Repository logo
 
No Thumbnail Available
Publication

Crenças sobre fumar e seu impacto no comportamento tabágico em adolescentes portugueses

Use this identifier to reference this record.
Name:Description:Size:Format: 
8636_18523.pdf1.64 MBAdobe PDF Download

Abstract(s)

O consumo de tabaco é classificado pela OMS como uma pandemia global, responsável por cerca de 10 milhões de mortes anuais e considerado como a principal causa evitável de doença e morte. A iniciação do consumo de tabaco acontece principalmente na adolescência e, quanto mais precocemente ocorrer, mais graves serão as consequências para a saúde. Conhecer melhor este comportamento, em especial na adolescência, é fundamental para desenvolver programas efetivos de prevenção que evitem ou atrasem a iniciação, o uso regular e a dependência de tabaco. O presente estudo transversal, teve como finalidade investigar o impacto das crenças sobre fumar no comportamento tabágico dos jovens portugueses. Foi aplicado um questionário, já validado para essa população, em uma amostra representativa dos alunos do 3º Ciclo e do Secundário de Portugal Continental, constituída por 3961 participantes, de 31 escolas selecionadas aleatoriamente, dos quais 58,6% do sexo feminino, com idades compreendidas entre 12 e 21 anos (15,5± 1,82). A maioria dos participantes (61,2%) afirmou nunca ter experimentado fumar, 38,8% já experimentaram e 10,5% são fumadores regulares (fuma pelo menos uma vez por semana). A idade de iniciação do comportamento tem um pico de aumento a partir dos 12 anos. A grande maioria (70,8%) declarara não ter intenção de fumar no futuro. Através da Análise Fatorial das Crenças obteve-se três fatores “Crenças Pro” (favoráveis a fumar), “Crenças Pro S” (favoráveis a fumar por motivos sociais) e “Crenças Contra” (desfavoráveis a fumar). Os participantes que não tinham intenção de fumar no futuro apresentam resultados significativamente mais elevados nas “Crenças Contra” e menos elevados nas “Crenças Pro” e “Crenças Pro S”. Comparando os participantes que nunca fumaram com os que já experimentaram, os primeiros têm resultados significativamente mais baixos nas “Crenças Pro” e mais elevados nas “Crenças Contra” e nas “Crenças Pro S” (neste caso, contrariando o que seria esperado). A relação entre o comportamento e a intenção foi positiva, significativa e moderada. As respostas aos itens das crenças revelam que muitos jovens têm crenças erradas ou têm dúvidas (respostas “não sei”) sobre os efeitos de fumar. A análise da relação dos itens (crenças) com o comportamento tabágico indica que os itens das crenças “Pro” têm uma associação mais forte com o comportamento tabágico, com destaque para as crenças que associam o fumar ao relaxamento. Concluindo, uma percentagem considerável de jovens já experimentou fumar e já fuma regulamente. As diferenças entre jovens que nunca fumaram e os que já experimentaram fumar indicam pistas importantes para prevenir o comportamento tabágico. Entre estas pistas destacamos as que sugerem a importância de respostas adequadas de gestão das emoções e do stress. Por fim, constatou-se que os programas de prevenção devem 1) continuar a informar os jovens sobre as consequências prejudiciais do fumo, 2) combater informações erradas sobre os seus supostos benefícios e 3) promover comportamentos individuais mais adequados e medidas de saúde pública mais efetivas com o objetivo de facilitar o modo como os jovens lidam com as suas necessidades e dificuldades, nomeadamente, a gestão das emoções e do stress.
Tobacco use is classified by the WHO as a global pandemic, responsible for about 10 million deaths annually and considered to be the main preventable cause of illness and death. The initiation of tobacco consumption occurs mainly in adolescence and, the earlier it occurs, the more serious the health consequences will be. A better understanding of this behavior, especially in adolescence, is essential to develop effective prevention programs that avoid or delay the initiation, regular use, and dependence of tobacco. This cross-sectional study aimed to investigate the impact of beliefs about smoking on the smoking behavior of young Portuguese people. A survey, already validated for this population, was applied to a representative sample of students from the 3rd Cycle and Secondary School of Mainland Portugal, consisting of 3961 participants, from 31 randomly selected schools, of which 58.6% were female, aged between 12 and 21 years (Mean age = 15.5±1.82). Most participants (61.2%) said they had never tried smoking, 38.8% had already tried it and 10.5% were regular smokers (smoke at least once a week). The increase of behavior initiation has a peak starting at 12 years old. Regarding the intention to smoke in the future, 70.8% declared they had no intention. Through the Factorial Analysis of Beliefs, three factors were obtained “Pro Beliefs” (in favor of smoking), “Pro S Beliefs” (in favor of smoking for social reasons) and “Against Beliefs” (against smoking). Participants who had no intention to smoke in the future had significantly higher scores on “Against Beliefs” and lower scores on “Pro Beliefs” and “Pro S Beliefs”. Comparing participants who had never smoked with those who had already tried, the former has significantly lower results in "Pro Beliefs" and higher in "Against Beliefs" and "Pro S Beliefs" (in this case, contrary to what would be expected). The relationship between behavior and intention was positive, significant, and moderate. The answers to the beliefs’ items reveal that many young people have wrong beliefs or have doubts (“don't know” answers) about the effects of smoking. The relationship of items (beliefs) with smoking behavior indicates that items “Pro Beliefs” have the stronger association with smoking behavior, with emphasis on items that associate smoking with relaxation. In conclusion, a considerable percentage of young people have tried smoking and are already smoking regularly. The differences between young people who have never smoked and those who have tried smoking indicate important clues to prevent smoking behavior. Among these clues, we highlight those that suggest the importance of adequate responses for managing emotions and stress. Finally, these results suggest that prevention programs should 1) continue to inform young people about the harmful consequences of smoking, 2) address misinformation about its supposed benefits, and 3) promote more appropriate individual behaviors and more effective public health measures to facilitate the way in which young people deal with their needs and difficulties, namely, the management of emotions and stress.

Description

Keywords

Comportamento Tabágico Crenças Sobre Fumar Intenção de Fumar Prevenção do Comportamento Tabágico

Citation

Research Projects

Organizational Units

Journal Issue