Name: | Description: | Size: | Format: | |
---|---|---|---|---|
372.55 KB | Adobe PDF |
Authors
Advisor(s)
Abstract(s)
By presenting happiness [εὐδαιμονία]
within the framework of a properly human
philosophy [ἀνθρωπίνη φιλοσοφία]2, Aristotle also
clarifies the extent to which any attempt to access a
finalistic understanding of acting well [εὖ πράττειν]
in view of a well-living [εὖ ζῆν] will have to make its
way through a compact tangle of fluid opinions and
divergent perceptions as to its nature and extent.
On the other hand, given the contingent cut-off of
the action-not only because the possible course of
its outcome is indeterminate [ἀδιόριστος] but also
obscure [ἄδηλος] the possible outcome of its course
- one can hardly conceal the praxeological impact of
the glossed expression “we deliberate not about the
ends, but about the means” [βουλευόμεθα δ'οὐ περὶ
τῶν τελῶν ἀλλὰ περὶ τὸς τὰ τέλη: EN III, 3, 1112b 11-12] On the assumption that Aristotelian
practical philosophy compagines a double teleological routing - one more tied to the practice of
virtue [ἀρετή], the other more rooted in the exercise of deliberation [βούλευσις] -, the notion of end
[τέλλος] acquires thickened ethical coloration in the multiple throws that bring into play the
fundamental question that makes us wonder about the properly human good [τἀνθρώπινον ἀγαθόν].
Now, if in Plato the practice of virtue founded on a Good is what, at the end of the dialectical
ascent, should finally make us happy [Res pub, 508 e], in Aristotle, on the other hand, it is
important that happiness arises from the completion of a practical good [πρακτὸν ἀγαθόν] called
supreme [μέγιστος] not because it is “above” or “beyond” all other goods, but because, in being
“chosen-in-reason-of-itself” [αἰρετός καθ'αὑτό] needs mediation [μεσότης] either of “goodsperceived-as-total” [φαινόμενα ἀγαθά] according to which the elective appropriation of different
modes of human life [ἀνθρώπινος βίος] takes place, or of prudential conditions by which a
deliberate choice [προαίρεσις] is exercised on the basis of the judicious adjustment of a formal
universalization of the norm to the contingent particularity of a limit situation.
Ao apresentar a felicidade [εὐδαιμονία] no quadro de uma filosofia propriamente humana [ἀνθρωπίνη φιλοσοφία], Aristóteles esclarece igualmente até que ponto qualquer tentativa de aceder a uma compreensão finalística do agir bem [εὖ πράττειν] em vista um bem-viver [εὖ ζῆν] terá de abrir caminho através de um emaranhado compacto de opiniões fluídas e de percepções divergentes quanto à sua natureza e extensão. Por outro lado, tendo em conta o recorte contingencial da acção – não só por ser indeterminado [ἀδιόριστος] o possível percurso do seu desfecho, mas também obscuro [ἄδηλος] o possível desfecho do seu percurso – dificilmente se poderá escamotear o impacto praxiológico da glosada expressão “deliberamos não acerca dos fins, mas acerca dos meios” [βουλευόμεθα δ'οὐ περὶ τῶν τελῶν ἀλλὰ περὶ τῶν πρὸς τὰ τέλη: EN III, 3, 1112b 11-12]. No pressuposto de que a filosofia prática aristotélica compagina um duplo encaminhamento teleológico – um mais vinculado à prática da virtude [ἀρετή], o outro mais enraizado no exercício da deliberação [βούλευσις] –, a noção de fim [τέλος] adquire adensada coloração ética nos múltiplos lances que colocam em jogo a questão fundamental que nos faz interrogar pelo bem propriamente humano [τἀνθρώπινον ἀγαθόν]. Ora, se em Platão a prática da virtude fundada num Bem é o que, no termo da ascensão dialéctica, nos deve tornar finalmente felizes [Res pub., 508 e], já em Aristóteles, por seu turno, importa que a felicidade decorra da finalização de um bem prático [πρακτὸν ἀγαθόν] dito supremo [μέγιστος] não porque esteja “acima” ou para “além” de todos os outros bens, mas porque, ao ser “escolhido-em-razão-de-si-mesmo” [αἰρετός καθ'αὑτό], necessita da mediação [μεσότης] quer de “bens-percebidos-como-tais” [φαινόμενα ἀγαθά] em função dos quais se efectiva a apropriação electiva dos diferentes modos de vida humana [ἀνθρώπινος βίος], quer de condições prudenciais mediante as quais uma escolha deliberada [προαίρεσις] é exercida com base no criterioso ajustamento de uma universalização formal da norma à contingente particularidade de uma situação-limite.
Ao apresentar a felicidade [εὐδαιμονία] no quadro de uma filosofia propriamente humana [ἀνθρωπίνη φιλοσοφία], Aristóteles esclarece igualmente até que ponto qualquer tentativa de aceder a uma compreensão finalística do agir bem [εὖ πράττειν] em vista um bem-viver [εὖ ζῆν] terá de abrir caminho através de um emaranhado compacto de opiniões fluídas e de percepções divergentes quanto à sua natureza e extensão. Por outro lado, tendo em conta o recorte contingencial da acção – não só por ser indeterminado [ἀδιόριστος] o possível percurso do seu desfecho, mas também obscuro [ἄδηλος] o possível desfecho do seu percurso – dificilmente se poderá escamotear o impacto praxiológico da glosada expressão “deliberamos não acerca dos fins, mas acerca dos meios” [βουλευόμεθα δ'οὐ περὶ τῶν τελῶν ἀλλὰ περὶ τῶν πρὸς τὰ τέλη: EN III, 3, 1112b 11-12]. No pressuposto de que a filosofia prática aristotélica compagina um duplo encaminhamento teleológico – um mais vinculado à prática da virtude [ἀρετή], o outro mais enraizado no exercício da deliberação [βούλευσις] –, a noção de fim [τέλος] adquire adensada coloração ética nos múltiplos lances que colocam em jogo a questão fundamental que nos faz interrogar pelo bem propriamente humano [τἀνθρώπινον ἀγαθόν]. Ora, se em Platão a prática da virtude fundada num Bem é o que, no termo da ascensão dialéctica, nos deve tornar finalmente felizes [Res pub., 508 e], já em Aristóteles, por seu turno, importa que a felicidade decorra da finalização de um bem prático [πρακτὸν ἀγαθόν] dito supremo [μέγιστος] não porque esteja “acima” ou para “além” de todos os outros bens, mas porque, ao ser “escolhido-em-razão-de-si-mesmo” [αἰρετός καθ'αὑτό], necessita da mediação [μεσότης] quer de “bens-percebidos-como-tais” [φαινόμενα ἀγαθά] em função dos quais se efectiva a apropriação electiva dos diferentes modos de vida humana [ἀνθρώπινος βίος], quer de condições prudenciais mediante as quais uma escolha deliberada [προαίρεσις] é exercida com base no criterioso ajustamento de uma universalização formal da norma à contingente particularidade de uma situação-limite.
Description
Keywords
Aristotle Aristotelian practical philosophy Ancient ethical thought Ethical-political relationship in Aristotle Prudential deliberation Common good Teleological ethics Ontopoiesis of decision Ways of Life and Happiness Idea of Good in Plato Ontology and practical truth Very practical and good life Action semantics Moral virtue and practical ergon
Citation
Amaral, António (2022). Life forms and deliberate choice in Aristotle's teleological ethics. In: Journal of Teleological Science. v2., 1-18
Publisher
Journal of Teleological Science