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- Em nome delas: de histérica a histórica - A mulher como sujeito mitológico na gênese do pensamento ocidentalPublication . Torquato, Luísa Cota; Manso, José Henrique Rodrigues; Veiga, SuzanaDocumentada desde o princípio pela perspectiva masculina, a história da humanidade confrontase com a metade da sociedade que pouco foi descrita como agente atuante: as mulheres. E delas muito se falou, muito se idealizou; em contrapartida muitas de suas vozes foram silenciadas, por séculos. No intuito de observar a história pela perspectiva também das mulheres que muito agiram, questionamos como a mulher se constrói subjetivamente como ser social, e se estes mesmos parâmetros se mantêm atuais. Partimos da época clássica analisando o mito de Deméter e sua Perséfone, e percorremos diversos períodos, centrando-nos na história das mulheres tal como foi difundida, e apontando onde e como as mulheres agiam. No entanto outras ciências como a Arqueologia e a Antropologia são utilizadas como ferramentas fundamentais na análise da narrativa histórica, não somente da forma escrita e falada, como também pictórica. Da mitologia clássica traçamos um caminho até a cultura mais recente, ao analisar algumas representações femininas, principalmente as imagens da Virgem Maria e Maria Madalena, que resumem dois dos principais eixos arquetípicos da construção social feminina: as mulheres bem aceites e as mulheres postas às margens. Das mulheres marginalizadas caminhamos um pouco mais através da Psicologia e da Psicanálise, trazendo à tona as novas estratégias utilizadas pelo campo médico no enclausuramento das mulheres. Grandes cientistas tentaram provar o que a história já há muito suspeitava: somos sujeitos socialmente construídos, apesar da inscrição biológica inata, que em nada altera o ser mulher atual. Busca-se assim com este trabalho contribuir para a reorientação da perspectiva histórica ao incluir a mulher também como agente, ao mesmo tempo que questionamos a sua construção enquanto ser social.