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No dia 24 de junho de 1997, dia em que entregámos na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, a dissertação de Mestrado, nasceu o nosso primeiro filho, na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, às dezasseis horas e catorze minutos. Assistimos ao parto e, pouco depois, dentro de uma alcofa aquecida, vimo-lo começar a pestanejar e a abrir lentamente os olhos para a Luz. Nesse momento, como um raio, brotou interiormente uma palavra clara, precisa, indubitável: «Nunca mais estarás só.» E em nós, numa íntima lonjura, houve um estremecimento de alto a baixo.
Mais ou menos por essa altura, lemos na obra de Stanislas Breton, L’«esse in» et l’«esse ad» dans la Métaphysique de la Relation, Roma, Scuola tipográfica missionaria Domenicana, 1951, p. 16, o que, noutra passagem, o autor chama «le choc originel»: «Ce qui nous frappe d’abord c’est une sorte d’antinomie. La relation aux deux extrêmes du Réel représente, en bas, “debilissimum esse” et, dans la Réalité divine, “id quod est dignissimum in natura rerum”, à savoir, la personne. Ce qui n’était que phénomène d’accompagnement, “petite servante”, devient la révélation de la Trinité. Ce passage d’un “infini à l’autre” marque une ambiguité du relatif que nous aurons à éclaircir.»
A nossa vida e a obra ora presente têm decorrido, totalmente, entre aquele ‘estremecimento’ e este ‘choque’.
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Keywords
Relação Trindade Filosofia Santo Agostinho Arianismo Modalismo - Sabelianismo Fenomenologia Cristianismo
Citation
ROSA, José Maria Silva, O Primado da Relação. Da intencionalidade trinitária da filosofia, Lisboa, Universidade Católica Editora, 2007
Publisher
Universidade Católica Editora