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- Crenças sobre fumar e seu impacto no comportamento tabágico em adolescentes portuguesesPublication . Lins, Raphaela Priscilla Santos; Vitória, Paulo dos Santos Duarte; Nunes, Célia Maria PintoO consumo de tabaco é classificado pela OMS como uma pandemia global, responsável por cerca de 10 milhões de mortes anuais e considerado como a principal causa evitável de doença e morte. A iniciação do consumo de tabaco acontece principalmente na adolescência e, quanto mais precocemente ocorrer, mais graves serão as consequências para a saúde. Conhecer melhor este comportamento, em especial na adolescência, é fundamental para desenvolver programas efetivos de prevenção que evitem ou atrasem a iniciação, o uso regular e a dependência de tabaco. O presente estudo transversal, teve como finalidade investigar o impacto das crenças sobre fumar no comportamento tabágico dos jovens portugueses. Foi aplicado um questionário, já validado para essa população, em uma amostra representativa dos alunos do 3º Ciclo e do Secundário de Portugal Continental, constituída por 3961 participantes, de 31 escolas selecionadas aleatoriamente, dos quais 58,6% do sexo feminino, com idades compreendidas entre 12 e 21 anos (15,5± 1,82). A maioria dos participantes (61,2%) afirmou nunca ter experimentado fumar, 38,8% já experimentaram e 10,5% são fumadores regulares (fuma pelo menos uma vez por semana). A idade de iniciação do comportamento tem um pico de aumento a partir dos 12 anos. A grande maioria (70,8%) declarara não ter intenção de fumar no futuro. Através da Análise Fatorial das Crenças obteve-se três fatores “Crenças Pro” (favoráveis a fumar), “Crenças Pro S” (favoráveis a fumar por motivos sociais) e “Crenças Contra” (desfavoráveis a fumar). Os participantes que não tinham intenção de fumar no futuro apresentam resultados significativamente mais elevados nas “Crenças Contra” e menos elevados nas “Crenças Pro” e “Crenças Pro S”. Comparando os participantes que nunca fumaram com os que já experimentaram, os primeiros têm resultados significativamente mais baixos nas “Crenças Pro” e mais elevados nas “Crenças Contra” e nas “Crenças Pro S” (neste caso, contrariando o que seria esperado). A relação entre o comportamento e a intenção foi positiva, significativa e moderada. As respostas aos itens das crenças revelam que muitos jovens têm crenças erradas ou têm dúvidas (respostas “não sei”) sobre os efeitos de fumar. A análise da relação dos itens (crenças) com o comportamento tabágico indica que os itens das crenças “Pro” têm uma associação mais forte com o comportamento tabágico, com destaque para as crenças que associam o fumar ao relaxamento. Concluindo, uma percentagem considerável de jovens já experimentou fumar e já fuma regulamente. As diferenças entre jovens que nunca fumaram e os que já experimentaram fumar indicam pistas importantes para prevenir o comportamento tabágico. Entre estas pistas destacamos as que sugerem a importância de respostas adequadas de gestão das emoções e do stress. Por fim, constatou-se que os programas de prevenção devem 1) continuar a informar os jovens sobre as consequências prejudiciais do fumo, 2) combater informações erradas sobre os seus supostos benefícios e 3) promover comportamentos individuais mais adequados e medidas de saúde pública mais efetivas com o objetivo de facilitar o modo como os jovens lidam com as suas necessidades e dificuldades, nomeadamente, a gestão das emoções e do stress.