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O pensamento do Estagirita afigura-se-nos adequado para responder à magna questão “por que razão se alteram os regimes políticos?” precisamente porque a sua filosofia política contém uma fenomenologia integral do acto revolucionário, com base na qual acedemos à compreensão estruturada desse evento crítico a partir de duas chaves interpretativas complementares: a vida biológica, por um lado, e a vivência histórica, por outro. Enquanto aquela assinala o estatuto orgânico (somático) da polis e o respectivo estado clínico da experiência de cidadania através da analogia com o corpo humano; esta, por seu turno, evoca o carácter sinebético (histórico) da consciência humana e a correlativa abertura a uma realidade “a fazer-se” através do fluxo acontecimental, entendido este não tanto como objecto de explicação, mas sobretudo como campo de interpretação. Com efeito, o fenómeno revolucionário insere-se, para Aristóteles, num todo compactado da experiência humana em comunidade. Essa experiência situa-se no espaço interino de duas realidades polares e tensionais: por um lado, entre o pólo da identidade (autos) e o da estabilidade (asphaleia) em termos cívicos e políticos; por outro lado, entre o polo da ordem (taxis) e o da facticidade (synebe) em termos ontológicos. Por isso é que o princípio hermenêutico segundo o qual conhecer as causas pelas quais se corrompem os regimes é conhecer também o modo de os preservar, deve ser assumido como um repto perene da filosofia aristotélica à praxis política presente e futura.
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Aristóteles Filosofia política aristotélica Pensamento político antigo Teoria da revolução Polis grega Estabilidade e ordem política Regimes políticos Instabilidade social e desordem Fenomenologia do acto revolucionário Hermenêutica da experiência política Bem comum
Citation
Amaral, António (2019). A teoria da revolução em Aristóteles. In: PRAKTON. Discursividades da acção em Aristóteles. Covilhã: Editora LabCom.IFP, 15-57
Publisher
Editora LabCom.IFP