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- O Ensino/Aprendizagem da Ginecologia – Obstetrícia em PortugalPublication . Lopes, Melina Carvalho; Neto, Isabel Maria Fernandes; Oliveira, José António Martinez Souto de; Paço, Arminda Maria Finisterra doIntrodução: Nas Escolas/Faculdades de Medicina do nosso país existem diversas metodologias pedagógicas que visam atingir os objetivos de ensino de forma homogénea para todos os alunos. Os planos curriculares diferem entre os vários cursos de Medicina do país, o que associado à diversidade de metodologias de ensino pode influenciar a forma de aprendizagem dos alunos, condicionando a sua perceção do seu nível de conhecimento. O principal objetivo deste trabalho consiste em avaliar as perceções de conhecimento dos conteúdos de Ginecologia e Obstetrícia por parte dos alunos dos cursos de Medicina do país e, se diferentes, relacioná-las com as metodologias de ensino utilizadas. Materiais e Métodos: Para a realização deste trabalho, foi estruturado um questionário de resposta online no programa Google Docs, o qual foi enviado para todos os alunos do 5º e/ou 6º ano, num total de 2164 alunos. Os dados foram coletados através desse programa e tratados com recurso ao Microsoft Office Excel 2007 e ao Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Foram calculadas as frequências absolutas e relativas e foi efetuada a análise estatística descritiva. Os cálculos de variância estatística foram realizados através do Teste one way Anova (p <0,005). Resultados: Na totalidade da população inquirida, os estudantes da Faculdade Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior tiveram uma maior adesão ao questionário, com 30% de respostas. Metade dos alunos sentem-se capacitados para resolver uma situação clínica básica de Ginecologia e Obstetrícia, com o conhecimento nesta área. Da mesma forma, 50% dos alunos, das diversas Escolas/Faculdades de Medicina, têm como perceção que o ensino que tiveram foi suficiente. A maioria dos alunos (64%) acha que o tempo de aprendizagem de Ginecologia e Obstetrícia é aceitável para alcançarem os seus conhecimentos básicos. Os docentes que ministraram esta área clínica eram maioritariamente médicos de carreira docente (52%). Na opinião dos alunos, os tutores mostravam-se capacitados (77%) e motivados (48%) para o ensino. Conclusão: Apesar dos métodos de ensino diferirem entre os vários cursos de Medicina na sua globalidade, os alunos sentem ter obtido um conhecimento de Ginecologia e Obstetrícia essencial e suficiente, considerando-se capacitados para resolver situações básicas desta área. A perceção de ensino e de aprendizagem por parte dos alunos não difere de forma significativa entre as diferentes Escolas/Faculdades, o que pode indicar que todos os cursos de Medicina atingem similares objetivos pedagógicos.
- A capacitação na consulta de medicina geral e familiarPublication . Vaz, Filipe Jerónimo Alves; Santiago, Luiz Miguel de Mendonça Soares; Carvalho, Francisco João NevesIntrodução: É importante estudar em Medicina Geral e Familiar o ganho que os consulentes adquirem após contacto com o médico de família, avaliando-se alterações da capacitação após este contacto e diferenças consoante o tempo decorrido desde a última consulta. O estudo teve como base um instrumento validado para o efeito, o Instrumento de Capacitação do Consulente, que resultou da tradução do Patient Enablement Instrument para a língua portuguesa. Metodologia: Este foi um estudo observacional, transversal, em que o Instrumento de Capacitação do Consulente foi aplicado oralmente a 290 utentes que aguardavam, na sala de espera do Centro de Saúde da Covilhã, por consulta com o(a) médico(a) de família. Registaram-se também os dados de cada paciente relativamente ao tempo decorrido desde a última consulta com o mesmo médico, idade, sexo, toma diária de medicamentos, grau de instrução, atividade profissional e se vivia, ou não, acompanhado(a). Resultados: Em 5 das 6 questões, as respostas mais vezes registadas foram “igual ou pior” e “igual ou menos”, com exceção da pergunta “capaz de se manter saudável”, em que os inquiridos responderam em igual número “melhor” e “igual ou pior”. Invariavelmente, as respostas menos vezes assinaladas foram “muito melhor” e “muito mais”. Nas questões “capaz de compreender a sua doença” (58,5% vs. 40,3%;p=0,018), “capaz de lidar com a sua doença” (62,8% vs. 45,2%;p=0,044) e “capaz de se ajudar a si próprio” (52,5% vs. 33,9%;p=0,028), os pacientes consultados há menos de 3 meses sentiam-se mais vezes “igual ou pior” ou “igual ou menos” comparativamente com os que haviam sido há mais de 6 meses. Identificaram-se também diferenças nas variáveis “grupo etário” (p=0,030), “toma diária de medicamentos” (p<0,001) e “ativo(a) profissionalmente” (p=0,039), em função do tempo decorrido desde a última consulta. Na pergunta “capaz de lidar com a sua doença” (71,3% vs. 38,5%;p=0,047), entre os utentes com idade igual ou superior a 65 anos, sentiam-se também eles mais vezes “igual ou pior” quando tinham tido consulta há menos tempo comparativamente com os que haviam tido há mais tempo. Discussão e conclusão: O aumento da capacitação após consulta com o(a) médico(a) de família é baixo de uma forma geral, apesar de mais marcado nos utentes que tinham tido pelo menos uma consulta nos últimos 3 meses, provavelmente devido a patologias crónicas. O Instrumento de Capacitação do Consulente está subaproveitado, sugerindo-se mais estudos para perceber melhor as alterações da capacitação na população portuguesa após uma consulta médica.
- Pesquisa de células inflamatórias em aspirados endometriais e sua correlação em situações patológicasPublication . Dionísio, Ana Catarina Mesquita; Meyer, Jayson William; Oliveira, José António Martinez Souto deObjetivos: Uma vez que na cavidade uterina acontecem fenómenos importantes como os relacionados com o estabelecimento da gravidez, o ambiente endometrial começou cedo a ser estudado, tendo sido evidenciado que no endométrio existe um processo inflamatório basal que possibilita que tudo ocorra como é suposto, ou seja que todas as funções do sistema reprodutor feminino sejam desempenhadas. Mais tarde, tentou-se perceber o que acontecia a esse mesmo processo inflamatório em situações patológicas, infertilidade inexplicada, ou simplesmente em mulheres que apresentavam queixas sintomatológicas. De uma maneira geral, os estudos demonstraram que algumas células inflamatórias, de que são exemplo os macrófagos, os mastócitos e os eosinófilos, se encontravam aumentadas na maioria dessas situações clínicas anómalas. Uma vez que a inflamação faz parte de processos fisiológicos e patológicos será interessante tentar relacionar de forma qualitativa e quantitativa as células com as situações clínicas, a fim de tentar definir padrões que sirvam de marcadores biológicos. Neste trabalho, procurou-se avaliar metodologias de estudo das células inflamatórias (macrófagos, mastócitos, neutrófilos, eosinófilos e basófilos), em quadros ginecológicos diversos (pólipos endometriais, metrorragias, infertilidade, miomas uterinos, septo uterino, sinéquias, atrofia quística do endométrio, adenomiose e grupo sem patologia), e tentar relacioná-los. Materiais e Métodos: após consentimento informado, 34 mulheres com indicação para exame histeroscópico aceitaram participar no estudo. 2 delas não toleraram a realização completa do exame, impossibilitando a recolha do lavado endometrial. Assim, foram recolhidas 32 amostras, que foram fixadas com álcool a 50%, em partes iguais, e posteriormente refrigeradas. De seguida, foram centrifugados, durante 5 minutos a 1500 rotações por minuto, cerca de 3mL da amostra que fora anteriormente colocada no cytospin. Após a centrifugação foram projetados em lâminas e coradas de May Grunwald Giemsa para visualização ao microscópio ótico. Resultados: das 32 amostras recolhidas, 6 estavam em avançado estado de degradação impossibilitando a sua leitura. Nas restantes 26 amostras, foi possível identificar células epiteliais em quase todas, mas também, embora menos frequentemente e em menor quantidade, macrófagos, mastócitos, eosinófilos, que eram o objeto de estudo, e ainda neutrófilos e basófilos. Os macrófagos estavam em maior quantidade em casos de pólipos endometriais, e de seguida em casos de infertilidade; os mastócitos surgiram mais raramente, apenas em casos de pólipos endometriais, infertilidade e miomas uterinos. Os neutrófilos estavam presentes sobretudo em casos de miomas uterinos, enquanto os eosinófilos foram encontrados em número escasso em casos de pólipos endometriais, miomas uterinos, adenomiose e no grupo sem patologia. Os basófilos foram visualizados em casos de pólipos endometriais, metrorragias e miomas uterinos. Estes resultados estão de acordo, em grande parte, com os da literatura. Conclusões: Podemos concluir que a metodologia utilizada permite identificar as células inflamatórias de interesse nas amostras recolhidas e ter uma ideia aproximada da sua frequência em cada situação clínica apresentada pelas mulheres que constituíram a amostra. Uma vez testado o modelo, para melhor exatidão dos resultados e para melhor correlação com as situações patológicas, seria importante, no futuro, constituir uma amostra de maiores dimensões, comparar com o estudo em material fresco sem fixador e quantificá-las, utilizando a citometria de fluxo.
- Constipation in pregnancy - a systematic reviewPublication . Matos, Ana Sofia Rocha de; Oliveira, José António Martinez Souto deConstipation during pregnancy is a common problem. It usually does not require an extensive evaluation and most patients respond to simple measures. Treatment typically consists of dietary measures, such as increasing fiber and fluid intake, behavioral changes, such as physical activity, and the use of probiotics or laxatives. However, the diagnosis of constipation itself is difficult to define and may vary from doctor to doctor. This systematic review aimed to identify the diagnostic criteria of constipation during pregnancy, its prevalence during the three trimesters, as well as the effects and efficacy of different interventions for its prevention or treatment. The survey included items available electronically, using databases such as Pubmed, B -on, RCAAP, UBI catalog, Springer, COCHRANE, Current Opinion in Obstetrics & Gynecology, Green Journal of Obstetrics & Gynecology, SciELO, EMBASE and EBSCO, and also manual research on textbooks of reference considered relevant to the topic. Despite its clinical relevance, there are few quality studies on gastrointestinal transit in pregnant women, identification and treatment of constipation during pregnancy. The present review concludes that the prevalence of constipation is higher during the second trimester of pregnancy and lower in the third, constituting the Rome III criteria the more acceptable definition. Regarding constipation treatment, during pregnancy abundant fluid intake was associated with a lower prevalence, whereas there is no evidence that dietary fiber and physical activity improve constipation. On the contrary, both the use of probiotics and an electrolyte solution of polyethylene glycol, an osmotic laxative, appear to be effective treatments, but there is insufficient evidence about its effects, therefore subsequent studies may be needed to safely recommend these treatments. Finally, stimulant laxatives may be more effective than bulk-forming laxatives, although adverse effects such as abdominal pain and diarrhea, may limit their use. However, this conclusion is based on an old and very low quality study. In conclusion: despite the importance of the theme there are no quality studies that support grounded proposals on prevention and treatment of constipation during pregnancy.