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COVID-19,Work-Related Quality of Life and Psychosocial Risks through the Lens of Gender and Sexual Orientation in Brazil

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Abstract(s)

The coronavirus pandemic has resulted in an emergency health crisis, in addition to having far-reaching economic, organizational and psychosocial impacts, with previously more vulnerable populations such as people from sexual and gender minorities appearing to be most affected. In this sense, the present dissertation chose to carry out two different studies, which would investigate some of these impacts focusing in a Brazilian population. The first was a study of quantitative nature and focused on gender perspectives, evaluating aspects related to work-related quality of life (WRQoL) during the pandemic in a sample of Brazilian nationals composed of 190 women and 147 men. Results showed that women reported significantly higher levels of COVID-19- related fears, and lower levels of overall WRQoL, well-being, career satisfaction, and control over work. Gender, fear, and the negative impacts of COVID-19 were significant predictors of overall WRQoL, of career satisfaction, and of control over work. The second study was of qualitative nature and sought to give voice to sexual minorities, contemplating the perceptions of 65 lesbian, gay and bisexual (LGB) Portuguese and Brazilian people regarding the psychosocial impacts of the pandemic on their lives. The thematic analysis of participants' responses revealed 9 recurring themes, encompassing 18 subcategories to occur: mental health (depression, anxiety, fear, anger, and loneliness), isolation (social distancing and leisure impediments), relationships (family and friends), work -related problems, education-related problems, financial problems, changes (behavioral changes and opportunity to grow), coping (seeking support, accessing information and physical activities), and LGBTQI topics (health barriers, going back into the closet, pride celebration events , and online dating). The results of this dissertation seek to contribute to the analysis of the psychosocial effects of the COVID19 pandemic on the increased vulnerabilities of sexual and gender minorities in Brazilian context, demonstrating specific challenges exacerbated by preexisting social inequalities.
A pandemia do coronavírus resultou em uma crise emergencial de saúde, além de ter impactos econômicos, organizacionais e psicossociais abrangentes (Amsalen, et al., 2021; Ashraf, 2020; Dubey, et al., 2020; International Labour Organization, 2021), sendo que as populações anteriormente mais vulneráveis, como as pessoas de minorias sexuais e de género, parecem ser as mais afetadas (Del Boca et al., 2020; Farré et al., 2020; Moore, et al., 2021; Ruprecht, et al., 2020). Nesse sentido, para a presente dissertação optou-se pela realização de dois estudos distintos, que indagassem algumas dessas disparidades durante a pandemia, focando no entendimento dessas questões na população brasileira. Ambos os projetos foram aprovados pela Comissão de Ética da Universidade da Beira Interior (CEUBI-Pj-2020-088). O primeiro estudo, de origem quantitativa, focou-se nas minorias de género e tencionava avaliar os aspetos do contexto organizacional e da qualidade de vida relacionada com o trabalho (QVRT) durante a pandemia, já que as mudanças no trabalho geradas pela pandemia do coronavírus parecem impactar desproporcionalmente homens e mulheres (Del Boca et al., 2020; Farré et al., 2020; Matos et al., 2020). Partindo desse pressuposto, a escolha de uma amostra brasileira deve-se ao fato do Brasil ser um país que tradicionalmente tem demonstrado desigualdades de género, emprego (OXFAM Brasil, 2018) e QVRT (Bachion Ceribeli et al., 2016). Além disso, até onde sabemos, nenhum estudo brasileiro focou na avaliação da QVRT durante a pandemia na lente do género. Uma amostra brasileira por conveniência composta por 190 mulheres e 147 homens concluiu um inquérito online contendo a escala Medo da COVID-19, a escala de Impacto Negativos da COVID-19 e a escala de Qualidade de Vida Relacionada com o Trabalho, que demonstraram uma excelente consistência interna: a = 0,87, 0,87 e 0,93 respetivamente. Para a análise dos dados, foram calculadas as estatísticas descritivas para avaliar o perfil da amostra, testes t e ANOVAs para a comparação entre os gêneros, testes de correlação de Pearson para avaliar a associação entre as variáveis e regressões lineares múltiplas para avaliar os fatores preditivos da QVRT na amostra. As mulheres reportaram níveis significativamente mais elevados de medos relacionados com a COVID-19 e níveis mais baixos de QVRT global, bem-estar, satisfação na carreira e controlo sobre o trabalho. Encontrou-se correlação positiva da QVRT com todas as outras dimensões da mesma escala, e uma correlação negativa da QVRT com o medo e com o impacto negativo do COVID-19. O género, o medo e os impactos negativos da COVID-19 foram preditores significativos da QVRT global (13,4% de variação), satisfação na carreira (10% de variação) e controlo sobre o trabalho (3% da variação). O segundo estudo, de natureza qualitativa, procurou dar voz às minorias sexuais, contemplando as perceções de pessoas lésbicas, gays e bissexuais (LGB) quanto aos impactos psicossociais da pandemia em suas vidas. Neste projeto, optou-se pela inclusão de brasileiros e portugueses, uma vez que em Portugal, apesar de várias conquistas políticas, na realidade, essas pessoas ainda enfrentam preconceito sexual (Pereira e Monteiro, 2017). No Brasil, esse contexto é ainda mais preocupante, já que este é um dos países com maior índice de crimes por homofobia, e as leis e medidas destinadas a proteção dos direitos da comunidade LGBT ainda são ineficazes (Mello, et al., 2014). Participou neste estudo uma amostra de conveniência de 65 indivíduos LGB, sendo que 32 participantes eram de Portugal e 33 do Brasil. Utilizou-se a abordagem de entrevista online num formato assíncrono. Todos os inquiridos concluíram um inquérito estruturado com questões sociodemográficas e uma única questão aberta: "Como pessoa pertencente a uma minoria sexual, por favor desenvolva como a pandemia da COVID-19 impactou a sua vida". A análise temática das respostas dos participantes, revelou nove temas recorrentes, abrangendo 18 subcategorias a ocorrer: saúde mental (depressão, ansiedade, medo, raiva e solidão), isolamento (distanciamento social e impedimentos de lazer), relacionamentos (familiares e amigos), problemas relacionados com o trabalho, educação, dinheiro, alterações (mudanças comportamentais e oportunidade de crescer), coping (procurar apoio, aceder a informações e atividades físicas) e questões LGB (barreiras de saúde, voltar ao armário, eventos de celebração do orgulho e namoro). Os resultados desta dissertação procuram contribuir para a análise dos efeitos da pandemia COVID-19 no aumento das vulnerabilidades de minorias sexuais e de género no Brasil, demonstrando os desafios específicos exacerbados por desigualdades sociais preexistentes e apontam para a urgência em colocar essas questões no centro das estratégias, através de políticas públicas mais inclusivas e práticas clínicas que promovam a diminuição do fardo das minorias sexuais e de género a longo prazo.

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Brazil Covid-19 Gender Lgbtqi Psychosocial Impacts Work-Related Quality of Life

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