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- A influência das dietas baseadas em plantas na síndrome metabólicaPublication . Fernandes, Inês Diana Samagaio; Oliveira, Maria Elisa Cairrão RodriguesIntrodução: A prevalência da obesidade, do excesso de peso e da síndrome metabólica tem registado um aumento exponencial nos últimos anos, sobretudo nos países desenvolvidos. Estes constituem fatores de risco bem estabelecidos para outras doenças cardiovasculares e metabólicas, que são aquelas que mais contribuem para a mortalidade e morbilidade, representando um elevado impacto social e económico. A alimentação e o exercício físico são fatores modificáveis que contribuem para a prevenção e tratamento destas patologias. As dietas baseadas em plantas são padrões alimentares cada vez mais populares e diversos estudos apontam para um impacto positivo das mesmas na prevenção e tratamento da síndrome metabólica. No entanto, o seu papel exato nos marcadores da síndrome metabólica e os mecanismos que contribuem para os seus efeitos permanecem controversos. Objetivo: Esta revisão de literatura pretende explorar o impacto das dietas baseadas em plantas na síndrome metabólica e em cada um dos marcadores de risco cardiovascular e metabólico que a definem (hiperglicemia, hipertensão arterial (HTA), hipertrigliceridemia, níveis baixos de colesterol de lipoproteína de alta densidade (c-HDL) e elevado perímetro abdominal (obesidade central)). Pretende, também, identificar alguns mecanismos através dos quais estas dietas podem ser benéficas para a saúde e abordar o impacto que a adoção de uma dieta à base de plantas não saudável, poderá ter na síndrome metabólica e no aumento do risco cardiovascular. Métodos: Para a obtenção dos artigos que estudavam a relação entre as dietas baseadas em plantas e a síndrome metabólica, foi realizada uma pesquisa avançada na PubMed, utilizando as seguintes palavras-chave MeSH “Plant-Based Diets” AND “Metabolic Syndrome”. Uma segunda pesquisa foi realizada para averiguar os mecanismos inflamatórios subjacentes aos benefícios das dietas baseadas em plantas, utilizando os termos MesH “Plant-based diets” AND “Inflammation Mediators”. Estas pesquisas foram limitadas aos artigos publicados nos últimos 10 anos e os artigos foram analisados de acordo com os critérios de inclusão e exclusão definidos. Resultados: Para a análise da influência das dietas baseadas em plantas na síndrome metabólica, foram incluídos 15 estudos (6 longitudinais, 8 transversais e 1 análise retrospetiva). Destes, 9 apresentaram resultados a favor do impacto positivo das dietas baseadas em plantas na síndrome metabólica ou em vários dos seus marcadores (IMC, perímetro abdominal, perfil lipídico, perfil tensional, controlo glicémico). Os resultados de 6 dos artigos não permitiram estabelecer nenhuma associação positiva entre as dietas baseadas em plantas e a síndrome metabólica. Em 3 dos estudos, uma dieta baseada em plantas não saudável associou-se a um aumento da incidência da síndrome metabólica. O consumo de alimentos saudáveis como frutas, vegetais, azeite e oleaginosas, ricos em fibras, vitaminas, ácidos gordos insaturados e polifenóis são os fatores que mais contribuem para o impacto positivo destas dietas, possuindo um efeito anti-inflamatório (melhorando o perfil de marcadores inflamatórios em circulação e de adipocinas) e um efeito modificador da microbiota. No entanto, a exclusão dos alimentos de origem animal da alimentação leva a menores níveis de vitamina B12 e de ácidos-gordos ómega-3, o que contribui para um estado pró-inflamatório e um aumento do risco cardiovascular. Conclusão: As dietas baseadas em plantas demonstram ter benefícios para a saúde, contribuindo para a prevenção da síndrome metabólica e melhoria dos marcadores cardiovasculares e metabólicos, sobretudo quando constituídas por alimentos de origem vegetal saudáveis e quando praticadas de uma forma moderada. A exclusão dos alimentos de origem animal (sobretudo da carne e do peixe) da dieta, assim como o consumo de alimentos baseados em plantas processados e aditivados pode contribuir para um aumento da prevalência da síndrome metabólica e seus marcadores.
- Anorexia Nervosa: O impacto no metabolismo ósseo nas mulheresPublication . Sousa, Matilde Barreto de Sá e; Oliveira, Maria Elisa Cairrão Rodrigues; Barros, Rui Filipe Ribeiro deIntrodução: Anorexia nervosa (AN) é uma doença do foro psiquiátrico que afeta predominantemente o sexo feminino numa relação de 9 por cada 10 casos. Tendo em conta a epidemiologia desta perturbação, que se inicia principalmente na adolescência, torna-se essencial perceber, não só os efeitos nefastos imediatos, mas também os que aportam consequências para a vida adulta. Face a esta problemática é de salientar que a perda de densidade mineral óssea (DMO) é uma das consequências não reversíveis da AN, sendo das mais impactantes por ocorrer logo na fase precoce da doença. Neste sentido, é importante inferir os efeitos no metabolismo ósseo e o papel das hormonas neste processo de modo a perceber quais os riscos futuros de alguém que padece desta perturbação, possibilitando uma investigação e intervenção adequada e atempada. Assim, este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica sobre o possível impacto da AN no metabolismo ósseo. Metodologia: Através da base eletrónica PubMed/MEDLINE foi feita uma pesquisa e selecionados artigos entre 2013 e 2023 em inglês. Os termos da pesquisa foram: “anorexia” and “bone metabolism”. Os critérios de inclusão utilizados foram: artigos em inglês; artigos originais; artigos publicados nos últimos 10 anos (entre 2013-2023); população do estudo contendo indivíduos do sexo feminino com AN, sem serem aplicadas restrições quanto à idade. Os critérios de exclusão utilizados foram: artigos que incidem maioritariamente sobre outras patologias que não a AN; artigos que incidiam maioritariamente sobre o tratamento da AN; artigos sem acesso; artigos publicados fora do intervalo de pesquisa. Adicionalmente, para a elaboração do tópico 5.4. “Importantes adaptações hormonais na AN” foram também incluídos artigos de revisão, uma vez que, as informações referentes a algumas hormonas já haviam sido amplamente discutidas. Resultados e Conclusões: De uma forma geral, existe uma forte correlação entre a AN e o metabolismo ósseo. Importa aprofundar os conhecimentos adquiridos até à data relativamente a esta temática na tentativa de prevenir o impacto negativo da AN no tecido ósseo. Note-se que os efeitos na DMO são uma das consequências não reversíveis da AN, sendo das mais impactantes por ocorrer logo na fase precoce da doença.
