FCSH - DPE | Dissertações de Mestrado e Teses de Doutoramento
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Browsing FCSH - DPE | Dissertações de Mestrado e Teses de Doutoramento by Subject "Abuso e Dependência de Álcool Ou Outras Drogas"
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- Adaptação portuguesa de instrumentos de avaliação da saúde mental e comportamentos aditivos na população reclusaPublication . Cabral, Márcio António Mateus Canhoto; Cunha, Ana Isabel Silva Santos Barbosa; Loureiro, Manuel Joaquim da SilvaOs objetivos da presente investigação consistem na tradução para português europeu de três instrumentos de rastreio da saúde mental e validação à população reclusa portuguesa. Vários estudos efetuados em Estabelecimentos Prisionais são unanimes em referir que, em relação à comunidade em geral, a doença mental na população reclusa está sobre representada (Brink, Doherty, & Boer, 2001; Fazel & Seewald, 2012; Ford & Trestman, 2005; Martin, Colman, Simpson, & McKenzie, 2013; Steadman, Osher, Robbins, Case, & Samuels, 2009; Teplin, 1990), o que estabelece um desafio às instituições prisionais, lidar com o influxo de sujeitos que entram no sistema já com sintomatologia patológica enquanto implementam medidas de controlo e manutenção da ordem prisional. Os instrumentos selecionados incluem as perturbações mentais mais associadas à população reclusa, o MSSI-SA é composto por 16 itens e avalia o abuso e dependência de AOD, o BJMHS é composto por oito itens e é válido para perturbações da esquizofrenia, bipolaridade e depressão major e o CMHS-M/W tem versões distintas para o género, com 8 e 12 itens (mulheres e homens, respetivamente) e está validado para a depressão, ansiedade, PSPT, algumas desordens de personalidade, ou qualquer outra doença mental encoberta. A interpretação dos resultados obtidos nesta investigação permite inferir que as versões experimentais apresentam critérios de consistência interna ajustados para a população reclusa portuguesa, sendo o valor de ? para a escala feminina, escala masculina e escala completa o seguinte: para o MSSI-SA o resultado foi 0.94, 0.96 e 0.95, respetivamente, para o BJMHS foi 0.64, 0.64 e 0.61, respetivamente, para CMHS-W (escala feminina) foi 0.83 e para o CMHS-M (escala masculina) foi 0.79. Verifica-se uma correlação positiva e estatisticamente significativa entre os scores do BJMHS e do CMHS-W/M, tendo sido para mulheres e homens, [r (72) = .74, p < .001] e [r (116) = .69, p < .001], respetivamente, o que permite inferir que apresentam validade de critério concorrente. O cruzamento entre a informação prestada pelos entrevistados e o ponto de corte dos instrumentos de rastreio da saúde mental permitiu identificar que tanto o MSSI-SA como o BJMHS referenciaram todos os sujeitos diagnosticados nos serviços prisionais por abuso ou dependência de AOD e perturbação mental, respetivamente, já no CMHS-W a percentagem de falsos negativos foi 4.2% e no CMHS-M foi 5.2%. Em suma, o análise estatística inferencial dos resultados permitem interpretar que os três instrumentos breves de rastreio da saúde mental estão ajustados para a população reclusa portuguesa, no entanto, futuras investigações deverão incidir no apuramento dos falsos negativos e falsos positivos por meio de entrevistas de diagnóstico de acordo com os critérios do DSM-V ou do CID-10.