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Serra, Joaquim Mateus Paulo

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Now showing 1 - 10 of 15
  • Informação e sentido. Uma abordagem problemática do conceito de informação
    Publication . Serra, Paulo
    Grande parte dos teorizadores da "sociedade da informação" - que partilha, com os iluministas, da crença optimista de que o conhecimento tem um carácter auto-formador e emancipatório -, tende a pensar que mais informação leva, necessariamente, a um acréscimo de conhecimento. No entanto, e a acreditarmos em autores como Postman e Baudrillard - que podemos considerar, neste aspecto, como paradigmáticos -, o acréscimo de informação não só não acarreta um acréscimo de conhecimento como conduz, mesmo, ao seu decréscimo; assim, e para citarmos a conhecida fórmula de Baudrillard, "estamos num universo em que existe cada vez mais informação e cada vez menos sentido", em que "à "inflação da informação"corresponde uma "deflação do sentido". [...]
  • A transmissão da informação e os novos mediadores
    Publication . Serra, Paulo
    Se o mestre e o enciclopedista aparecem como as figuras típicas, que não exclusivas, da mediação da informação entre os Antigos e os Modernos, o jornalista aparece como a figura típica, mais uma vez não exclusiva, dessa mesma mediação na sociedade contemporânea. A nossa tese, a este respeito é a de que, numa sociedade em que a informação se tornou cada vez mais complexa e especializada, confinando os cidadãos a “círculos informativos” cada vez mais restritos, colocando a sociedade perante o risco da fragmentação absoluta e, no limite, da sua própria destruição - lembremos, a este respeito, a posição de Tocqueville acerca da importância dos jornais na democracia americana –, coube ao jornalista assumir o papel que o enciclopedista traçara para si próprio nos alvores da Modernidade mas que o desenvolvimento das ciências e das tecnologias tornaria, a breve trecho, totalmente impossível: o da selecção, organização e transmissão de uma informação mais ou menos geral, acessível a todos e a todos dirigida. O problema é, no entanto, e para recorremos a categorias postas em circulação pelos autores da Encyclopédie, o de saber se é possível tornar acessível, a todos, uma informação destinada a “conservar o memorável” e a “instruir” e, simultaneamente, a contribuir para o cumprimento das exigências de transparência da coisa pública e de participação política que são as exigências básicas da democracia e do político. […]
  • O design na era da informação
    Publication . Serra, Paulo
    Talvez a maneira mais geral de definir o design seja dizer que ele é a actividade que consiste em projectar uma “forma”, para a corporizar numa determinada “matéria”, em vista de uma certa “função”, mediante a “técnica” adequada. Mas uma tal definição dá como evidentes significados que estão em questão pelo menos desde os gregos: “forma”, “matéria”, “função”, “técnica”. Dos autores contemporâneos que procuraram interrogar uma tal evidência, Heidegger ocupa, sem dúvida, um lugar especial. Por isso mesmo, a nossa interrogação sobre o que é design começa por uma análise da reflexão heideggeriana sobre a técnica – indissociável, ela própria, de uma reflexão sobre a natureza.2 Essa análise acaba por nos conduzir à cibernética como apogeu da técnica, como o momento em que a técnica se torna manipulação da informação e, reciprocamente, o “real” se transforma em informação manipulável. O que acontece, em tal situação, aos significados acima referidos, e por extensão, ao próprio conceito de design? Porque se torna um tal conceito tão decisivo precisamente em tal situação? […]
  • Informação e Sentido. O estatuto epistemológico da informação
    Publication . Serra, Paulo
    Para de algum modo justificarmos a escolha do tema da informação gostaríamos de, à semelhança do prefácio de As Palavras e as Coisas!, começar esta introdução dizendo que o presente trabalho se inspira num texto de Jorge Luís Borges - mais concretamente, numa das suas "novas inquirições" - em que o escritor argentino refere a história do imperador chinês Shih Huang Ti que, tendo vivido no século III a.C. e tendo-se auto-cognominado "O Primeiro", ordenou, por um lado, a edificação da Muralha da China e, por outro lado, que se queimassem todos os livros que mencionassem os imperadores que o tinham antecedido. Na dupla ordem do imperador vê Borges a tentativa de controlar, simultaneamente, o espaço e o tempo, reduzindo a realidade a um aqui e agora imune à corrupção das coisas e à mortalidade dos homens - numa palavra, a toda e qualquer mudança; reconstituir-se-ia, assim, de certa forma, o mundo como era, como deveria ter sido, no seu início. [...]
  • Lévinas e o repensar do estatuto da sensibilidade
    Publication . Serra, Paulo
    Na tradição filosófica e científica ocidental, que também aqui segue a doxa mais elementar, a visão tem funcionado não só como metonímia dos sentidos - percepcionar é ver - mas também como metáfora do conhecimento - conhecer é ver - e, por isso mesmo, em ultima análise como fundamento do próprio ser - esse est percipi, segundo o conhecido dito de Berkeley. Não faltam exemplos ilustrativos deste predomínio epistemológico e ontológico da visão, deste verdadeiro “oculocentrismo”.
  • Internet e interactividade
    Publication . Serra, Paulo
    Apesar do downsizing que, neste momento, afecta a generalidade das dot-coms, o número de utilizadores da Internet não tem deixado de aumentar de forma gradual e sustentada, criando uma audiência potencial cada vez mais significativa, em que se destaca, claramente, população mais jovem. Ao mesmo tempo, a qualidade dos conteúdos presentes na Internet – texto, imagem fixa ou em movimento, grafismo, som – não tem parado de crescer, tanto no que se refere à sua matéria como à sua forma. Não admira, assim, que a Internet tenha vindo a tornar-se um meio de comunicação cada vez mais importante, a anos-luz da velha Arpanet dos anos 70, limitada a meia dúzia de investigadores e ao texto escrito. […]
  • Informação e democracia: o sentido da crítica rousseauniana da informação
    Publication . Serra, Paulo
    A aceitarmos a tese de Hegel segundo a qual, e sendo que “a verdade é o todo”, toda a afirmação contém a sua própria negação, podemos ser tentados a ver a obra de Rousseau como a negação da afirmação iluminista e enciclopedista, ao denunciar a “corrupção dos costumes” como o resultado necessário a que conduz “o restabelecimento das ciências e das artes” – mais correcto seria dizer a difusão generalizada da informação sobre elas - e ao exigir o regresso ao “conhece-te a ti mesmo” e à essencialidade das verdades éticas em detrimento do saber científico e da informação em geral. O interesse da posição de Rousseau, que ultrapassa em muito o próprio Rousseau – de facto, ela prenuncia e inspira subterraneamente a posição de muitos dos que, como Heidegger, Adorno e Horkheimer, Baudrillard e Postman, para só referirmos alguns, têm feito a crítica da cultura contemporânea -, reside primariamente no facto de ela corporizar, ainda hoje, a crítica mais radical a uma certa forma de entender a informação - Baudrillard fala, a propósito, em “mito” - que se prolonga na actualidade. [...]
  • Jornalismo Online
    Publication . Fidalgo, António; Serra, Paulo
  • O teletrabalho - conceito e implicações
    Publication . Serra, Paulo
    Conhecer a natureza para a dominar- tal é a divisa da revolução científica europeia dos séculos XVI e XVII, de que Bacon é um dos arautos. Esta divisa prenunciava, desde logo, o advento de um "novo mundo", baseado na progressiva união entre a ciência e a técnica. Esse "novo mundo" traria o bem-estar, a abundância e a felicidade a todo o género humano, construindo uma sociedade mais livre, mais igualitária e mais fraterna. Com a Revolução Industrial, nos séculos XVIII/XIX, tal sonho parece começar a tomar forma. No entanto, rapidamente o sonho começa, nalguns aspectos, a tornar-se pesadelo: a falta de casas e/ou as más condições de habitabilidade, o trabalho infantil e feminino, as longas jornadas de trabalho, os baixos salários, a falta de condições de segurança no trabalho, de assistência médica e de segurança social, a anomia, a desorganização familiar, as greves, a destruição da maquinaria, etc. É a época da chamada "questão social", do triunfo das doutrinas socialistas e comunistas, dos sindicatos, dos conflitos sociais que parecem ameaçar a própria sobrevivência da sociedade. [...]
  • A Internet e o mito da visibilidade universal
    Publication . Serra, Paulo
    A existência dos homens como “seres vivos políticos” (zoon politikon) pressupõe, antes de mais, a visibilidade de uns perante os outros no quadro de um espaço comum. Nas sociedades modernas, com as suas cidades, os seus estados nacionais e as suas organizações supranacionais, esse espaço tornou-se, cada vez mais, um espaço virtual, assegurado nos e pelos media. Neste espaço virtual - como, aliás, no espaço “real” que o antecedeu e com ele coexiste – a regra tem sido a particularidade e a desigualdade em termos daquela visibilidade; uma situação que, ainda que a propósito da “ordem do discurso”, foi oportunamente tematizada por Foucault. A Internet, e em particular a world wide web, foi antevista, pelos seus fundadores, como um “espaço” que, dada a sua infinidade virtual, derivada da sua virtualidade infinita, permitiria, finalmente, assegurar a universalidade e a igualdade em termos de visibilidade. Pretendemos, na nossa comunicação, demonstrar que o funcionamento dos sistemas automáticos de busca de informação, mais concretamente dos motores de busca, assenta em critérios de relevância que impedem, desde logo, a efectivação de tal universalidade e tal igualdade; que, no fundo, a Internet não representa, neste aspecto, senão a velha política por novos meios.