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- Avaliação do Burnout nos enfermeiros do Centro Hospitalar Tondela-ViseuPublication . Torres, Inês Gomes; Vitória, Paulo dos Santos DuarteIntrodução: Atualmente, são cada vez mais as exigências sociais e profissionais que o indivíduo enfrenta no dia-a-dia. Tendo este pensamento presente, vários são os estudos que correlacionam estas fontes de stress constante com o surgimento de burnout. A síndrome está associada a profissionais que lidam diariamente com o ser humano com o objetivo de cuidar e ajudar. Enfermagem faz parte deste leque de profissões, sendo uma das mais estudadas, de forma a aprofundar o conhecimento sobre o tema. O presente estudo, apresenta-se com o objetivo de medir os níveis de burnout nos enfermeiros do Centro Hospitalar Tondela - Viseu, correlacionando-os com fatores profissionais e sociodemográficos. Materiais e métodos: Para o desenvolvimento do estudo foram aplicados inquéritos a enfermeiros de todos os serviços do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, tendo sido recolhidos 147 (n =147). O questionário incluía dados sociodemográficos (idade, sexo, estado civil, presença de filhos), dados profissionais (anos de trabalho em enfermagem, anos de trabalho no centro hospitalar selecionado, número de horas de trabalho semanais) e avaliação do burnout. Para averiguar o nível de burnout da amostra, foi usada a escala de OLBI adaptada para português, constituída por 16 questões. A análise de dados foi realizada através do programa IBM SPSS (Statistical Package for Social Sciences), versão 23. Resultados: Ao analisar o nível de burnout da amostra, verifica-se que 29,9% (n = 44) apresenta um nível elevado, sendo que a maioria experiencia níveis moderados. Na análise da correlação entre os dados sociodemográficos da amostra e o nível de burnout, apenas a idade revelou diferenças estatisticamente significativas, ?2 (2) = 6,17, p = 0,046, sendo que participantes com nível baixo de burnout apresentam maior idade. Observando a correlação entre os dados profissionais e o grau de burnout, verifica-se diferenças estatisticamente significativas, entre os níveis de burnout relativamente ao número de anos de exercício de enfermagem, ?2 (2) = 7,21, p = 0,027, verificando-se que enfermeiros com nível de burnout mais elevado apresentam menos anos de exercício profissional. Conclusão: Com este estudo, concluiu-se que os enfermeiros do Centro Hospitalar Tondela-Viseu são também afetados por burnout, e que os resultados estão em concordância com a literatura existente. Os fatores que mais influenciam o nível de burnout são a idade do indivíduo e os anos de experiência profissional, sendo que quanto maior o número de anos, tanto de idade como de experiência profissional, menor nível de burnout que afeta o enfermeiro. É essencial investigar mais esta síndrome, de forma a conhecê-la melhor e aumentar a efetividade das medidas de prevenção e tratamento, reduzindo o seu impacto nos profissionais e nos serviços de saúde.
- Algumas formas de tratamento em português e em espanhol no contexto escolar, social e familiarPublication . Lança, Carolina Saraiva; Manso, José Henrique RodriguesEste trabalho é composto por duas partes distintas. A primeira parte desenvolverá um aspeto teórico, aprofundando quais as diversas formas de tratamento usadas e como ao longo dos tempos as formas de tratamento têm vindo a sofrer diversas alterações. Relativamente a esta parte, estudaremos algumas formas de tratamento em português e espanhol em três contextos diferentes, o escolar, o social e o familiar. Os dois primeiros irão entrecruzar-se na medida em que a relação entre aluno e professor é hierarquizada, tal como acontece nas relações sociais. Não deixaremos de ter em conta, por um lado o eixo diacrónico, que explica a origem, o desaparecimento e a substituição de determinadas formas de tratamento e, por outro lado, o princípio da cortesia que se torna fundamental para uma melhor compreensão do tema. Metodologicamente, servir-nosemos de bibliografia autorizada acerca desta matéria, mas faremos também algum trabalho de campo, nomeadamente inquéritos sobre as diferentes formas de tratamento em Portugal e Espanha, aplicados a pessoas em faixas etárias diferentes. Quanto à segunda parte, apresentaremos uma súmula do trabalho realizado na Escola Secundária Quinta das Palmeiras, no âmbito do estágio pedagógico em português e espanhol, incidindo sobretudo na planificação e execução das aulas nas duas áreas curriculares. Daremos ainda conta do trabalho feito com o grupo de estágio, onde nos inserimos, relativamente a atividades letivas e extracurriculares.
- Fisiopatologia do envelhecimento cerebral e mecanismos anti-agingPublication . Barreto, Tiago Manuel Carvalheiro; Forteza, Francisco Javier RósA idade é o principal fator de risco para as doenças crónicas, como o cancro, as doenças cerebrocardiovasculares e as doenças neurodegenerativas. Existe um défice cognitivo com a idade condicionado por vários fatores: redes neuronais, reserva cognitiva prévia, fatores genéticos, fatores anatomopatológicos, fatores vasculares, entre outros. Recentemente, surgiram estudos com novas estratégias para prevenir doenças relacionadas com a idade. O principal objetivo desta monografia é descrever e analisar o envelhecimento cerebral, assim como os mecanismos com potencial de interferir no mesmo. É necessária uma melhor compreensão da base biológica do envelhecimento e de como o envelhecimento incrementa o risco de doenças, procurando mecanismos de prevenção. A metodologia usada neste trabalho foi a pesquisa bibliográfica nas bases de dados PubMed e Google Scholar. Foram também consultados alguns livros de referência. Na pesquisa utilizaram-se estas palavras-chave: “aging” associada a “brain”, “decline”, “cognitive”, “neurodegeneration”, “rejuvenation”, “model” and “organism”. O envelhecimento produz alterações no sistema nervoso central, como alterações neuroanatómicas, alterações na neurotransmissão e alterações neurofisiológicas. As doenças mais relevantes associadas ao envelhecimento cerebral são: doença de Alzheimer, doença de Parkinson e acidente vascular cerebral. São recomendadas estratégias preventivas: incentivar a educação, aumentar as atividades intelectuais e de lazer, boa higiene do sono, alimentação saudável, prática regular de exercício físico, evitar traumatismos cranianos e modificar os fatores de risco vascular. Novas abordagens têm sido investigadas: miméticos da restrição calórica; terapia celular com células estaminais; terapia genética e epigenética. Resultados concretos têm sido alcançados em modelos animais. O grande desafio é replicar os resultados em humanos.
- Burnout e Estratégias de Coping em Profissionais Médicos da Área OncológicaPublication . Rento, Inês Guimarães; Vitória, Paulo dos Santos Duarte; Nunes, Célia Maria PintoINTRODUÇÃO: O Burnout é uma síndrome biopsicossocial associada à exposição crónica ao stress no trabalho. Foi definido por Maslach com base em três dimensões: exaustão emocional, despersonalização e diminuída realização pessoal. Interfere com o bem-estar, diminui a produtividade e aumenta o risco de perturbações emocionais e ideação suicida. É, portanto, relevante avaliar o estado dos profissionais, nomeadamente os médicos da área oncológica, que diariamente lidam com situações de grande sofrimento, fim de vida ou patologia grave, e estão constantemente sob pressão para se manterem atualizados e não cometerem erros. As estratégias de coping utilizadas pelos profissionais para lidarem com estas situações e as medidas aplicadas pelas instituições para a prevenção ou tratamento do burnout são muito importantes para os outcomes em saúde. Decidimos avançar com uma investigação que visa avaliar a ocorrência de burnout nos médicos da área oncológica, bem como estratégias de coping utilizadas e medidas adotadas pelas instituições, e correlacionálos entre si e com as características sociodemográficas da população em estudo. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo observacional tipo transversal, descritivo e correlacional. Entre fevereiro e março de 2020 foi aplicado aos médicos do IPO do Porto um questionário com quatro partes: caracterização sociodemográfica, Oldenburg Burnout Inventory, Brief COPE, e questões sobre a perceção pessoal do burnout e estratégias adotadas pelas instituições e entidades gestoras para a sua prevenção e tratamento. RESULTADOS: Responderam ao questionário 29 médicos (taxa de resposta de aproximadamente 7%), dos quais 69% eram do sexo feminino, 55,2% tinham idade inferior a 40 anos, 55,2% eram solteiros ou divorciados e 96,6% tinham nacionalidade portuguesa. Eram Médicos Especialistas 72,4% dos participantes, 65,5% trabalhavam mais de 40 horas por semana, e tinham 10 ou menos anos de experiência na profissão 48,3%, na área da oncologia 58,6% e na instituição 58,6%. Obteve-se uma média global de burnout de 3,16 (±0,74), com uma média na dimensão “Distanciamento” de 2,99 (±0,86), e na dimensão “Exaustão” de 3,31 (±0,77). Uma parte considerável dos participantes (13,8%) referiu ter faltado ao trabalho no último semestre por sentimentos de esgotamento emocional. Verificou-se que os médicos que admitem ter faltado no último semestre por sentimentos de esgotamento emocional apresentam um valor significativamente maior de distanciamento. Observou-se que quem trabalha há mais tempo na área da oncologia tem tendência para apresentar valores mais elevados de distanciamento, e, que os médicos mais jovens (<40 anos) têm tendência para apresentar valores mais elevados de exaustão. As estratégias de coping mais utilizadas são planeamento e coping ativo, e as menos utilizadas desinvestimento comportamental e uso de substâncias. As estratégias de autoculpabilização, desinvestimento comportamental e uso de substâncias apresentaram uma correlação significativa e positiva com o burnout e as suas dimensões. A maioria dos profissionais considera que o stress a que estão sujeitos tem implicações na sua saúde, qualidade de vida, e qualidade de cuidados prestados, e que os órgãos de gestão da instituição estão conscientes destas implicações. Quem considera haver implicações do stress na sua saúde apresentou valores significativamente mais elevados de burnout (e distanciamento). Por outro lado, quem considera que as entidades gestoras estão cientes das mesmas implicações na saúde, qualidade de vida e qualidade dos cuidados prestados apresentou valores significativamente mais reduzidos de burnout (e distanciamento). Foram apontadas medidas adotadas pelos órgãos de gestão para a prevenção ou tratamento do burnout na instituição (como a otimização e organização de recursos humanos, ações formativas, entre outros). CONCLUSÃO: A amostra parece estar consciente dos riscos do burnout para a sua vida pessoal e profissional, o que se traduz numa utilização mais frequente de estratégias de coping adaptativo, e em níveis mais baixos de burnout. A relação que encontrámos entre a ocorrência de faltas no último semestre e o burnout na sua dimensão distanciamento sugere que o absenteísmo é uma das principais consequências do burnout, com implicações negativas para o profissional e para a organização. A utilização de algumas estratégias de coping maladaptativo está associada a níveis mais elevados de burnout e/ou das suas dimensões. Por último, a maioria dos profissionais considera que os órgãos de gestão estão conscientes da problemática do burnout, e estão a responder com medidas preventivas e curativas para o combater.
- O Impacto Osteoarticular de Diferentes Tipos de TreinoPublication . Barbosa, António Pedro Silva; Nunes, Jorge Fernando Pon; Madeira, RicardoAs doenças do sistema musculoesquelético são internacionalmente a causa mais frequente de morbilidade. A osteoartrose e a osteoporose surgem como as duas principais patologias osteoarticulares, quer pelo impacto negativo na qualidade de vida das populações, quer pelo peso socioeconómico a elas associado. O exercício físico tem vindo a ser estudado no âmbito tanto da prevenção como do tratamento destas patologias. Dois grandes grupos de exercícios, como o treino aeróbio e o treino de força, estão na base da maioria dos estudos realizados. Embora na prática clínica, atualmente, seja mais comum o reconhecimento do treino aeróbio como terapêutica para estes doentes, a evidência científica reforça a preponderância do treino de força na recuperação funcional e capacitação nas atividades de vida diárias dos mesmos. Pretende-se assim esclarecer a existência de benefícios associados ao treino em patologias osteoarticulares como a osteoartrose e a osteoporose, bem como clarificar quanto à segurança do treino em indivíduos com estas patologias, assim como se existe superioridade do treino aeróbio sobre o treino de força.
- A aprendizagem do espanhol em alunos com Dislexia no 3º cicloPublication . Manteigueiro, Josué Pedro Nogueira; Manso, José Henrique RodriguesA dislexia é uma das dificuldades específicas de aprendizagem que mais afeta os alunos nas nossas escolas. É essencial que os professores se familiarizem com este distúrbio, que entendam como surge e como afeta os seus alunos e quais os obstáculos que lhes impõe. Só com este conhecimento os docentes conseguirão suavizar as dificuldades sentidas pelos estudantes, preparando estratégias e utilizando metodologias que facilitem o processo de aprendizagem aos jovens que sofrem de dislexia. Esta investigação foca-se principalmente na aprendizagem do espanhol no 3º ciclo. É neste período que os alunos contactam pela primeira vez com a nova língua, de que não conhecem nem o código oral, nem o escrito. Ora, para entendermos como funciona a aquisição de uma nova língua por parte dos disléxicos, devemos entender primeiro como funciona a aprendizagem da língua materna, compreendendo quais as dificuldades que surgem e se estas se agravarão num novo idioma. Assim, no primeiro capítulo será explorado o distúrbio em si, como funciona, quais os sintomas que as crianças apresentam e como pode um docente diagnosticar o seu aluno com dislexia. Em seguida, investigamos a influência deste transtorno na aprendizagem da língua materna e de uma língua estrangeira, procurando estratégias e metodologias adequadas para o ensino da língua espanhola. Por fim, serão apresentadas algumas propostas pedagógicas que os professores podem utilizar em sala de aula, com a vista facilitar a aprendizagem dos alunos. O segundo capítulo será dedicado ao estágio pedagógico. Nesta segunda parte do relatório damos conta dos elementos que fizeram parte do estágio, desde a escola, o núcleo de estágio, as turmas que lecionámos, as aulas observadas ou as atividades em que participámos, ou seja, as atividades curriculares e extracurriculares realizadas no âmbito da prática pedagógica na Escola Secundária Quinta das Palmeiras.
- O papel da marcação dupla p16INK4a/Ki-67 no rastreio do cancro do colo do úteroPublication . Martins, Marta de Figueiredo; Caeiro, Vítor Manuel Branco e Silva; Moutinho, José Alberto FonsecaIntrodução: O cancro do colo do útero (CCU) encontra-se, segundo dados de 2018, entre as 10 neoplasias mais comuns no mundo. O rastreio do CUU tem impacto na morbimortalidade feminina, contudo, continua a apresentar desafios, mantendo-se a procura por novas abordagens que maximizem a sua performance. Objetivos: Nesta monografia pretende-se explorar a utilidade da marcação dupla p16INK4a/Ki-67 (CINtec®PLUS) no rastreio do CCU, descrever a sua execução e limitações e explorar a sua utilidade como método de rastreio primário e como método reflexo na triagem de teste de HPV positivo, teste de HPV positivo e citologia conhecida, citologia e HPV desconhecido, assim como a sua aplicação no rastreio das lesões não pavimentosas e a relação com a infeção por Chlamydia trachomatis. Material e Métodos: Pesquisa realizada entre junho de 2019 e fevereiro de 2020, nas bases de dados: Pubmed e a Willey Online Library. Recorreu-se, ainda, a material online do fabricante do CINtec®PLUS, a guidelines nacionais da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG) e internacionais da US Preventive Services Task Force, material da FIGO, livros da especialidade de ginecologia e microbiologia e da Classificação de Bethesda e uma tese de mestrado portuguesa. Resultados: A expressão de p16/ki-67 relaciona-se com a severidade das lesões citológica e histológica. Como teste primário poderá compensar a baixa sensibilidade da citologia e a baixa especificidade do teste de HPV, contudo não existe informação suficiente para o considerar método de rastreio primário. Como método de triagem, em mulheres HPV positivas, apresenta uma sensibilidade acima dos 80%, mas uma especificidade inferior à citologia. A concordância com a histologia foi superior à da citologia, com performance superior ou semelhante a esta. Abordagens combinadas ou sequenciais com genotipagem de HPV16/18 atingiram melhor performance. No caso de mulheres HPV positivas com citologia conhecida, apresentou boa performance mesmo em NILM/HPV-positivas. A combinação com genotipagem permitiria diminuir os falsos negativos. Em mulheres com citologia anormal mostra-se útil em mulheres com <30 anos e em especial com LSIL. Conclusão: O CINtec®PLUS é uma técnica de fácil execução e treino. Pode contribuir para a diminuição das referenciações para colposcopia e está indicado em contextos de rastreio primário de HPV e de rastreio com citologia cervical e teste de HPV-HR. Também em casos HPV positivos com citologia anormal e onde apenas é conhecida citologia normal pode ser promissor.
- A importância do jogo como elemento educativo na aprendizagem da língua espanholaPublication . Mendes, Ângela Catarina Fonseca; Vázquez Diéguez, José IgnacioO jogo, desde o início dos tempos, acompanhou sempre o ser humano nos seus momentos de lazer, propiciando também o desenvolvimento intelectual (intuitivo, mas também reflexivo) das competências comunicativas. A temática do jogo, como elemento educativo, tem vindo a ser cada vez mais estudada e aplicada em sala de aula como estratégia de aprendizagem. Sendo o jogo uma mais-valia no ensino, será ainda mais proveitoso aplicá-lo na aprendizagem de uma língua estrangeira, visto o seu potencial para abordar conhecimentos de forma lúdica. Este trabalho de investigação pretende centrar-se na atividade lúdica na sala de aula como uma das vias que ajuda o estudante a compreender e interiorizar — de uma maneira mais fácil — a língua estrangeira, neste caso, a espanhola, demonstrando que os alunos de língua materna portuguesa, aprendentes de espanhol, se sentem motivados no seu estudo e que, ao mesmo tempo, sentem que estão a desenvolver uma habilidade útil, proporcionando também um ambiente saudável e não aborrecido. Assim, nos primeiros três capítulos proceder-se-á ao enquadramento teórico da importância do jogo como elemento educativo na aprendizagem da língua espanhola, aprofundando temas como o conceito de jogo e a sua antropologia, a evolução das metodologias de ensino, a sua importância em sala de aula, a sua componente motivacional, como este é abordada nos manuais de ELE e, por último, um derradeiro capítulo direcionado à aplicação do mesmo em sala de aula. Por fim, na segunda parte será abordada a prática pedagógica exercida ao longo do ano letivo 2019-2020.
- Angiopatia Amilóide Cerebral: estudo da aplicação dos critérios diagnósticos na prática clínicaPublication . Pereira, Inês de Amorim; Álvarez Pérez, Francisco JoséIntrodução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico é causado, maioritariamente, por duas etiologias: a Hipertensão Arterial (HTA) e a Angiopatia Amilóide Cerebral (AAC). Os Critérios de Boston foram desenvolvidos para auxiliar o diagnóstico de AAC, dividindo-o consoante o grau de certeza. Este estudo propõe-se a determinar o perfil clínico de um conjunto de doentes que foram internados por AVC hemorrágico, e a comparar as diferenças de apresentação clínica e imagiológica entre os perfis, de forma a identificar os casos que foram diagnosticados à alta consoante a aplicação dos critérios de Boston. Materiais e Métodos: Foi realizado um estudo retrospetivo que incluiu todos os doentes internados por AVC hemorrágico na Unidade de AVC do Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira (CHUCB) entre outubro de 2014 e outubro de 2019, tendose excluído os que apresentaram etiologias diferentes de angiopatia hipertensiva ou amilóide. Para os 121 doentes da amostra foram analisadas as características clínicas e imagiológicas relacionadas com o episódio de urgência, a evolução durante o internamento e follow up. Resultados: Ocorreu uma predominância do género feminino no perfil de possível AAC (57,9%) e a idade média dos doentes foi de 78,13 anos. Dos fatores de risco, apenas se observaram diferenças significativas para o alcoolismo (p=0,035), mais frequente no perfil hipertensivo. O perfil de possível AAC, apesar de não existirem diferenças estatisticamente significativas, foi associado a valores mais baixos de NIHSS e menos incapacidade funcional. Dos sintomas analisados, apenas a paresia facial (p=0,001) e a dos membros (p<0,001) apresentaram diferenças significativas, sendo mais frequentes no perfil hipertensivo. O número de plaquetas foi mais elevado no perfil de possível AAC (p=0,020). O edema foi mais frequente (48,2%) no perfil hipertensivo (p=0,005). Verificaram-se diferenças estatisticamente significativas para as complicações (p=0,018) e para o seu tipo (p=0,039), sendo mais frequentes no perfil hipertensivo (65,1%). Observou-se que 75,7% dos doentes do perfil de possível AAC não tinham um diagnóstico etiológico estabelecido à data de alta. Conclusão: A angiopatia hipertensiva é mais comum que a angiopatia amilóide, no entanto, os doentes com perfil de possível AAC neste estudo corresponderam a 31,4% do total de doentes da amostra, não sendo negligenciável a importância do seu reconhecimento. As caraterísticas clínicas e neuroimagiológicas analisadas enquadram-se na literatura atual. Concluiu-se que existe uma alta percentagem de doentes com perfil de possível AAC que teve alta sem diagnóstico etiológico, o que nos alerta para a necessidade de insistir na aplicação dos critérios diagnósticos e no conhecimento da doença pelos médicos que assistem os doentes com AVC.
- A depressão na mulher menopáusica: um estudo na população da Cova da BeiraPublication . Fialho, Ana Filipa Néri; Caeiro, Vitor Manuel Branco e Silva; Moutinho, José Alberto FonsecaIntrodução: Atualmente, ainda persiste muita controvérsia acerca da “depressão relacionada com a menopausa” e, inclusive, muitos estudos têm sido divergentes. Tal deve-se, essencialmente, a limitações metodológicas, tais como diferenças no desenho dos estudos, utilização de diferentes ferramentas de rastreio de sintomatologia depressiva, sobreposição de sintomatologia depressiva e sintomatologia típica da pós-menopausa e falta de consideração de circunstâncias que podem, até mais do que os fatores hormonais per se, potenciar o desenvolvimento de sintomatologia depressiva nesta etapa da vida da mulher, tais como condições médicas, mudança no papel social (reforma), falecimento de entes queridos ou sensação de “ninho vazio”. Objetivos: Aferir se a pós-menopausa é per se, através de manifestações clínicas decorrentes do declínio estrogénico (perturbações do sono ou sintomas vasomotores), um fator predisponente ao desenvolvimento de sintomatologia depressiva, assim como averiguar a importância de outros fatores descritos na literatura considerados como protetores (suporte emocional ou envolvimento em atividades lúdicas) ou como predisponentes (antecedentes psiquiátricos ou eventos adversos recentes) para a mesma. Métodos: Estudo transversal, descritivo e correlacional realizado no ACeS Cova da Beira. Foi obtida uma amostra constituída por 125 elementos do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 55 e os 75 anos e que se encontravam na pós-menopausa. Cada participante preencheu, simultaneamente, uma escala de rastreio de sintomatologia depressiva, Center for Epidemiologic Studies Depression Scale (CES-D), e um questionário que incluía vários fatores descritos na literatura como protetores ou predisponentes ao desenvolvimento de sintomatologia depressiva. O tratamento e análise dos dados fez-se com recurso ao software estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 22. Resultados: Quando analisados todos os fatores predisponentes simultaneamente, apenas as perturbações do sono e os eventos de vida adversos recentes predispunham ao desenvolvimento de sintomatologia depressiva. Por outro lado, ao analisar concomitantemente os fatores protetores, o suporte emocional, a satisfação sexual e as atividades extraprofissionais lúdicas eram os únicos que protegiam as mulheres de sintomatologia depressiva. Discussão e Conclusões: Considerando o défice estrogénico como a causa dos distúrbios do sono em algumas mulheres pós-menopáusicas, podemos concluir que a menopausa é per se um fator predisponente a sintomatologia depressiva. Contudo, sendo este um estudo transversal que não acompanha a transição das mulheres pelos diferentes status menopáusicos nem quantifica a sintomatologia depressiva ao longo dos mesmos, e desconhecendo quer a qualidade do sono das mulheres nos outros períodos reprodutivos quer a verdadeira influência da pós-menopausa nos distúrbios deste, não foi possível demonstrar que a menopausa seja um fator de risco para o desenvolvimento de sintomatologia depressiva.