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- Uma catequese de palavras visuais: Wierix e a narrativa pictórica do tecto da capela-mor da Igreja da Misericórdia de São Vicente da BeiraPublication . Mendes, Maria do Carmo RaminhasPortugal, país militantemente católico, apostou na sobreprodução de imaginária nos tempos pós-Trento, sendo que a pintura teve papel de destaque. Na Beira Interior, considerável parte do espólio pictórico datável deste período apresenta ter origem em «cartilhas de gravuras» nas quais os pintores, maioritariamente de bitola regional, se inspiravam para expressar a mensagem conversora e salvadora que os decretos tridentinos e os bispos, enquanto «pastores de almas», pretendiam fazer vingar nos usos e nos costumes das gentes. No tecto da capela-mor da Igreja da Misericórdia de São Vicente da Beira (Castelo Branco) aplicou-se este modelo; datável de inícios do século XVIII, apresenta um ciclo de dez tábuas com representações alusivas à Paixão de Cristo. Desconhecendo-se até à data o seu autor, as fontes visuais que usou como inspiração para este programa reportam-nos para as gravuras da oficina dos irmãos Wierix, cujas composições foram, com a maestria possível, transpostas e convertidas numa catequese onde a imago Christi é a principal mensagem.
- Image, devotion and pararepresentation: approaching baroque painting to Neuroscience, or a way to believePublication . Mendes, Maria do Carmo RaminhasCommunication is built up in words and images: the idea is transmuted into a symbolic message to the other, who perceives, understands and assimilates it. Communication generates a vital symbiosis based on sharing of concepts, knowledge, emotions and feelings, essential for the development of individuals and society and, ultimately, for human survival. [...]
- Pintura e emblema: a teologia do Coração no contexto da linguagem pictórica barroca portuguesaPublication . Mendes, Maria do Carmo RaminhasA gravura, enquanto fonte visual, foi crucial para a construção das imagens que caracterizam o período barroco, incluindo Portugal. Um fenómeno imagético que não só apelou para a reprodução pictórica das gravuras de episódios da vida de Cristo, da Virgem Maria e dos santos, mas adoptou outras formas, mais voltadas para a dimensão individual do crente, num apelo direto à conversão do seu coração. No barroco português, uma Teologia do Coração desenvolveu-se rapidamente na pintura e foi inspirada por livros de emblemas, numa linguagem visual focada na existência do homo interior, na sua conversão e na salvação da alma.
- Livraria do Convento de São Francisco da Covilhã: entre a extinção e a actualidadePublication . Mendes, Maria do Carmo RaminhasFoi confuso o processo subsequente à extinção das ordens religiosas, a qual se efectivou em 1834; os estudos que se têm vindo a desenvolver sobre o destino do vasto espólio arrestado aos conventos, masculinos e femininos e por todo o país, revelam-se em considerável parte fruto de um árduo trabalho de investigação, não descurando o acaso da sorte benemérita. [...]
- As Pinturas do Salão dos Continentes na Casa das Morgadas e a Arte na Covilhã no início do séc. XVIIIPublication . Serrão, Vítor; Mendes, Maria do Carmo Raminhas; Silva, Ricardo J. Nunes daRecuperadas em 2002, as pinturas do Salão dos Continentes na Casa das Morgadas tornaram-se já uma importante peça patrimonial da cidade da Covilhã. Desde finais do século XVII ou início de XVIII, época em que foram realizadas, estas pinturas proto-barrocas patenteiam imagens dos quatro continentes que os portugueses pioneiros da primeira globalização, haviam desbravado a partir do século XV. Curiosamente, a cidade berço de astrónomos, cosmógrafos e exploradores que conceberam uma nova ciência náutica internacional e permitiram a Portugal a liderança indiscutível no conhecimento do globo terrestre e da arte de navegar é a mesma que há cerca de 300 anos, viu implementar uma manifestação artística que representa este através de uma alegoria às “Quatro partes do Mundo”. Os painéis centrais referentes à Europa, Ásia, África e América alegorizados por figuras femininas, bem como os restantes 8 grandes painéis que os torneiam, exibem uma visão de sociedades mais desenvolvidas nos dois primeiros e uma perspetiva de mundo exótico, selvagem, nos dois últimos continentes. [...]
- Em análise: “Oração”, de Bento Coelho da Silveira, e a persona de D. Frei Luís da SilvaPublication . Mendes, Maria do Carmo RaminhasO Museu Francisco Tavares Proença Júnior e o Paço Episcopal de Castelo Branco são duas entidades distintas, mas com uma história comum. Considerável parte do actual espólio do Museu integrava-se outrora em contexto episcopal, e abordá-lo sem abordar os bispos que no local passaram - as suas personalidades e o papel activo que tiveram tanto na diocese da Guarda como na posterior diocese de Castelo Branco – seria menosprezar a memória que na arte permanece. A obra designada de “Oração”, da autoria de Bento Coelho da Silveira, está intimamente ligada àquele que foi um dos mais excelsos bispos da diocese da Guarda durante o século XVII: D. Frei Luís da Silva. Este monge trinitário, amigo pessoal do rei D. Pedro II e reconhecido à época pelo seu enorme intelecto, poder de oratória e borromeanas humildade, caridade e zelo pastoral, foi nomeado bispo da Guarda em 1684, e foi ele o responsável pela efectivação da linguagem visual barroca no bispado. Perdura, deste bispo, o nome gravado na laje existente na Sé Concatedral de Castelo Branco e o seu brasão de armas em parte das obras que lá financiou, mas a verdadeira dimensão da sua acção na implementação de catequeses visuais por toda a diocese é, infelizmente, ainda pouco valorizada. À luz da documentação remanescente, e incidindo particularmente na análise das duas biografias de D. Frei Luís da Silva (uma delas inédita até publicação nossa, em tese de doutoramento), ir-se-á lançar um novo olhar sobre a obra “Oração”, que irá para lá de uma mera análise iconográfica, inscrevendo-a no pensamento, no tempo e no lugar aos quais efectivamente pertence.
- Da presença à memória: a extinção das ordens religiosas femininas e a desamortização do património pictórico conventual cinco casos de estudo na CovilhãPublication . Mendes, Maria do Carmo RaminhasA colecção Patrimonius, pertença da Câmara Municipal da Covilhã e patente no Museu de Arte e Cultura da cidade, alberga o que dizem ser a herança histórico-cultural covilhanense; contudo, uma referência inscrita num dos quadros veio a revelar um grande espólio fora do contexto conventual feminino da região. Recorrendo aos fundos documentais relativos às ordens e do Município e tendo como objecto de estudo cinco pinturas da colecção, tentar-se-á destrinçar qual o trajecto que os objectos pictóricos tomaram desde a desamortização até ao actual contexto museológico.
- No interior do imaginário conventual: o programa pictórico do arcaz da sacristia da igreja do Convento de Santo António de PenamacorPublication . Mendes, Maria do Carmo RaminhasLocalizada no interior da Beira Baixa, a vila de Penamacor apresenta-se hoje, aos olhos do historiador da arte, como uma preciosidade no que ao património artístico toca. Com um espólio datável de várias épocas, é particularmente interessante o produzido durante a Idade Moderna, período durante o qual a vila deteve papel de destaque no contexto nacional. Durante este período específico, demarca-se o Convento de Santo António. Fundado no século XVI, foi durante os dois séculos seguintes a igreja deste local profusamente decorada tendo os ditames tridentinos como modelo, expressos num programa cenográfico na sua maioria preservado e que envolve talha dourada, pinturas e esculturas. Contudo, a mensagem hagiográfica tridentina também extravasou o local de culto conventual, prolongando-se no espaço privado da sacristia, onde o arcaz nos apresenta onze painéis cujo discurso visual assenta na representação de episódios alusivos aos milagres do orago do convento, Santo António. O presente estudo debruça-se assim sobre uma análise iconográfica do programa do arcaz da sacristia, tendo por base a relação íntima com a fonte visual que lhes deu origem: as estampas do livro Vida de Santo António de Pádua, obra da oficina de gravadores e editores Klauber Workshop, activos em Augsburg durante o século XVIII.
- A mais estimável Alfaia de Huma Casa: a Biblioteca de D. João de Mendonça, Bispo da GuardaPublication . Mendes, Maria do Carmo RaminhasNo panorama artístico do Portugal dos séculos XVII e XVIII, os bispos foram dos principais actores cujo mecenato se encontra, em grande parte, ainda por estudar. Neste contexto, encontramos personas que, no seu tempo, se afirmaram pelo seu enorme intelecto e erudição: entre estas figuras, destaca-se D. João de Mendonça, bispo que governou a diocese egitaniense durante vinte e três anos e sete meses, e cujo legado é mormente associado aos Jardins do Paço Episcopal de Castelo Branco. Apoiando-nos na análise do inventário póstumo, e no princípio diz-nos o que lês, dir-te-emos quem és, iremos desvelar o conteúdo da sua extensa e valiosa biblioteca, a qual revela um homem com uma visão mundividente da existência humana.
- D. Rodrigo de Moura Teles, bispo da Guarda: apostolado e legado de um modelo borromianoPublication . Mendes, Maria do Carmo RaminhasO percurso de D. Rodrigo de Moura Teles enquanto bispo da Guarda era praticamente desconhecido até que começou a ser desvelado enquanto parte do resultado da investigação no âmbito de mestrado e doutoramento1 , sendo que a mesma incidiu sobre o estudo, até aí também nunca elaborado com a profundidade necessária, da diocese da Guarda dos séculos XVII e XVIII, dos seus intervenientes no plano eclesiástico e do legado apostólico e artístico que nos deixaram. [...]