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Esclerose mĂșltipla e qualidade de vida : o efeito do apoio social

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AtĂ© aos anos 60 do sĂ©culo passado, o estado de saĂșde de uma população estimava-se, quase exclusivamente, em termos de mortalidade e morbilidade. Contudo, o aumento das doenças crĂłnicas influenciou a mudança de uma visĂŁo de tradição clĂ­nica da saĂșde para uma visĂŁo de saĂșde pĂșblica, permitindo a afirmação de um paradigma epidemiolĂłgico complementar ao paradigma biomĂ©dico. Este caminho reflete o interesse dos investigadores em medir os resultados e benefĂ­cios em saĂșde das pessoas e populaçÔes, assim como o seu impacto na vida dos doentes e suas famĂ­lias. Esta mudança de atitude dos investigadores tem por base o princĂ­pio de que uma boa saĂșde Ă© um indicador universal de qualidade de vida, porque uma vida com qualidade, em geral, pode tornar as pessoas mais saudĂĄveis. Neste sentido, a avaliação da qualidade de vida relacionada com a saĂșde Ă© um meio importante para estudar parte dos efeitos das doenças crĂłnicas sobre as pessoas. A qualidade de vida relacionada com a saĂșde Ă© uma variĂĄvel de resultado importante nos estudos sobre as doenças crĂłnicas. O primeiro estudo sobre esclerose mĂșltipla e qualidade de vida foi publicado em 1992, revelando que este tipo de pesquisa Ă© ainda relativamente recente. A esclerose mĂșltipla afeta o doente ao nĂ­vel comportamental, ao nĂ­vel do seu desempenho social, sobrecarregando a sua famĂ­lia com a necessidade de cuidados, com a perda de rendimento, com a necessidade de alteração das tarefas domĂ©sticas, com modificaçÔes nos papĂ©is sociais e nos relacionamentos familiares, com a necessidade de reforçar o apoio social ao doente e com a necessidade de engendrar estratĂ©gias de reação Ă s dificuldades diĂĄrias. Tendo em consideração a amplitude dos fatores que podem influenciar a qualidade de vida dos doentes com esclerose mĂșltipla, a investigação tem dedicado, nos Ășltimos 20 anos, alguma atenção Ă  função do apoio social na sua qualidade de vida. Os trabalhos sobre o efeito buffer do apoio social contra as condiçÔes psicossociais adversas da esclerose mĂșltipla demostraram que ele melhora a qualidade de vida e diminui os sintomas depressivos dos doentes. O objetivo central deste trabalho Ă© analisar o efeito buffer do apoio social na qualidade de vida e nos sintomas depressivos dos doentes, descrever as suas caracterĂ­sticas sociodemogrĂĄficas e incapacidades fĂ­sicas e relacionĂĄ-las com a qualidade de vida ligada Ă  saĂșde. Para isso, avaliĂĄmos as caraterĂ­sticas sociodemogrĂĄficas de 150 doentes com esclerose mĂșltipla, as suas incapacidades fĂ­sicas, a sua qualidade de vida, os sintomas depressivos e o apoio social recebido ou percecionado como disponĂ­vel. UsĂĄmos a regressĂŁo mĂșltipla para determinar o efeito das variĂĄveis sociodemogrĂĄficas, caraterĂ­sticas da doença e do apoio social na qualidade de vida dos doentes e nos sintomas depressivos. EncontrĂĄmos diferenças estatisticamente significativas entre a idade dos doentes, o nĂ­vel de escolaridade, a situação profissional, as incapacidades fĂ­sicas e a sua qualidade de vida. A idade, o nĂ­vel de escolaridade e o apoio psicolĂłgico determinam as variaçÔes estatisticamente mais significativas em todas as dimensĂ”es da qualidade de vida dos doentes com esclerose mĂșltipla. A idade, o nĂ­vel de escolaridade, o apoio psicolĂłgico, o tempo de evolução da doença e as formas progressivas da esclerose mĂșltipla determinam as variaçÔes estatisticamente mais significativas nos sintomas depressivos dos doentes. O apoio psicolĂłgico Ă© o fator com maior efeito sobre a qualidade de vida e sintomas depressivos dos doentes comparativamente com as caraterĂ­sticas sociodemogrĂĄficas, incapacidades fĂ­sicas e parĂąmetros da esclerose mĂșltipla. ConcluĂ­mos que os doentes mais jovens com melhores nĂ­veis de escolaridade, empregados, com menor tempo de evolução da esclerose mĂșltipla e menores incapacidades fĂ­sicas tĂȘm melhor qualidade de vida do que os outros doentes. No modelo testado, o apoio social Ă© o determinante mais importante da qualidade de vida e o fator com maior peso explicativo dos sintomas depressivos dos doentes com esclerose mĂșltipla.

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Keywords

Esclerose mĂșltipla - Incapacidade Esclerose mĂșltipla - Aspectos sociodemogrĂĄficos Esclerose mĂșltipla - Apoio social Esclerose mĂșltipla - Qualidade de vida Esclerose mĂșltipla - Sintomas depressivos

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Universidade da Beira Interior

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