologies are addressed in this work, being specific aspects related to fault diagnosis and/or fault tolerance analysed with particular detail in two of them. Firstly, mathematical models are described for LED devices and EV batteries, for the development of a theoretical analysis of the systems’ operation through computational simulations. Based on a compilation of requirements to account for in each end-use (LED lighting, EV charging, and general appliances), brief design considerations are drawn for each converter topology, regarding their architecture and control strategy. Aiming a detailed understanding of the two DC–DC power conversion systems subjected to thorough evaluation in this work – interleaved boost converter and fault-tolerant single-inductor multiple-output (SIMO) converter – under both normal and abnormal conditions, the operation of the systems is evaluated in the presence of open-circuit (OC) faults. Parameters of interest are monitored and evaluated to understand how the failures impact the operation of the entire system. At this stage, valuable information is obtained for the development of fault diagnosis strategies. Taking profit of the data collected in the analysis, a novel fault diagnostic strategy is presented, targeting interleaved DC–DC boost converters for general appliances. Ease of implementation, fast diagnostic and robustness against false alarms distinguish the proposed approach over the state-of-the-art. Its effectiveness is confirmed through a set of operation scenarios, implemented in both simulation environment and experimental context. Finally, an extensive set of reconfiguration strategies is presented and evaluated, aiming to grant fault tolerance capability to the multiple DC–DC converter topologies under analysis. A hybrid reconfiguration approach is developed for the interleaved boost converter. It is demonstrated that the combination of reconfiguration strategies promotes remarkable improvements on the post-fault operation of the converter. In addition, an alternative SIMO converter architecture, featuring inherent tolerance against OC faults, is presented and described. To exploit the OC fault tolerance capability of the fault-tolerant SIMO converter, a converter topology targeted at residential LED lighting systems, two alternative reconfiguration strategies are presented and evaluated in detail. Results obtained from computational simulations and experimental tests confirm the effectiveness of the approaches. To further improve the fault-tolerant SIMO converter with regards to its robustness against sensor faults, while simplifying its hardware architecture, a sensorless current control strategy is presented. The proposed control strategy is evaluated resorting to computational simulations.
- Amamentação e Diabetes na GravidezPublication . Sequeira, Cátia Daniela do Sacramento; Moutinho, José Alberto FonsecaIntrodução: A diabetes gestacional (DG) é o distúrbio metabólico mais comum durante a gravidez. Os dados mais recentes de Portugal apontam que 8,8% das grávidas desenvolveram DG em 2018 e a sua incidência parece ter vindo a crescer em resposta ao aumento da obesidade, inatividade física e idade materna nas últimas décadas. A DG é o resultado da disfunção patológica das células ß num ambiente de resistência crónica à insulina, característico da grávida. A amamentação materna traz vantagens quer para a mulher quer para o recém-nascido, no entanto ainda não é clara a influência da DG neste processo, nem os seus benefícios específicos na prevenção da diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Objetivo: Conhecer a evidência científica atual relativamente à influência da DG na amamentação e à influência da amamentação no risco futuro de DM2 em mulheres com DG prévia. Metodologia: Realizou-se uma revisão da literatura científica nas bases de dados PubMed e o Google Scholar e utilizaram-se as seguintes palavras-chave: “diabetes”, “gestational diabetes”, “gestational diabetes mellitus”, “type 2 diabetes”, “breastfeed”,” breast milk” e “lactation”. Resultados: Constatou-se em vários artigos que as mulheres com DG apresentaram menor taxa de amamentação exclusiva e que a duração de amamentação foi inferior à de mães saudáveis. Um dos motivos reportados é o atraso na lactogénese II, que se caracteriza como a sensação de “ingurgitamento mamário” referida pela mulher, que ocorre mais de 72h após o parto e que dificulta o início da amamentação. A DG mal controlada também é responsável por complicações perinatais e pelo aumento da necessidade de cuidados especiais para o recém-nascido, o que contribui para o afastamento materno-infantil e consequentemente para a introdução precoce do leite de fórmula que tem implicações na adesão à amamentação. As mulheres com DG parecem ter ainda um risco 10 vezes superior de desenvolver DM2 no futuro. Foram reportados efeitos benéficos da amamentação na diminuição deste risco, possivelmente por permitir preservar a integridade funcional das células ß durante mais tempo. Assim, apesar da clara necessidade e importância da amamentação nestas mulheres, são também estas as que experienciam mais dificuldades à sua iniciação e manutenção quando comparado com mulheres saudáveis. Conclusão e perspetivas futuras: Concluiu-se que existe evidência científica robusta que permite afirmar que a amamentação materna reduz o risco de DM2 ao longo da vida da mulher, e que a DG, especialmente se mal controlada, influencia negativamente a amamentação materna. Como tal, é importante apostar no diagnóstico precoce e no adequado controlo da glicemia da grávida com DG, pois irá provavelmente potenciar uma maior adesão e duração da amamentação materna. É importante ainda promover a literacia das grávidas quanto aos benefícios da amamentação para as próprias, além dos já conhecidos para a criança e sensibilizar os profissionais de saúde para um acompanhamento mais individualizado e para o incentivo da amamentação materna, em especial nesta população.
- Impacto materno-fetal da abordagem farmacológica de prolactinomasPublication . Gonçalves, Rita Pinheiro; Lemos, Manuel Carlos Loureiro deIntrodução: Os prolactinomas são os tumores benignos mais frequentes da hipófise, afetando mais as mulheres em idade fértil. Durante a gravidez, verifica-se um aumento fisiológico da hipófise, havendo um risco acrescido de expansão tumoral. Os agonistas dopaminérgicos são o tratamento de primeira linha, sendo extremamente eficazes em restaurar a fertilidade. A sua interrupção é aconselhada aquando do diagnóstico de gravidez, pelo risco de ocorrência de malformações fetais. Objetivos: Esta dissertação procura esclarecer quais os efeitos do tratamento farmacológico dos prolactinomas durante a gravidez, tanto a nível fetal – com a ocorrência de malformações e abortos – como a nível materno, com a ocorrência de sintomas compressivos, expansão tumoral ou até remissão do mesmo. Adicionalmente, abordar a reintrodução da terapêutica e verificar a sua segurança e eficácia no tratamento. Materiais e Métodos: Para a realização desta monografia foi elaborada uma pesquisa de artigos científicos referentes ao tema, publicados na base de dados “PubMed/MEDLINE”, com recurso às palavras-chave “pregnancy”, “prolactinoma”, “treatment”. A pesquisa englobou ensaios clínicos, estudos observacionais e estudos retrospetivos, complementada com a consulta de documentos de entidades científicas na área em análise. Resultados: Identificaram-se 16 artigos que abordaram o impacto que o tratamento farmacológico exerce no controlo de um prolactinoma e na saúde das crianças cujas mães foram submetidas a terapia médica na pré-conceção/primeiro trimestre. A maioria dos estudos não reportaram alterações relevantes na ocorrência de abortos e de complicações fetais, comparativamente com a população geral. Foi observada uma regressão tumoral nos casos excecionais onde se efetuou terapêutica durante a gravidez. Discussão: Os dados disponíveis relativamente aos desfechos materno-fetais da utilização de terapia médica dos prolactinomas são escassos. Os estudos existentes carecem de amostras com relevância significativa, sendo predominantemente efetuados apenas em mulheres que interrompem a terapêutica após conhecimento da gravidez. No entanto, a utilização de agonistas dopaminérgicos aparenta ser segura e não apresentar riscos de malformações fetais ou ocorrência de abortos, assim como se verifica uma redução ou até remissão tumoral após as gestações em que foi empregue previamente a engravidar o tratamento médico. Conclusão: É necessária a realização de mais estudos prospetivos, com uma amostra mais extensa, que permita corroborar os resultados obtidos em amostras menores e de modo a existir um consenso internacional sobre o uso correto da terapêutica de prolactinomas, na gravidez.
- Brain-computer interfaces: barriers and opportunities to widespread clinical adoptionPublication . Neves, Diogo Filipe Vendeirinho; Martins, Henrique Manuel Gil; Calado, Maria do Rosário AlvesBrain-computer Interface (BCI) is an emerging neurotechnology with potential applications involving primarily neurological disorders. There is a rising interest in the use of BCI to address current unmet clinical needs from patients. Despite their therapeutic potential, BCI use is still mostly limited to research stages and its translation into mainstream clinical applications and widespread adoption is lagging. This study revises the current potential clinical applications of BCIs in humans, attempts to understand barriers and opportunities to wider clinical adoption and draws health policy and management implications of BCIs use in medical practice. The methodology followed a two-step approach which included a systematic review of potential clinical applications of BCIs and a qualitative study, using focus group method, to understand and integrate professionals’ experiences, perceptions, thoughts and feelings on the wide clinical adoption of BCIs. Focus groups included professionals from the medical, engineering and management field. BCI clinical applications with more clinical evidence include neurorehabilitation with non-invasive devices and the control of assistive devices with invasive BCIs. Nowadays, several barriers to wider clinical adoption of BCIs, including technological, seem addressable. However, systemic barriers from the health systems to innovation and technological interventions need a comprehensive and multidisciplinary approach to enhance their adoption. Professionals from medicine, engineering and management, working in collaboration in healthcare contexts, are some of the stakeholders important to change the current vision of healthcare towards innovation.
- Síndrome de Stress Pós-Traumático em Obstetrícia: Uma Revisão da LiteraturaPublication . Gomes, Maria Rui Freitas do Amaral Botelho; Moutinho, José Alberto FonsecaIntrodução: A experiência do parto como um evento traumático, que atenta contra a integridade física, ou a vida, da parturiente ou do recém-nascido, tem potencial para despoletar a Perturbação de Stress Pós-Traumático Pós-Parto (PTSD-PP), uma doença mental que afeta entre 1,5% e 6% das mulheres, e que está significativamente associada à diminuição do bem-estar materno, da qualidade da relação mãe-filho e a outcomes desfavoráveis na criança. Objetivos: A presente revisão descritiva objetiva aprofundar o conhecimento sobre PTSDPP, bem como quais os seus fatores de risco principais e que medidas de prevenção primária e secundária existem, por forma a contribuir para uma melhor prática clínica na prevenção desta perturbação. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa, entre dezembro de 2021 e março de 2022, na base eletrónica PubMed/MEDLINE, para encontrar estudos realizados na língua inglesa, publicados entre janeiro de 2001 e dezembro de 2021. Resultados e Conclusões: Foram identificados os principais fatores de risco, que se podem agrupar em fatores de risco maternos, periparto e pós-parto, e medidas preventivas primárias e secundárias, em muito baseadas no rastreio de patologia mental prévia e dos fatores de risco explanados, e em métodos de psicoterapia. Concluiu-se que os profissionais de saúde têm um papel importante no reconhecimento desta perturbação e que devem ser feitos mais esforços no sentido de criar e instituir normas de diagnóstico específicas e protocolos de prevenção que englobem medidas não só psicológicas, mas também clínicas.
- Marcadores Inflamatórios Séricos e Rotura Prematura de Membranas Pré-TermoPublication . Marty, Carla Sofia Maciel Puig; Moutinho, José Alberto Fonseca; Nunes, Sara Monteiro Morgado DiasIntrodução: A Rotura Prematura de Membranas Pré-Termo (RPM-PT) afeta 2 a 3% das gestações, sendo responsável por aproximadamente 30 a 40% dos partos pré-termo e morbimortalidade perinatal significativa. Associa-se a diversas complicações, tais como corioamnionite, sépsis neonatal, prematuridade e hipoplasia pulmonar. Assim, torna-se oportuna a identificação precoce das grávidas em risco, de modo a proceder a uma vigilância mais apertada. Os processos inflamatórios, quer a nível local ou sistémico, têm sido apontados como um dos principais mecanismos fisiopatológicos para o surgimento desta complicação obstétrica. Contudo, o impacto de marcadores inflamatórios sistémicos na identificação precoce destas grávidas permanece pouco estudado. Objetivos: Este estudo pretendeu averiguar a relação entre os marcadores inflamatórios séricos, obtidos a partir do hemograma do primeiro e segundo trimestres de gravidez, e a ocorrência de RPM-PT. Métodos: Estudo observacional, transversal e retrospetivo das grávidas cujo parto ocorreu no Centro Hospitalar e Universitário Cova da Beira entre os anos 2015 e 2019. Foram excluídas grávidas com doenças prévias, gestações anteriores, gravidez gemelar ou ausência de informação sobre a gravidez. Através dos processos clínicos das grávidas, foram obtidos os valores dos hemogramas de primeiro e segundo trimestres, antecedentes pessoais, evolução da gravidez e parto. Assim, comparou-se o grupo das grávidas com RPM-PT (n=19) com um grupo de grávidas com parto de termo, eutócico e sem Rotura Prematura de Membranas (n=187). Foi efetuada uma segunda comparação entre a ocorrência de RPM-PT antes (n=12) e depois (n=7) das 34 semanas de gestação e o mesmo grupo sem rotura (n=187). A análise estatística foi realizada com recurso ao SPSS Statistics versão 25.0, tendo sido considerado um nível de significância de 0,05. Resultados: Em 9,2% das grávidas ocorreu RPM-PT. Os rácios neutrófilos/linfócitos, neutrófilos/plaquetas, plaquetas/linfócitos e o índice inflamatório sistémico não demonstraram associação com a ocorrência de RPM-PT. Foi verificada uma correlação entre idade materna mais elevada e a ocorrência de RPM-PT antes das 34 semanas (p=0,034). A hemorragia no segundo trimestre foi mais frequente em grávidas com RPMPT (p=0,043) e a probabilidade de RPM-PT é cerca de 11 vezes superior nas mulheres que tiveram hemorragia vaginal no segundo trimestre. No que concerne às variáveis fetais, foi estabelecida associação entre RPM-PT e um menor índice de Apgar no primeiro (p=0,015) e décimo (p=0,041) minutos, menor perímetro cefálico (p<0,0001), menor peso à nascença (p<0,0001), menor comprimento fetal (p<0,0001) e o sexo masculino do recémnascido (p=0,041). Conclusões: Os rácios inflamatórios sistémicos no primeiro e segundo trimestres de gravidez parecem não ser úteis na previsão de um maior risco de RPM-PT. A idade materna mais elevada associou-se à ocorrência de RPM-PT mais precocemente (=34 semanas). A hemorragia vaginal no segundo trimestre parece ser um importante fator de risco para RPM-PT. Tal como esperado, foram detetados piores outcomes fetais nas mulheres com RPM-PT. Serão necessários estudos mais robustos para verificar a importância clínica dos rácios inflamatórios na previsão de RPM-PT, uma vez que através de marcadores facilmente disponíveis na prática clínica, se poderão identificar mulheres e recém-nascidos em risco.
- Uso de Células Estaminais do Líquido Amniótico no Tratamento de Anomalias CongénitasPublication . Silva, Mariana Filipa Garcia; Moutinho, José Alberto FonsecaAs anomalias congénitas correspondem à quinta principal causa de morte em crianças com menos de 5 anos, em todo o mundo, representando um total de 532854 mortes em 2019. Constituem, assim, um grave problema de saúde pública a nível mundial, sendo uma importante causa de mortalidade, mobilidade e hospitalização. Apesar dos avanços na Medicina, as opções terapêuticas para o tratamento destas malformações são ainda muito limitadas, sendo necessário encontrar alternativas válidas que permitam melhorar os outcomes clínicos destas crianças. As células estaminais do líquido amniótico possuem um conjunto de propriedades e características únicas e incomparáveis que lhes conferem um enorme potencial terapêutico no campo da Medicina Regenerativa fetal/pediátrica, nomeadamente no que toca ao tratamento de anomalias congénitas. Recentemente, a TRASCET – Transamniotic Stem Cell Therapy -, por se basear no papel natural desempenhado por estas células, tem surgido como uma opção terapêutica promissora com enorme potencial no tratamento de algumas das anomalias congénitas mais frequentemente diagnosticadas, parecendo ser uma opção mais acessível, menos invasiva, custo-efetiva e eficaz. Esta dissertação pretende então descrever o estado atual da arte no que concerne à aplicação terapêutica com células estaminais do líquido amniótico no tratamento de anomalias congénitas – TRASCET -, nomeadamente a sua aplicabilidade em algumas das anomalias congénitas mais frequentes – Mielomeningocelo, incluindo a malformação de Chiari II, Gastrosquise e Hérnia Diafragmática Congénita. Foram realizadas pesquisas nas plataformas PubMed e Google Scholar, tendo por base as palavras-chave “Stem Cells”, “Amniotic Fluid”, “Congenital Anomalies” e “TRASCET”. Concluiu-se que, de facto, a TRASCET tem impacto no tratamento destas anomalias congénitas e a evidência atual suporta a hipótese de que as células estaminais do líquido amniótico representam uma fonte promissora com enorme potencial terapêutico em diversas anomalias congénitas. Ainda que a translação dos resultados destes estudos experimentais para a clínica possa ser uma tarefa complexa, é altamente provável que os resultados que têm vindo a ser obtidos através de estudos pré-clínicos em modelos animais sejam transladados para fetos humanos dentro de poucos anos. É imperativo aprofundar o estudo destas células e da aplicabilidade da TRASCET, quer em estudos préclínicos como clínicos.