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Santos Pereira, Ana Catarina

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  • Filmes (Ir)refletidos
    Publication . Pereira, Ana Catarina; Nogueira, Luís
    Filmes (Ir)refletidos propõe uma dúzia de textos de investigadores/as de diversas áreas dos estudos fílmicos, os quais propõem variadas abordagens, tendo como mote comum as relações entre o cinema e a filosofia, o qual suscitou as jornadas realizadas na UBI em 2017, que estiveram na origem da presente edição. A pluralidade de perspetivas e propostas é acompanhada pela multiplicidade temática, pela individualidade estilística e pela variedade de obras e cineastas estudados, os quais vão de Van Sant a Hitchcock, de Bergman a Kubrick, de Tocha a Farhadi, de Scorsese a Brakhage. Incidindo ou partindo de domínios tão diferentes como a ética ou a fenomenologia, a estética ou a epistemologia, os estudos queer ou as teorias dos cineastas, e adotando discursos que podem ir do epistolar ao ensaístico, cada texto oferece um caminho singular para pensar o cinema – e, por isso, o livro se revela de uma grande abertura –, mas articulando-se com os demais no domínio circunscrito da reflexão filosófica – e, desse modo, encontra a sua coerência.
  • A infindável procura de um traço identitário: existirá uma estética feminina?
    Publication . Pereira, Ana Catarina
    No âmbito das teorias feministas do cinema, e dos estudos fílmicos em geral, algumas questões têm sido levantadas ao longo das últimas décadas, nomeadamente no que diz respeito à exigência de uma maior representatividade feminina no mundo da realização e produção cinematográficas. Sendo o olhar do espectador, como Laura Mulvey sugeriu, pressupostamente masculino, treinado por realizadores com fantasias e tendências voyeuristas homogéneas, a questão seguinte seria inevitável: poderá este mesmo olhar assumir características distintas, quando mediado por uma mulher? Poderá a arte, ao contrário dos anjos, ter sexo? Existirá, neste sentido, uma “estética feminina”, como Silvia Bovenschen, em artigo homónimo, publicado em Setembro de 1976, procura antecipar? Procurá-la não implicará um aprofundar de estereótipos associados à feminilidade e à masculinidade, todos eles redutores, segundo o ponto de vista de Michel Foucault e Judith Butler, bem como a atribuição de um certo carácter de exotismo, pela falta de representatividade nos circuitos artísticos? Enunciando e debatendo os principais argumentos dos autores mencionados, propomo-nos, no presente artigo, responder às questões colocadas.
  • O cinema ao serviço da educação: a experiência das escolas de ensino básico e secundário no Algarve
    Publication . Pereira, Ana Catarina
    “Primeiro estranha-se, depois entranha-se”. Assim se poderia definir, recorrendo a Fernando Pessoa, o primeiro contacto de uma criança ou adolescente com o cinema que não faz parte do circuito comercial. Preparar o espectador para a visualização de obras que requerem uma análise cuidada e uma interpretação profunda é o papel dos professores que, de alguma forma, influenciam a vida e os gostos daqueles com quem contactam. À necessidade de formação destes profissionais associa-se a dificuldade de transposição de burocracias e preconceitos instituídos que continuam a condicionar a introdução do cinema nos programas de ensino básico e secundário. No Algarve, a região mais a sul de Portugal Continental, o projecto Juventude Cinema Escola, coordenado por Graça Lobo, adquiriu uma notoriedade e seriedade contracorrentes.
  • Sugestão de criação de um festival de cinema de mulheres em Portugal, a partir da leitura de Annette Kuhn
    Publication . Pereira, Ana Catarina
    Para Annette Kuhn, docente da Universidade de Lancaster e investigadora de estudos fílmicos, o interesse pela aplicação das teorias feministas à sua área de estudo começou em 1974 – ano em que assistiu a uma mostra de filmes feministas, em Nottingham. Segundo afirma, o que mais a impressionou então foi o fato de aquelas não serem apenas obras sobre mulheres (reais, trabalhadoras, donas de casa, mães), mas também de mulheres. Nesse momento, percebeu que todo o prazer que havia retirado ao assistir a filmes tinha até então dependido enormemente da sua identificação com personagens masculinos. A postura assumida exigia uma negação de si mesma como espectadora, mulher e feminista – preocupação que consideramos manter-se atual na contemporaneidade e que constitui ponto de partida para a defesa de uma proposta cinematográfica: a da criação, em Portugal, de um festival de cinema feminino, exclusivamente dedicado à exibição de obras de mulheres realizadoras. Investir na formação de públicos, devidamente sensibilizados para algumas das questões teóricas do feminismo no cinema, deveria ser objetivo central na sua constituição.
  • A narração de si pelo outro: A incapacidade de dizer o amor no sentido beauvoiriano.
    Publication . Pereira, Ana Catarina
    Num texto escrito que se furta aos tradicionais padrões e metodologias académicas, ensaiamos uma leitura que viaja do romance O sangue dos outros, de Simone de Beauvoir, para uma reflexão sobre um dos temas centrais do livro: a incapacidade de declarar amor ao outro e de vivência plena de sentimentos íntimos. O tema, como reconheceremos, perpassa o século XX, encontrando expressão em diversos objectos artísticos, da literatura ao cinema, do teatro à dança, da música às artes plásticas. De uma perspectiva sociológica, estes anos de conflitos mundiais, de reposicionamentos políticos e de manifestações em prol de uma universalização dos direitos humanos, questionaram ou tornaram fugazes muitas das uniões matrimoniais, que foram deixando de poder basear-se em relações essencialmente económicas, morais ou religiosas. Face a profundas alterações em ideais e valores dominantes, o amor seria então revalorizado como o último dos compromissos.Não obstante, nas linhas essencialmente aporéticas que aqui apresentamos, não propomos leituras finais ou justificações últimas para a resistência a palavras que anunciem novas fases, vidas ou promessas mútuas. Partimos apenas de um romance que mimetiza uma realidade comum, propagada em várias formas de expressão artística da contemporaneidade.
  • UBICinema 2007/2017
    Publication . Pereira, Ana Catarina; Nogueira, Luís
    O livro que agora se apresenta pretende dar a ver e ler um conjunto significativo de filmes dos alunos e alunas dos cursos de Cinema da UBI, produzidos entre 2007 e 2017. Fá-lo através de palavras e olhares externos à Universidade da Beira Interior, na grande maioria dos casos, e internos, em alguns outros. Aos autores e autoras dos textos, além do agradecimento penhorado pela generosidade da colaboração, devemos análises e abordagens que proporcionarão aos criadores e às criadoras ubianos e ubianas novas perspetivas sobre os seus trabalhos, e constituirão, certamente, motivos de reflexão acrescida ou renovada. São textos muito diversos, como muito diversos são os filmes – algo que nos parece fundamental, em nome da pluralidade artística e da multiplicidade cultural. Analisar filmes de escola é um exercício de equilíbrio: entre a contenção de expectativas e a detecção de talento, entre a exigência crítica e as circunstâncias específicas deste tipo de trabalhos, relevando virtudes ou apontando fragilidades. Os textos que aqui se publicam alcançaram esse objectivo, sintetizando, em apreciações originais de obras iniciais, as inquietudes e ambições de distintos jovens, com valores, interesses, preocupações e referências múltiplas. Na UBI, a noção de filme de escola sempre beneficiou mais a ideia de exibilidade estética do que de cânone inamovível. A formação eclética, com docentes de diversas áreas e sensibilidades, foi preconizada desde o início, tornando-se, com o decorrer dos anos, um dos fatores de identidade da escola, como bem o comprovam as obras aqui analisadas e as reflexões que lhes são dedicadas por autores, também eles, de proveniências distintas, da realização à política, do cineclubismo à imprensa, da blogosfera à academia, de Portugal e do mundo.
  • A mulher-cineasta: Da arte pela arte a uma estética da diferenciação
    Publication . Pereira, Ana Catarina
    A História do Cinema tem início nos finais do século XIX, em sociedades europeias heterogéneas com uma estrutura patriarcal comum. Estudar as propostas feministas aplicadas à sétima arte implica portanto uma reflexão em torno de arquétipos de feminilidade e a simultânea denúncia de objectificações gratuitas motivadas pelo género. Na tese de doutoramento que aqui sintetizamos pretendeuidentificar-se o processo que ditou a passagem das mulheres dos tradicionais postos de assistência secundária (na produção, fotografia, montagem, cenografia, guião) à realização de cinema. Constata-se o abandono do lugar do outro — objecto indecifrável a quem se dedica um poema, um olhar ou uma tentativa de compreensão — e um assumir da individualidade. A tese, defendida no passado dia 30 de Junho, na Universidade da Beira Interior, pretendia assim responder à pergunta de partida: “De que falamos quando falamos de cinema português realizado por mulheres cineastas?”
  • O adultério feminino mediado pelo olhar de Monique Rutler ou o charme discreto de uma burguesia republicana e falsa-moralista.
    Publication . Pereira, Ana Catarina
    A década de 90 seria um período marcante na História do Cinema Português. Uma democracia recentemente conquistada (1974), a entrada do país na União Europeia (1986) e a tentativa de promulgação de medidas que fomentassem a igualdade de oportunidades, geravam debate e questionamento. Alguns dos mais densos filmes então estreados — de Teresa Villaverde, Pedro Costa, Margarida Gil, João Canijo, Solveig Nordlund ou João César Monteiro — revelam distanciações fracturantes, enquanto denunciam os inúmeros problemas que asfixiam determinados segmentos da sociedade. As imagens de crianças e adolescentes que crescem e que são educadas num país de instabilidade face ao novo, subúrbios marginalizados e injustiças perenes seriam dominantes na cinematografia daqueles anos. Neste contexto, Monique Rutler decide realizar um filme de época. Olhando o passado, questionou o presente e perspectivou um futuro que poderia retroceder, caso não se prestasse a devida atenção aos poderes instituídos e se consentisse no tratamento discriminatório de mulheres e operários. Depois de intensas pesquisas, a cineasta franco-portuguesa revelou novamente a história de Adelaide Coelho da Cunha, filha do fundador do jornal Diário de Notícias, e primeira mulher de um dos seus directores, internada e sujeita a tratamentos psiquiátricos indevidos, por ter escolhido viver um amor adúltero. A denúncia deveria ter suscitado o escândalo e a consternação, motivado o público e conhecido uma maior distribuição pelas salas de cinema. Todavia, a terceira longa-metragem de Monique Rutler parece ser, em todos os sentidos possíveis, uma história maldita. Estreado comercialmente no ano de 1992 em apenas três salas do país, o filme não foi além dos 2706 espectadores.[1] Por outro lado, sendo uma das mais marcantes narrativas sobre a condição feminina num determinado período da História de Portugal, é também uma das mais esquecidas. O propósito deste artigo é assim o de chamar a atenção para a invisibilidade de um caso verídico de graves atentados a princípios éticos e deontológicos — não apenas universais, mas também, e particularmente, dos profissionais de saúde. [1] Dados fornecidos pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA).
  • Quando elas começam a filmar: feminismos, cinema e direitos humanos
    Publication . Pereira, Ana Catarina
    Dentro da palavra feminismo cabem múltiplos significantes e referências, facetas e objectivos. Dentro da palavra cinema cabem múltiplas imagens e arquétipos, possibilidades de identificação e eclectismos. Narrar a história do feminismo é uma tarefa árdua e votada à incompletude, mas essencialmente necessária, num artigo que se propõe analisar as diversas vertentes da corrente filosófica, aplicando-as à sétima arte. Atendendo à transversalidade temática da “Revista Interdisciplinar de Direitos Humanos”, começamos por sublinhar que, em termos cronológicos, o início do feminismo, enquanto movimento político estruturalmente organizado, coincide com a Revolução Francesa. Até aquele momento, a sociedade tinha sido regida pelo modelo patriarcal instituído pela democracia ateniense. Sucessivas declarações de direitos e tratados filosóficos, proclamadas e proferidos em diversos países do Ocidente, perpetuariam o estatuto de invisibilidade jurídica, cultural e social a que a mulher havia sido votada. Será já na Idade Moderna que os primeiros avanços em termos igualitários começam a concretizarse. Nesse contexto, Literatura e Cinema seriam meios fundamentais para a constituição de uma identidade feminina, motivando-se o estudo da obra de cineastas como Alice Guy Blaché, Germaine Dulac ou Agnès Varda, para uma melhor compreensão do papel precursor da arte em distintos movimentos políticos.
  • Docente de Cinema: A relação possível entre emoção e razão
    Publication . Pereira, Ana Catarina
    O presente artigo pretende ser um encontro entre metodologias e diretrizes pedagógicas para o Ensino Superior e a docência em licenciaturas de formação artística, mais especificamente, na área de Cinema. Habitualmente leciona‑dos por antigos profissionais ou investigadores da área, sem uma formação pedagógica que os/as prepare para a exposição pública inerente à atividade de docente, nem tão pouco para a sistematização de conteúdos adequados ao corpo discente, estes cursos são também frequentados por alunos/as com necessidades, expectativas e referências heterogéneas, tornando par‑ticularmente necessários o debate e a reflexão sobre modelos e técnicas a aplicar em aula. No caso de estudo que aqui se apresenta, a regência da unidade curricular de História e Estética do Cinema Português, na Universidade da Beira Interior, atribui o mote a uma breve dissertação em torno de objetivos e metodologias com potencialidade de adaptação à formação de futuros/as cineastas. A tentativa de equilíbrio das vertentes teórica e prática, bem como a necessidade de preparação para o mercado de trabalho – no qual, por tratar‑se de uma disci‑plina de final de curso, alunos e alunas irão previsivelmente entrar nos meses seguintes – têm ditado a evolução da experiência, permitindo‑nos chegar a algumas conclusões sobre novos modelos educativos e a sua aplicação ao Ensino Artístico.