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A História do Cinema tem início nos finais do século XIX, em sociedades europeias heterogéneas, com uma estrutura patriarcal comum entre si. Estudar as propostas feministas aplicadas à sétima arte coincide portanto com uma reflexão em torno dos reconhecidos estereótipos e arquétipos com os quais a feminilidade terá sido conotada, e com a denúncia de objectificações gratuitas e discriminações por razões de género. Recuperam-se, deste modo, e como valor compensatório, artistas esquecidas ou nunca devidamente reconhecidas, eliminadas dos manuais e arquivos históricos — o que adquire maior relevância no contexto de uma cinematografia minoritária, como a realizada em Portugal. Promovem-se, simultaneamente, debates que voltam a questionar a insustentável indefinição de uma sensibilidade artística feminina, com contornos de misticismo.
A investigação que aqui sintetizamos parte assim de questões como as enunciadas para procurar delimitar, em primeira instância, o processo que ditou a passagem das mulheres dos tradicionais postos de assistência secundária (na produção, fotografia, montagem, cenografia, guião) à realização de cinema. Nessa fase, constata-se o abandono do lugar do outro — objecto indecifrável a quem se dedica um poema, um olhar ou uma distante tentativa de compreensão — para passar, ela própria, a ser eleita, observada ou entendida por si. Nesse sentido, sublinhe-se que os feminismos não denunciaram “apenas” os não-lugares da mulher na arte, possibilitando antes, e essencialmente, a sua lenta e difícil entrada num universo masculino. O cinema, enquanto meio de comunicação com maiores ou menores dimensões artísticas, pode assim, no nosso entender, auxiliar a constituição de sociedades mais justas e igualitárias. Por essa razão, pretendemos observar as imagens em movimento criadas por mulheres, em Portugal, analisando o poder do seu olhar.
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Keywords
Cinema - Papel da mulher - Portugal Cinema - Invisibilidade feminina - Portugal Cinematografia minoritária - Discriminação de género