ICI - PRAXIS | Documentos por Auto-Depósito
Permanent URI for this collection
Browse
Recent Submissions
- Nominalismo, atomismo lógico e discursividade metafórica: entre Aristóteles e RicoeurPublication . Amaral, AntónioRemonta a Aristóteles o primeiro esforço bem-sucedido para alcançar e estabilizar uma definição filosófica de metáfora: «A metáfora — refere o Estagirita — é a transferência “para uma coisa” do nome de uma outra “coisa”» [...]
- Monotheism(s) and Violence: from the power of the sacred to the sacralisation of powersPublication . Amaral, AntónioThe article seeks to address the origin of the ambivalent (and ambiguous) relationship between religion and violence, asking, on the one hand, to what extent the force of the sacred determines and is determined by the “sacralization” of power, and discussing, on the other hand, the extent to which the devices for legitimizing political power tend to absorb the “strength” of religious power and vice versa, in a circularity whose feedback often insinuates and infiltrates a latent “inter-monotheistic” rivalry and, from this, narratives capable of inducing unimaginable levels of conflict and belligerence. Can interreligious dialogue overcome the impasses that fideisms (whether of a Jewish, Christian or Islamic nature) multiply and amplify at the heart of human communities, regardless of the societal or cultural ecosystem in which they occur?
- Europe of Cultures: technocracy or teleology?Publication . Amaral, AntónioThe article discusses the idea of European unification, a common project that plunges its roots in a travel accident that occurred in the north of France in 1706. Induced by this unforeseen event, the aim of establishing permanent arbitration and ties of cooperation between nations sovereign powers to prevent future dissension is a milestone in European history. The theme is relevant insofar as the project for the unification of Europe comprises an ideal that has shaped European politics and society for centuries. The initial attempt to create a form of supranational political integration remains fundamental for the European Union today, but it cannot be purely and simply reduced to criteria of a geopolitical, macroeconomic or technocratic nature. Faithful to its ecumenical and cosmopolitan tradition, Europe always finds itself again every time it sees itself in others. The article seeks to expose and discuss how far the deepening of the “Europe of the culture(s)” configures the teleological horizon of a task that coimplicates the hermeneutic, political and religious dimensions in the construction of the “common European home”.
- Life forms and deliberate choice in Aristotle's teleological ethicsPublication . Amaral, AntónioBy presenting happiness [εὐδαιμονία] within the framework of a properly human philosophy [ἀνθρωπίνη φιλοσοφία]2, Aristotle also clarifies the extent to which any attempt to access a finalistic understanding of acting well [εὖ πράττειν] in view of a well-living [εὖ ζῆν] will have to make its way through a compact tangle of fluid opinions and divergent perceptions as to its nature and extent. On the other hand, given the contingent cut-off of the action-not only because the possible course of its outcome is indeterminate [ἀδιόριστος] but also obscure [ἄδηλος] the possible outcome of its course - one can hardly conceal the praxeological impact of the glossed expression “we deliberate not about the ends, but about the means” [βουλευόμεθα δ'οὐ περὶ τῶν τελῶν ἀλλὰ περὶ τὸς τὰ τέλη: EN III, 3, 1112b 11-12] On the assumption that Aristotelian practical philosophy compagines a double teleological routing - one more tied to the practice of virtue [ἀρετή], the other more rooted in the exercise of deliberation [βούλευσις] -, the notion of end [τέλλος] acquires thickened ethical coloration in the multiple throws that bring into play the fundamental question that makes us wonder about the properly human good [τἀνθρώπινον ἀγαθόν]. Now, if in Plato the practice of virtue founded on a Good is what, at the end of the dialectical ascent, should finally make us happy [Res pub, 508 e], in Aristotle, on the other hand, it is important that happiness arises from the completion of a practical good [πρακτὸν ἀγαθόν] called supreme [μέγιστος] not because it is “above” or “beyond” all other goods, but because, in being “chosen-in-reason-of-itself” [αἰρετός καθ'αὑτό] needs mediation [μεσότης] either of “goodsperceived-as-total” [φαινόμενα ἀγαθά] according to which the elective appropriation of different modes of human life [ἀνθρώπινος βίος] takes place, or of prudential conditions by which a deliberate choice [προαίρεσις] is exercised on the basis of the judicious adjustment of a formal universalization of the norm to the contingent particularity of a limit situation.
- Memorando da homenagem a Artur MorãoPublication . Amaral, AntónioDas traduções da lavra do Professor Artur Morão não beneficiam apenas, por conseguinte, os leitores que não dominam as línguas originais em que os grandes textos foram plasmados, beneficia desde logo a própria língua portuguesa na infinita urdidura das suas possibilidades criativas.
- Filosofia(s) do sujeitoPublication . Rosa, José Maria SilvaA temática do sujeito é um tema imenso e a sua história assaz complexa. Foi desde há séculos apropriado e declinado de modos diferentes não só pela Filosofia, a Física, a Metafísica, a Lógica, mas também pela religião, o Direito, a Linguagem, a Literatura, a Antropologia, a Psicologia, a Cultura, enfim. É também, aliás, um tema objeto de debates fraturantes na nossa tardo-modernidade, eriçada com a questão das identidades fragmentadas e das múltiplas pertenças. Significativamente, pelo menos até aos alvores da modernidade, no século XVI, o sujeito é um termo que não é utilizado para expressar o fundamento da subjetividade pessoal e espiritual do ser humano, mas antes o fundamento lógico, físico ou metafísico de uma “realidade real”, extramental. Dito isto, pouco mais se pode esperar aqui que algumas parcas generalizações. Exemplo superior de um estudo “arqueológico” (arkhē > princípio, foi uma das primeiras palavras da filosofia para designar “o que permanece sob a mudança”) desta demanda e trabalho de maior fôlego que nos é dado conhecer sobre a inventio subjecti – invenção do sujeito, investigação bem situada, delimitada e documentada, é a obra relativamente recente do pensador e medievalista francês Alain de Libera, publicada em três tomos, Archéologie du Sujet. I: Naissance du Sujet; II: La Quête d’Identité; III: La Double Révolution, 2007, 2008 e 2014, respetivamente. É um intento muito amplo que, entre outras coisas, visava também corrigir alguns dos supostos “equívocos” de outra obra famosa sobre o assunto, de Michel Foucault, L’Herméneutique du Sujet. Cours au Collège de France, 1981-1982 (2001)
- O Lugar da Água no Ciclo dos 4 Elementos VitaisPublication . Rosa, José Maria SilvaQuando Tales de Mileto, nos sécs. VII-VI a.C., afirmou, segundo Aristóteles, que “a água é o princípio de todas as coisas” (hýdor arhkê pantôn) inseria-se numa já longa tradição de narrativas míticas gregas e orientais, nas quais ele e outros como ele, neste período, começam a decantar algo que ficará doravante conhecido como sendo reflexão filosófica, porque buscam encontrar as causas (aitiai) e os elementos estáveis (stoicheion) constituintes de todas as coisas, e não apenas a vontade arbitrária dos deuses imortais (theoi) a brincarem com os mortais neste palco cósmico. Cenário que, por isso mesmo, começa a ser chamado Kosmos, Natureza (phýsis), permanência e regularidade previsível no ciclo das mudanças (metabolai) de todas as coisas.
- “Nasci para flagelar os Santos”: Pascoaes, leitor de Santo AgostinhoPublication . Rosa, José Maria Silva«Nasci para flagelar os Santos.» E assim que Pascoaes começa a sua mui peculiar «Biografia» de Santo Agostinho. Devo confessar que, quando a li pela primeira vez, esperando encontrar nela a «hagiografia comum» a que Pinharanda Gomes alude, na Introdução (p. 10), «expectativa piedosa» com que, supostamente, muitos Ieitores a haviam comprado, em 1945 (note-se que a primeira tradução portuguesa das Confissões de Agostinho, por J. Oliveira Santos e A. Ambrósio de Pina, tinha sido feita, quatro anos antes, em 1941), me senti também de certo modo visado (embora ja então a 'Vida do Santo' não fosse aquilo que mais me mobilizava). Seja como for, o 'cor inquietum' / coração inquieto do poeta das fraldas do Mario não e um intérprete qualquer de Agostinho.
- «O tempo de falar chegou!» Significado e importância teológico-política do Apelo à nobreza cristã da nação alemã (12 de agosto de 1520)Publication . Rosa, José Maria SilvaO texto Apelo à nobreza cristã da nação alemã, de agosto de 1520, é um dos mais importantes escritos reformadores de Martinho Lutero (juntamente com Da catividade babilónica da Igreja, de outubro de 1520 e Acerca da liberdade do cristão, de novembro de 1520, entre outros). Texto de teor panfletário, não obstante as questões prementes do tempo a que queria responder, representa também um ponto de chegada nas disputas sobre as relações entre os poderes temporal e espiritual (De potestate), que tinham alimentado o debate teológico-político na Baixa Idade Média, nomeadamente no que se refere ao primado do concílio sobre o Papa (conciliarismo), primazia reconhecidamente antiga, e que, pelo menos desde João Quidort de Paris (1273-1306) a João de Gershom (1362--1429), contrariava a reivindicação papal da plenitude do poder (plenitudo potestatis papalis), não só na esfera dos assuntos temporais terrenos, mas também no plano interno da organização e administração da Igreja. A leitura papalista transgredia uma ideia do Papa Gelásio, no final século v, sobre a separação dos dois poderes ou dois gládios: o temporal e o espiritual, conceção sucessivamente traída ao longo de séculos pelo chamado augustinismo político, o qual, muito significativamente, procurava apoio no livro XIX de A cidade de Deus de Santo Agostinho. Não obstante, Lutero é também um leitor (parcial) de Santo Agostinho e de São Paulo e, como tal, procura pensar a Igreja não a partir da separação, oposição ou subordinação dos poderes, mas da graça e dos carismas (entre os quais o do dominium temporal de um dominus num reino), os quais são indispensáveis para a edificação do único Corpo de Cristo, que é simultaneamente temporal e eterno. Por este viés, todos os ministérios, inclusive aqueles considerados mais humildes, ganham grande valor espiritual (ou secularizam-se, noutra perspetiva). Seja como for, na sequência da Querela das Indulgências, o apelo de Lutero que incita os príncipes alemães à autonomização face ao poder secular de Roma dá espaço depois (à custa de muito sonho e de muito sangue, tem de se dizer) à afirmação dos Estados-nação do sacro-império romano-germânico. Ao mesmo tempo, por via do primado do «sacerdócio comum dos fiéis» frente ao poder magisterial do «sacerdócio ordenado» (potestas ordinis), há neste opúsculo, no que se refere à interpretação e pregação das Escrituras, um potencial muito virulento, explosivo, e mesmo apocalíptico (estamos no fim dos tempos, o Anticristo está à porta, etc.), que, se politicamente rebenta logo nos anos seguintes (1524-1525), nos campos da Alemanha, já de um ponto de vista hermenêutico mais amplo, recupera alguns processos de subjetivação e de apropriação dos «lugares de fala», bem como conceções nominalistas que já vinham ganhando relevância nos séculos xiv e xv, procedimentos que irão aprofundar-se quer na modernidade racionalista (do cogito cartesiano ao Ich denken kantiano) quer na modernidade fideísta do credo (Jansénio, Pascal, etc.). Não obstante, o que se impõe de forma premente, em 1520, é reformar a Igreja, pois «acabou o tempo do silêncio e chegou o tempo de falar!» («Die Zeit zu reden ist kommen»). E é esta decisão de Lutero de tomar palavra o que mais nos importa.
- Segurança, Defesa e a Paz: Educação para a Cidadania no Currículo Escolar em PortugalPublication . Albernaz, V. B.O presente estudo tem como objetivo refletir sobre quais as estratégias educativas para a educação e para a cidadania dos jovens voltadas para a segurança, defesa e a paz no ensino secundário em Portugal. Buscamos debater sobre as diferenças de adoção pedagógica entre um Estabelecimento Militar de Educação e um Estabelecimento Regular de ensino e refletir sobre a importância na adoção de uma Unidade Curricular-UC voltada para o ensino de Segurança, Defesa e Paz nos estabelecimentos regulares de ensino. Metodologicamente, a pesquisa resulta de uma pesquisa bibliográfica e documental, visando delimitar os referenciais teóricos. Em seguida aborda as leis e diretrizes que legitimam a educação para a cidadania voltada para a segurança, defesa e a paz. Por último realiza a comparação dos planos curriculares das seguintes escolas: Colégio Militar em Lisboa e Escola Secundária Campos Melo, na Covilhã.