Faculdade de Ciências da Saúde
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Browsing Faculdade de Ciências da Saúde by advisor "Afonso, Rosa Marina Lopes Brás Martins"
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- Análise do impacto da terapêutica antidepressiva na qualidade de vida e em comorbidades associadas à síndrome metabólica em idosos institucionalizados da Beira InteriorPublication . Freitas, Francisca Cavaleiro de; Lusquinos, José Ignacio Verde; Oliveira, Nádia Alexandra Gomes de; Afonso, Rosa Marina Lopes Brás MartinsEste trabalho foi realizado no âmbito do Estágio curricular e da Dissertação de Mestrado constantes do programa curricular do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, sendo composto por dois capítulos: Capítulo I que corresponde à dissertação e à investigação científica elaborada, e o capítulo II, referente ao relatório de estágio curricular em Farmácia Comunitária. O Capítulo I refere-se assim ao impacto da terapia antidepressiva (ADT) e do diagnóstico de depressão na qualidade de vida (QoL) e noutras perturbações como a síndrome metabólica em indivíduos idosos residentes em lares e centros de dia. A depressão major apresenta-se como uma patologia complexa na sintomatologia associada, podendo-se manifestar sob a forma de sintomas físicos, psicológicos, emocionais e comportamentais, constituindo uma das principais causas de perda de QoL, em especial nos idosos. Os fatores de risco clássicos para depressão são, entre outros, stress, sedentarismo, consumo excessivo de drogas e álcool, padrões de alimentação empobrecidos, reduzida prática de atividade física e existência de comorbidades. Frequentemente associado ao diagnóstico de depressão e aos efeitos adversos da terapia antidepressiva verificam-se em conjunto distúrbios metabólicos como dislipidemia, diabetes, excesso de peso/obesidade e ser residente em Instituições de Longa Permanência (ILPI). Desta forma, foi analisado o impacto da terapia antidepressiva na QoL e em perturbações associadas à síndrome metabólica pré-existentes, como diabetes, dislipidemia ou obesidade, em idosos de lares e centros de dia da Beira Interior. Foram assim obtidos dados terapêuticos de idosos pertencentes ao EBIcohort, coorte criada no âmbito do projeto ICON. Os grupos de estudo foram elaborados considerando a sua divisão por número de fármacos antidepressivos (AD) em utilização: idosos tratados com um fármaco AD (monoterapia), idosos tratados com dois fármacos (dupla terapia) e idosos tratados com três fármacos (tripla terapia), sendo o grupo de controlo constituído por indivíduos sem diagnóstico de depressão e que não são tratados com fármacos AD. Para análise da perceção da QoL por parte dos idosos dos grupos de estudo foi utilizada a escala EUROHIS-QOL-8. Parâmetros bioquímicos como a glicose sérica, o colesterol total, HDL, LDL e triglicerídeos foram analisados anteriormente por métodos clínicos padrão. Parâmetros antropométricos como o peso e a altura foram analisados também previamente a este estudo para obtenção dos valores de IMC. Não foram verificadas diferenças significativas entre os grupos de estudo relativamente a parâmetros como os lipídicos ou IMC. No entanto, os níveis de glicose sérica verificaram-se bastante reduzidos em idosos tratados comparativamente a idosos do grupo de controlo. Os valores totais obtidos pela escala EUROHIS-QoL-8 foram inferiores no grupo com tripla terapia AD, comparativamente aos grupos de controlo e monoterapia. Em conclusão, idosos com terapia antidepressiva apresentam níveis mais baixos de glicose no sangue e uma pior perceção de qualidade de vida (baixo score na escala EUROHIS-QoL-8).
- Análise dos tratamentos anti-hipertensivos e da qualidade de vida nos idosos institucionalizados hipertensos da Beira InteriorPublication . Leal, João Marcelo Bernardes; Lusquinos, José Ignacio Verde; Afonso, Rosa Marina Lopes Brás MartinsCom a progressão da idade verifica-se um aumento da incidência da hipertensão arterial, que afeta mais de 60% da população idosa (com =65 anos de idade). Tendo em conta que existem vários mecanismos e sistemas fisiológicos reguladores da pressão arterial, tornase claro que várias classes farmacológicas possam ser utilizadas nesta patologia, nomeadamente antagonistas dos recetores de angiotensina (ARA), inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), diuréticos de ansa (DIUansa), diuréticos tiazídicos (DIUtiazida), diuréticos poupadores de potássio (DIUpp), bloqueadores dos canais de cálcio (BCC) e antagonistas beta-adrenérgicos (ABA). Foi realizada a análise dos dados terapêuticos dos idosos hipertensos incluídos na EBIcohort, uma coorte criada no âmbito do projeto ICON (“Interdisciplinary Challenges On Neurodegeneration”, Programa Operacional do Centro, Centro 2020 (CENTRO-01-0145-FEDER000013), com o intuito de estudar os fatores ou esquemas terapêuticos que podem influenciar a qualidade de vida (QOL) dos idosos. Foram estabelecidos grupos de indivíduos com base no número de fármacos anti-hipertensivos existentes na sua terapêutica (grupo de controlo e grupo de idosos tratados com 1 a 5 substâncias ativas). Utilizámos o instrumento EUROHISQOL-8 para analisar os níveis de QOL nos diferentes grupos de idosos. Assim, procedeu-se à análise dos tipos de associações terapêuticas usadas mais frequentemente, distinguindo os diferentes tipos de classes farmacológicas, associações de fármacos, bem como o seu impacto na QoL. Dentro das monoterapias mais frequentemente observadas estão as que contemplam ARA (30.2%), DIUansa (26.4%) e IECA (18.9%). Nas terapêuticas duplas, a combinação DIUansaARA foi a predominante (19.1%) seguida de ARA-DIUtiazida (14.7%). Relativamente às terapêuticas triplas, a associação ARA-DIUansa-BCC foi a mais frequente (23.3%). Nos idosos tratados com 4 ou mais substâncias anti-hipertensivas, a associação ARA-DIUansa-BCC-ABA foi a mais observada (25.0%). Na monoterapia, os idosos tratados com ARA parecem ter um menor nível de QOL, enquanto os que se encontram submetidos a uma terapêutica com BCC apresentam níveis superiores de QOL, em comparação com outras monoterapias. Nas terapêuticas múltiplas, a associação de ARA com diuréticos tem tendência para aumentar a QoL, comparativamente à monoterapia com ARA. Adicionalmente, a associação de um BCC com um ARA ou DIUansa sugere um decréscimo na QOL, quando comparada à da monoterapia com BCC. O segundo capítulo do presente relatório de estágio refere-se ao estágio curricular realizado no âmbito da farmácia comunitária. Este teve lugar na Farmácia Rosa (Caldas da Rainha), de 22 de janeiro de 2019 a 1 de junho do mesmo ano, sob a orientação da Dra. Catarina Afonso. Aqui é descrito o funcionamento de uma farmácia e o seu enquadramento legal, bem como as áreas de intervenção do farmacêutico, as quais vão sendo caracterizadas de acordo com as tarefas que fui realizando ao longo deste período.
- Ansiedade em Estudantes de MedicinaPublication . Rodrigues, Joana Ramos; Afonso, Rosa Marina Lopes Brás Martins; Sousa, Miguel Castelo Branco Craveiro deO curso de Medicina é considerado um dos cursos mais desejados e exigentes do Ensino Superior português, possibilitando, por um lado, grande gratificação e realização, tanto a nível pessoal como profissional e, por outro lado, exigindo um percurso de muitos anos de trabalho e uma dedicação quase exclusiva. A elevada carga horária, os estágios clínicos, as avaliações frequentes e o contacto com os doentes representam grandes exigências, tornando-se, frequentemente, fontes de stress e ansiedade para os estudantes de Medicina. Esta investigação pretende avaliar os níveis de ansiedade basal dos estudantes de Medicina, bem como visa a criação de uma escala que permita a avaliação dos níveis de ansiedade em meio clínico. Participaram neste estudo 997 estudantes de seis estabelecimentos do Ensino Superior portugueses, 557 alunos do curso de Medicina e 440 alunos de outros cursos. Dos participantes, 720 eram do sexo feminino (72,2%) e 277 (27,8%) do sexo masculino, tendo sido o intervalo de idades entre os 22 e 23 anos o mais prevalente (29,0%). A maioria dos participantes estudava na Universidade de Lisboa (39,5%) e encontrava-se no 2º ano do percurso académico (22,4%). Os instrumentos utilizados foram um questionário de dados sociodemográficos, Escala de Satisfação com o Suporte Social (Ribeiro, 1999), Escala de Autoavaliação de Ansiedade de Zung (Vaz Serra, 1982), Inventário de Fontes de Stress Académico no Curso de Medicina (IFSAM) (Loureiro, 2008) e ainda a Escala de Ansiedade em Meio Clínico (EAMC), construída no âmbito deste trabalho. A EAMC demonstrou uma boa consistência interna (Alpha de Cronbach = 0,84) e boa capacidade de discriminação de sujeitos apresentando-se assim, como instrumento consistente e fiável para a avaliação de ansiedade nos estudantes de Medicina quando expostos ao meio clínico. Os resultados indicam que os alunos de Medicina apresentam níveis médios de ansiedade inferiores aos de estudantes de outros cursos (=36,50; s=8,37 e =39,41; s=10,12 respetivamente; t(995)=-4,96; p=0,000). Os estudantes do sexo feminino, alunos que frequentavam o 2º ano do curso e os estudantes com menor grau de satisfação com o suporte social foram aqueles que apresentaram maiores níveis de ansiedade. Relativamente à ansiedade em meio clínico, constatou-se que 91% dos estudantes de Medicina apresentam baixos níveis de ansiedade em meio clínico, sendo a possibilidade de infligir dor ou dano ao doente o item associado a níveis de ansiedade em contexto clínico mais elevados. Observou-se uma correlação estatisticamente significativa entre os níveis de ansiedade basal e os níveis de ansiedade em meio clínico (r=0,30; p <0,001). A grande maioria dos estudantes de Medicina (91%) considera pertinente a promoção, pelos estabelecimentos de ensino de alguma forma de apoio relativamente a situações que possam despoletar maior grau de ansiedade em meio clínico. Esta investigação alerta para elevada prevalência de ansiedade nos estudantes de Medicina (>20%), sendo desta forma importante que as instituições de ensino canalizem esforços no sentido de proporcionar um acolhimento favorável aos jovens que se aventuram nesse tão exigente percurso que é a profissão médica.
- Avaliação da cognição e atividades da vida diária de utentes de Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas da Covilhã e BelmontePublication . Gago, Ana Laura do; Baltazar, Graça Maria Fernandes; Afonso, Rosa Marina Lopes Brás MartinsIntrodução: Estima-se que em 2050, 32% da população portuguesa terá idade superior a 65 anos. Na zona da Cova da Beira o fenómeno de envelhecimento é mais acentuado, onde 25,24% da população residente é idosa. As alterações socioculturais a que as famílias têm sido sujeita aumentam a dificuldade de prestar os devidos cuidados aos idosos levando, frequentemente à sua institucionalização, sendo a incapacidade de gerir as necessidades diárias a principal motivadora deste desfecho. O principal motivo desta incapacidade são as doenças crónicas, sendo que a prevalência e incidência de Declínio Cognitivo Ligeiro (DCL) e Demência estão a aumentar em Portugal, comprometendo a autonomia e independência dos idosos, constituindo importantes fatores de risco para a institucionalização. O objetivo do presente trabalho foi o de avaliar a relação entre o défice cognitivo e a prevalência de incapacidade funcional, em idosos de lares da Covilhã e Belmonte. Este estudo foi baseado na recolha de dados em 3 lares de idosos da Covilhã e de Belmonte, entre Outubro e Dezembro de 2017 e contou com a participação de 68 idosos. Para este estudo foram utilizados o Addenbrooke’s Cognitive Examination-Revised (ACE-R), a Global Deterioration Scale (GDS) e o Inventário de Avaliação Funcional para Adultos e Idosos (IAFAI). Através deles pretendeu-se rastrear défice cognitivo e a existência de incapacidade funcional. Para a análise de dados utilizou-se o Software Package for Social Sciences (SPSS). A amostra estudada foi constituída por 68 pessoas idosas, sendo 52 do sexo feminino e 16 do sexo masculino, com média de idades de 81,29?7,3 anos. Dos 68 idosos, 64 apresentavam défice cognitivo (94,1%) e apenas 4 se apresentavam sem qualquer défice cognitivo (5,9%). Em relação à capacidade funcional, apenas 4 idosos (5,9%) não apresentavam incapacidade funcional, 13 idosos (19,1%) tinham um grau de incapacidade ligeiro, 16 idosos (23,5%) apresentavam um moderado grau de incapacidade, 27 idosos (39,7%) tinham um grau de incapacidade grave e 8 idosos (11,8%) encontravam-se com um grau completo de incapacidade. Os valores de ACE-R Total para o género masculino (M = 58,25?17,4) foram significativamente superiores aos resultados obtidos no sexo feminino (M = 41,06?18,5). Para a variável idade, verificou-se que os valores obtidos para a faixa etária 66-79 anos (M = 52,86?17,6) foram estatisticamente superiores aos os valores da faixa 80-95 anos (M = 41,71?19,7). Constatou-se também que em indivíduos com escolaridade os valores obtidos foram significativamente maiores (M=51,18?17,684) do que em indivíduos sem escolaridade (M=32,11?17,663). Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas nos resultados obtidos para as diferentes variáveis no IAFAI. Foi possível verificar uma forte correlação negativa entre a existência de incapacidade funcional e défice cognitivo (rs = -0,609, p < 0,0005), indicador da forte associação entre deterioramento do estado cognitivo e decaimento da capacidade funcional. Os resultados deste estudo apontam para uma elevada prevalência de défice cognitivo e incapacidade funcional nos idosos institucionalizados, alertando-nos para a necessidade de desenvolver e implantar planos de atividades cognitiva e funcionalmente estimulantes nestas instituições, de modo a prevenir e atrasar o desenvolvimento destes défices. Com a deterioração do estado cognitivo, a capacidade funcional irá diminuir, reforçando a importância da estimulação cognitiva e funcional entre os idosos.
- Caraterização clínica de mulheres centenárias portuguesas: análise e discussão da maternidade enquanto fator de longevidadePublication . Pereira, Joana Filipa Lopes Brandão; Afonso, Rosa Marina Lopes Brás Martins; Moutinho, José Alberto FonsecaIntrodução: Em Portugal, à semelhança de outros países, além do envelhecimento da população e do aumento da longevidade, destaca-se o crescimento do número de centenários. O estudo deste grupo etário de longevidade excecional reveste-se de especial interesse para a identificação de fatores preditores de durabilidade. O grupo dos centenários é maioritariamente constituído por mulheres, o que, entre outros fatores, tem vindo a ser associado a fatores reprodutivos tais como a idade a que teve primeiro e último filho, e o número de filhos. Um maior número de filhos, uma idade materna tardia tanto no primeiro como no último filho estão associados a maior longevidade. Este estudo pretende descrever em termos sociodemográficos as mulheres centenárias Portuguesas e investigar a relação entre a maternidade e estado de saúde, saúde mental, perceção de saúde e longevidade. Métodos: Trata-se de um estudo observacional e descritivo, realizado no âmbito do PT100 Centenários do Porto, que é o primeiro estudo de base populacional português de caracterização da população centenária, e do seu estudo satélite PT100 Centenários da Beira Interior. Foi utilizado o protocolo de recolha de dados do projeto PT100 - Estudo dos Centenários do Porto que, numa perspetiva multidimensional, permite avaliar e caracterizar o centenário em termos sociodemográficos, clínicos, psicossociais e hábitos de vida do centenário, cuidador(es) e contexto. Resultados: Participaram no estudo 209 mulheres centenárias, 125 da área metropolitana do Porto e 84 da Beira Interior, com uma média de idade 101,2 (DP=1,6). Os resultados revelam que se trata de um grupo muito heterogéneo apesar de, globalmente, na grande maioria se destacar o baixo rendimento económico. A maioria das mulheres (41,2%) teve de 2 a 4 filhos, teve o primeiro filho com idade inferior a 25 anos (46,6%) e o último filho com uma idade superior a 34 anos (69,4%). Os problemas de saúde com mais relevo são os relativos à audição, visão e incontinência urinária. As análises das questões relativas à maternidade revelaram algumas diferenças, no entanto não forma encontradas diferenças estatisticamente significativas, entre a maternidade e estado de saúde, saúde mental, perceção de saúde e longevidade. Conclusões: Nesta amostra, não se constata que a maternidade seja um fator relacionado com a longevidade. Este estudo não contém possíveis dados relevantes, nomeadamente clínicos, e dados relativos à menarca e menopausa, que serão importantes explorar noutros estudos sobre a longevidade.
- Caraterização Clínica e Cognitiva de Pessoas Idosas Institucionalizadas com Diagnóstico de Diabetes Mellitus Tipo 2Publication . Pipa, Maria Teresa de Sá Ferreira Loureiro; Afonso, Rosa Marina Lopes Brás Martins; Lemos, Manuel Carlos Loureiro deIntrodução: O envelhecimento é uma fase do ciclo vital com marcadas diferenças interindividuais, no estado de saúde física e cognitiva, sendo uma etapa em que existe uma elevada prevalência de patologias. Entre as doenças crónicas não transmissíveis, a diabetes mellitus tipo 2 (DM2) evidencia-se como sendo uma importante causa de morbilidade e mortalidade, particularmente entre os idosos. A DM2 tem sido indicada como um importante fator de risco para comprometimento cognitivo na velhice. Objetivos: Este estudo enquadrou-se no projeto “ICON – Desafios Interdisciplinares em Neurodegenerac¸ão” (em curso no Centro de Investigação em Ciências da Saúde da UBI) e teve como objetivos: caraterizar o nível clínico e sociodemográfico de um grupo de pessoas idosas institucionalizadas em lares da 3ª idade com diagnóstico de DM2; avaliar o estado cognitivo dos participantes; averiguar se existem diferenças a nível cognitivo entre participantes com diferentes características clínicas; analisar se existem diferenças ao nível da hemoglobina glicada entre idosos com e sem défice cognitivo (DC). Métodos: Participaram no estudo 61 indivíduos com diagnóstico de DM2 (14 homens, 47 mulheres, idade média 82,0 ± 7,0 anos, intervalo 65-97 anos), residentes em lares da Beira Interior. Foram avaliados através do “Mini-Mental State Examination” e da “Global Deterioration Scale”, tendo sido recolhidos os dados relativos ao índice de massa corporal, hemoglobina glicada, avaliações médicas, diagnósticos e medicação. Resultados: Relativamente à medicação, 95,1% tomavam fármacos hipoglicemiantes (8,2% insulina e 86,9% antidiabéticos orais) e 4,9% faziam apenas dieta. Apenas 20 doentes (32,8%) apresentaram, pelo menos, um registo de hemoglobina glicada nos 6 meses anteriores ou posteriores à data da avaliação cognitiva, através do Mini Mental State Examination. Os resultados não revelaram diferenças estatisticamente significativas do valor médio da hemoglobina glicada entre o grupo com e sem DC (6,84 ± 1,15 vs. 6,55 ± 0,50, teste de Mann-Whitney, U=16,0, p=0,801). Conclusão: Esta investigação alerta para a complexidade, os desafios e as barreiras relacionadas com a população idosa institucionalizada com DM2, nomeadamente a falta de registos atuais da hemoglobina glicada e a possível ausência de registo de complicações microvasculares.
- Causas de Morte de Centenários da Beira InteriorPublication . Pinto, Bruna Duarte Vieira; Afonso, Rosa Marina Lopes Brás Martins; Patto, Maria da Assunção Morais e Cunha VazIntrodução: O envelhecimento da população está associado ao aumento no número de centenários. Surge, assim, o interesse em estudar este grupo etário para identificação e compreensão de fatores e dinâmicas associados à longevidade. Entre os vários temas estudados nos centenários, encontra-se o estudo das causas de morte, que permite dirigir e antecipar os cuidados de fim de vida nesta faixa etária. Objetivos: Este estudo enquadrou-se no projeto PT 100 BI - Estudo dos Centenários da Beira Interior, estudo satélite do projeto PT 100 - Estudo dos Centenários do Porto e pretendeu: (1) identificar as causas de morte dos centenários participantes no estudo PT 100 BI e (2) descrever as condições e circunstâncias de morte: idade; local; internamentos; agravamento ou não da situação clínica antes de morrer; local onde residia, grau de autonomia e estado cognitivo um mês antes de morrer. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo. Foram contactados telefonicamente familiares e/ou técnicos de instituições residenciais para pessoas idosas dos 101 participantes do estudo PT 100 BI, tendo sido possível recolher dados em relação a 81 centenários (69 mulheres e 12 homens). Para a entrevista telefónica foi desenvolvido um protocolo com questões relativas às causas de morte e fatores relacionados. Resultados: Os resultados indicaram que 60 participantes (74,1%) morreram de causa indeterminada, 10 (12,3%) morreram de problemas respiratórios, 5 (6,2%) morreram de problemas cardiovasculares, 2 (2,5%) morreram por falência multiorgânica, 2 (2,5%) morreram de sequelas de traumatismos osteoarticulares, 1 (1,2%) morreu de agravamento da doença renal e 1 (1,2%) morreu de sequelas cirúrgicas. A maioria dos participantes, ou seja, 49 centenários (64,5%) viviam em IRPI um mês antes de morrer. Constatou-se que 44 (54,3%) centenários faleceram num IRPI, 25 (30,9%) centenários no domicílio e 12 (14,8%) pelo hospital. A maior parte dos centenários (43 participantes, 58,1%) não era autónomo um mês antes de morrer. 68 centenários (90,7%) não tinham demência. Foi relatado um agravamento do estado geral de saúde antes de morrer em 32 participantes (71,1%). Estiveram internados no hospital, antes de morrer, 13 centenários (21,7%) comparativamente com 47 não internados (78,3%). Conclusão: Esta investigação revela que a maioria dos centenários morrem por causa indeterminada, maioritariamente em IRPI ou domicílios. Este estudo alerta para a importância de promover cuidados específicos dirigidos a este grupo e para a necessidade de manter o melhor nível de cuidados até ao fim de vida daqueles que morrem sem causa identificada. É ainda de extrema importância estudar os fatores biopsicossociais relacionados com esta faixa etária para assim dirigir e melhorar os cuidados de saúde e assistenciais prestados, com o objetivo de promover a qualidade de vida e saúde.
- Cognitive function of Residential Care Facility residents during COVID-19 pandemic deconfinementPublication . Simões, Ana Deolinda da Conceição Certo; Patto, Maria da Assunção Morais e Cunha Vaz; Afonso, Rosa Marina Lopes Brás MartinsThe form of transmission of the new coronavirus SARS-CoV-2 prompted social isolation to be adopted as one of the ways to contain the pandemic, which was imposed in a more prolonged and restricted way on residents of Residential Care Facilities (RCF). We aimed to investigate if COVID-19 deconfinement had an impact on cognitive function of RCF’s residents, evaluated with the Mini-Mental State Examination (MMSE), and if there was any correlation with other measured geriatric scales or indicators of the social engagement of those residents. Altogether, 27 residents from a RCF were evaluated over 11 months during which social isolation measures were eased, at three different assessment moments (October 2021, March 2022 and September 2022). In the analysis of the first assessment data we found that MMSE score had a positive association with Katz score and handgrip measures and a negative association with age and number of children. We found that the MMSE did not evolve consistently over those 11 months. We found that MMSE variation between October 2021 and March 2022 had a positive and significant correlation with age, the number of children and the number of weekly calls. Between March 2022 and September 2022 we found a negative and statistically significant correlation with age. Thus it was possible to identify factors that contributed to the variation of cognitive function of RCF’s residents. The analysis of these factors can help introduce changes in the cognitive approach of the institutionalized older adults.
- Communication between healthcare professionals and people with dementia: is deception an act of care? Integrated Literature ReviewPublication . Silva, Joana Cabral da; Afonso, Rosa Marina Lopes Brás MartinsIntroduction: With the great development and consequent investment on healthcare we’ve witnessed in the last decades, there are many chronic diseases gaining relevance, compromising the quality of life in older ages. Dementia is one of the responsible for this; demanding more resources, more medical attention and, consequently, the need to have good communication between health practitioners and patients. Their memory issues and compromised communication capabilities are translated in many behaviour changes. Understanding their needs is a challenge healthcare is currently not ready to satisfy, making it a subject in need of more attention in our society, and therefore worth of analysing what is currently being done. Methods: This integrated literature review analyses studies published from 01/09/2011 to 01/10/2022 focused on the application of deception in PWD, done by healthcare professionals. The Pubmed, Scopus, Web of Science and Scielo databases were consulted, and studies that met the defined inclusion criteria were included: studies in Portuguese, English or Spanish; with full text available; clearly targeting PWD of any aetiology, where the concept of lying associated to deception was mentioned, connected with the healthcare professionals’ role. Results: The analysed studies suggest that the process of deception, especially the therapeutic lying, is not well seen between healthcare professionals due to the moral and legal implications, but that it’s rather common throughout the facilities caring for PWD. There have been some guidelines suggested over the years, but they didn’t gather the necessary attention, as there is no legal support, nor enough rapport from the implied PWD as well. It’s seen how it’s considered condonable when looking at the situation from a patient-centred care point of view. Discussion: Given these results, there must be an open discussion about the terms of “deception” and “therapeutic lying” in their application of PWD and their particularities. The taboo around these terms has also to be addressed. More than the moral definition of these words, it’s also needed some legal guidelines, to protect both sides, and ensure PWD have the respect and dignity they need and deserve in their own specific current situation, by validating them, establishing meaningful relationships with them, where they don’t feel inferior, increasing their quality of life.
- Controlo pessoal e envelhecimento: um estudo na cidade da CovilhãPublication . Moreira, Ana Rita Balsemão; Afonso, Rosa Marina Lopes Brás MartinsO controlo pessoal tem sido associado a um funcionamento psicológico positivo e considerado determinante na qualidade de vida e bem-estar dos indivíduos, nomeadamente na velhice. Este estudo tem como objetivo avaliar as questões do controlo pessoal em idosos e relacioná-lo com algumas variáveis sociodemográficas, dependência funcional, autoavaliação da saúde, bem-estar e ocorrência de acontecimentos de vida negativos. Participaram neste estudo 188 idosos, com idades compreendidas entre os 64 e os 96 anos, residentes na cidade da Covilhã. Os resultados obtidos indicam elevadas perceções de controlo pessoal na amostra e diferenças estatisticamente significativas (t=-3,28; p<0,01) entre homens (M=40,62, DP=5,76) e mulheres (M=37,40, DP=6,87) e sujeitos que consideraram a ocorrência (M= 35,05, DP= 6,55) ou ausência de acontecimentos de vida negativos (M=40,74, DP=5,79). A análise dos resultados revelou correlações positivas e extremamente significativas entre o controlo pessoal e a autoavaliação da saúde (r=0,323, p<0,001) e o controlo pessoal e o bem-estar (r=0,461, p<0,001). Observou-se uma correlação negativa estatisticamente significativa entre as perceções de controlo e a dependência funcional nas AVD’s (r=-0,243, p<0,01) e extremamente significativa nas AIVD´s (r=-0,364, p<0,001). Estes resultados evidenciam a importância do controlo pessoal no envelhecimento bem-sucedido e alertam para a necessidade de se estimular a capacidade de cada indivíduo regular a sua própria vida.