Faculdade de Ciências da Saúde
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Browsing Faculdade de Ciências da Saúde by advisor "Abreu, Pedro Miguel Martins de Azevedo"
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- Avaliação da mortalidade em mulheres pós-menopáusicas após a fratura da extremidade proximal do fémurPublication . Santos, João Nuno Matos Pais Silva; Abreu, Pedro Miguel Martins de AzevedoIntrodução: A osteoporose (OP) é uma doença caracterizada por diminuição da massa óssea e deterioração da microarquitectura do osso, conduzindo a um aumento do risco de fratura. Trata-se de uma doença com uma elevada prevalência, que aumenta com a idade, particularmente nas mulheres após a menopausa. De entre as complicações mais frequentes e graves da OP destacam-se as fraturas da extremidade proximal do fémur (FEPF), que estão associadas a altas taxas de mortalidade e dependência de terceiros. Tendo a Unidade Local de Saúde (ULS) de Castelo Branco, EPE, uma área de influência em que os idosos representam uma importante parcela da população, é imperativo a condução de estudos elucidativos sobre o real espectro desta patologia na população. Materiais e métodos: Estudo observacional, retrospetivo, longitudinal e analítico das mulheres com idade igual ou superior a 65 anos, internadas no Serviço de Ortopedia do Hospital Amato Lusitano (HAL), entre janeiro 2012 e dezembro 2013, devido a FEPF de baixo impacto. A recolha de dados foi feita através da consulta de processos clínicos. A análise estatística foi efetuada através do teste t-student e consideraram-se os resultados significativos para p <0,05. Resultados: Calculou-se uma incidência anual de FEPF, em mulheres com idade igual ou superior a 65 anos, de 775,5 por 100.000 habitantes. A idade média das pacientes foi de 84,75 ± 6,52 anos. A hipertensão arterial foi a doença mais observada (64,1%). 25,3% das pacientes apresentaram antecedentes de fratura de baixo impacto, sendo que a fratura mais frequente foi a FEPF (9,5%). Em apenas 6,6% dos processos das pacientes constava o registo de diagnóstico de OP. De igual modo, apenas 7,6% e 14,8% das pacientes se encontravam medicadas com tratamento anti-osteoporótico prévia e posteriormente à fratura, respetivamente. O tempo de espera cirúrgico foi em média de 1,91 ± 2,85 dias. Em relação ao tratamento prestado, apenas em 3,9% das pacientes se optou pelo tratamento conservador. Um ano após fratura, a taxa de mortalidade foi de 18,8%. Os fatores de risco associados à mortalidade após FEPF foram a idade, classificação ASA e tratamento conservador. Conclusão: Ficou demostrada a importância acrescida da OP e da FEPF em populações onde a faixa etária constituída por pessoas acima dos 65 anos representa uma parcela importante. Examinando os parâmetros estudados, verifica-se uma resposta pronta após FEPF, no entanto, muito pouco está a ser feito ao nível da prevenção, diagnóstico e tratamento da OP.
- Avaliação do consumo de AINEs em doentes com Artrite Reumatóide e Espondilite Anquilosante no controlo da dorPublication . Silva, Adriana Maria Madeira e; Abreu, Pedro Miguel Martins de Azevedo; Fernandes, Ana Paula André Martins; Rocha, Ana Carolina dos Santos SilvaIntrodução: Os anti-inflamatórios não esteróides (AINEs) são eficazes no alívio sintomático da artrite reumatóide (AR), espondilite anquilosante (EA) e outras condições inflamatórias. Estando o uso de AINEs a ser generalizado, devem averiguar-se os seus efeitos adversos para serem aplicados com segurança em doentes reumáticos, incluindo os com AR e EA. A escolha farmacológica deve, assim, ser personalizada, tendo em conta a eficácia, a potencial toxicidade com outra medicação, o custo e os efeitos adversos de cada paciente. Objetivos: Este estudo foi desenvolvido com o propósito de avaliar o consumo de AINEs, relacionando-o com a dor, na população de doentes com AR e EA seguidos na Unidade de Reumatologia de Castelo Branco (UR-CB). Materiais e Métodos: Estudo observacional retrospetivo em 135 doentes seguidos na UR-CB, de março/2011 a abril/2017. Os dados foram recolhidos a partir dos processos clínicos. DAS28, BASDAI e ASDAS e EVA foram os instrumentos utilizados para a avaliação da atividade da AR, da EA e da dor, respetivamente. Utilizou-se o software SPSSv24.0 para a análise estatística dos dados. Nas inferências para a população com AR e EA seguida na UR-CB, considerou-se o nível de significância de 5%. Resultados: Os doentes observados com AR são principalmente mulheres com idade superior a 60 anos e com duração da AR superior a 10 anos, enquanto os pacientes com EA são, em maior percentagem, homens com idades entre 40-50 anos e com duração da EA entre 3-5 anos. A maioria dos doentes com AR apresenta-se em remissão e sem dor/dor ligeira. Da mesma forma, quanto à EA, a maioria dos doentes apresenta atividade ligeira e ausência de dor/dor ligeira. Em relação à medicação, em ambas as doenças, os AINEs são os fármacos mais consumidos, embora DMARDs, corticosteróides e biológicos também contribuam para o controlo destas patologias reumáticas, especialmente da AR. Relativamente ao estudo CV e GI associado aos AINEs, apenas 5,5%, 2,7% e 1,4% dos doentes com AR foram submetidos a endoscopia digestiva alta (EDA), cateterismo cardíaco e internamento em Cardiologia, respetivamente. Na EA, apenas 22,2% foram submetidos a EDA. Da análise estatística, apurou-se ainda que são mais os doentes que consomem AINEs do que os que não tomam (AR: p=0,000 e EA: p=0,0215) e que a dor está associada às escalas de atividade da AR (DAS28-PCR: p=0,001 e DAS28-VS: p=0,000) e da EA (ASDAS-PCR: p=0,048 e ASDAS-VS: p=0,009). Conclusão: Na UR-CB, a AR e a EA encontram-se bem controladas: remissão/atividade ligeira, ausência de dor/dor ligeira e poucos efeitos adversos CV e GI, sendo os AINEs os fármacos mais consumidos. Existem associações significativas entre dor-DAS28 e dor-ASDAS.
- BioteCoviVac- registry among rheumatology patients followed in a Day Hospital of a Rheumatology UnitPublication . Sacramento, Maria Beatriz Guimarães; Abreu, Pedro Miguel Martins de Azevedo; Rocha, Ana Carolina dos Santos SilvaIntrodução: Quase dois anos após a emergência de um novo coronavírus, mantêm-se diversas incertezas e preocupações sobre esta estirpe (SARS-CoV-2) e a doença por si causada, a COVID-19. No que diz respeito à Reumatologia, um desafio particular passa pelos pacientes com Doenças Reumáticas Inflamatórias (DRI), cuja patologia e tratamento biotecnológico associado poderão ter impacto no curso da infeção por este vírus. Objetivos: Visto que a informação, relativamente a este tema, é ainda escassa, este trabalho visa a implementação de um sistema de registo de dados de todos os pacientes reumáticos seguidos e medicados com terapêutica biotecnológica, com foco na infeção por SARS-CoV-2 e sua vacinação, de modo a obter um melhor entendimento da repercussão que a COVID-19 tem em pacientes com DRI. Métodos: Dados referentes ao período de março de 2020 a dezembro de 2021 foram recolhidos através da consulta de processos clínicos de doentes sob tratamento biotecnológico e analisados no contexto de um estudo observacional e retrospetivo. Resultados: Foi desenvolvido um registo reumatológico com pacientes sob tratamento biotecnológico, com ênfase na COVID-19 e respetiva vacinação (registo BioteCoviVac). Os dados consistiram em informações demográficas, clínicas e relativas à infeção por SARS-CoV-2, em pacientes seguidos numa pequena unidade de Reumatologia. Conclusão: É esperado que este registo de dados facilite a avaliação dos pacientes em estudo e melhore os resultados obtidos após a exposição ao vírus SARS-CoV-2. Este registo poderá harmonizar a informação relativa ao tratamento, outcomes e bem-estar dos doentes seguidos ao longo do tempo, assim como identificar as melhores práticas e reforçar recomendações baseadas em evidência para a gestão deste grupo de pacientes, durante a pandemia.
- Caracterização da Doença Óssea de Paget em doentes seguidos numa Unidade do Centro de Portugal – Aspetos clínicos e demográficosPublication . Miranda, Tiago Miguel Rei; Abreu, Pedro Miguel Martins de AzevedoIntrodução: A Doença Óssea de Paget (DOP) ou Osteíte Deformante é uma doença óssea crónica focal, caracterizada por uma taxa de remodelação óssea acelerada que, por sua vez, leva à formação de um novo osso desorganizado, aumentado e com estrutura enfraquecida, propenso a deformidades e fraturas. Tanto a prevalência como a apresentação clínica e demográfica desta condição clínica podem variar consoante a população. Desta forma, face à morbilidade que esta doença pode causar, é importante conhecer as suas características. Objetivo: Este estudo tem como objetivo a avaliação e caracterização dos parâmetros demográficos, clínicos, bioquímicos, imagiológicos e tratamento de pacientes com o diagnóstico de DOP seguidos na Unidade de Reumatologia da Unidade Local de Saúde Castelo Branco (ULSCB). Metodologia: Para a concretização desta investigação, foi realizado um estudo observacional, retrospetivo e transversal dos utentes com DOP desde março de 2011 até setembro de 2021, na Unidade de Reumatologia da ULSCB. Foram recolhidos dados demográficos, ano de apresentação, sintomas, existência ou não de complicações à data de apresentação da doença e durante o período de follow-up. Também foi feita análise dos exames imagiológicos efetuados em todos os pacientes. Para a recolha de dados procedeu-se à consulta do processo clínico eletrónico e, posteriormente, o tratamento de dados foi realizado no programa Microsoft Excel®. Resultados: Este estudo sobre a DOP teve predominância masculina (90%) com uma idade média ao diagnóstico de 66.1 anos. Em nenhum dos casos foi reportada a existência de história familiar, bem como nenhum paciente se apresentou assintomático ao diagnóstico, tendo todos exibido um certo grau de dor óssea ou dor lombar. Não houve ainda nenhum registo da ocorrência de alguma fratura patológica. A forma monostótica da doença foi a mais prevalente, sendo observada em 80% dos pacientes. Os ossos afetados foram o sacro (30%), o ilíaco (50%) e o fémur (30%). Relativamente à Fosfatase Alcalina (FA) sérica, 50% dos doentes apresentaram este parâmetro aumentado ao diagnóstico, com uma média de 150.2 IU/L. Importante acrescentar que todos os casos foram sujeitos a uma avaliação por cintigrafia óssea para estudo da extensão da doença. Em termos de tratamento, 80% dos pacientes foram sujeitos ao tratamento com Ácido Zoledrónico com resultados muito satisfatórios tanto no controlo dos sintomas como na redução dos níveis de FA. Apenas em um caso foi necessário um segundo ciclo de tratamento, após 5 anos, por nova elevação dos níveis de FA. Conclusão: O presente estudo demonstrou tanto a existência como as manifestações clínicas da DOP na Unidade de Reumatologia de Castelo Branco, revelando que esta é uma condição clínica muito rara entre a população portuguesa. Dentro da amostra analisada há uma maioria masculina e da doença monostótica, sem história familiar significativa. Tanto as características clínicas como bioquímicas clássicas apresentaram uma boa resposta à terapêutica com bifosfonato. No entanto, as características demográficas e de apresentação clínica diferem da maioria dos estudos realizados em vários países, o que pode ter sido causado pelo reduzido tamanho da amostra utilizada.
- Caracterização de uma doença rara-Esclerose Sistémica- numa Unidade de ReumatologiaPublication . Oliveira, Margarida Antunes de; Abreu, Pedro Miguel Martins de AzevedoIntrodução: A Esclerose Sistémica é uma patologia rara caracterizada por alterações imunológicas, vasculares e fibróticas da pele e de órgãos internos. É uma doença de origem autoimune, que pode ter um curso crónico e progressivo e que apresenta taxas de incapacidade significativas. Métodos: Realização de um estudo transversal, retrospetivo e de caráter observacional de doentes com o diagnóstico de Esclerose Sistémica (ICD9 – 7101), seguidos na Unidade de Reumatologia do Hospital Amato Lusitano (Castelo Branco). Foram avaliadas as seguintes variáveis: características epidemiológicas da amostra, idade do diagnóstico e o tempo até ao diagnóstico, as diferentes classificações em subgrupos, o padrão de anticorpos e parâmetros laboratoriais para a inflamação, a manifestação inicial, as manifestações cutâneas, vasculares e articulares e a terapêutica em curso. Após a colheita de todos os dados foi realizada uma análise descritiva, justificável pela reduzida amostra do estudo. Resultados: A amostra era constituída por 24 doentes (10 com a forma cutânea limitada, 6 com a forma cutânea difusa, 7 com Pré-esclerodermia e 1 com Esclerose Sistémica sem escleroderma). 22 pacientes eram do sexo feminino. A média de idade do diagnóstico foi de 55,5 anos. O padrão de anticorpos era liderado pelos anticorpos anti-nucleares (95,7%), sendo que destes, os anticorpos anti-centrómero e anti-Scl-70 apresentavam-se como mais prevalentes no perfil imunológico da doença. As manifestações clínicas estudadas nesta amostra foram o envolvimento cutâneo, vascular e articular. A manifestação mais comum foi o fenómeno de Raynaud (75%), seguida do espessamento cutâneo (45,8%) e do envolvimento articular (41,7%). Como primeira manifestação da doença, existiu também uma predominância do fenómeno de Raynaud, sendo este o sintoma inicial em mais de metade dos pacientes (66,7%). A terapêutica vasodilatadora foi a mais frequentemente usada (62,5%), nomeadamente a Pentoxifilina (41,7%). O tratamento “imunossupressor” foi prescrito a 29,1% dos pacientes desta amostra e a maioria destes realizava Hidroxicloroquina, atendendo ao envolvimento articular. Os corticosteróides e os anti-inflamatórios não esteróides foram usados em ½ e ¼ dos indivíduos da amostra, respetivamente. Conclusão: Verificou-se que cada vez é mais importante prestar atenção a característicaschave como: um perfil de auto-anticorpos específico ou o aparecimento isolado do fenómeno de Raynaud, para que seja mais fácil fazer o diagnóstico precoce de doentes com Esclerose Sistémica. Também o tratamento destes doentes assenta na gestão das diferentes manifestações, pelo que a escolha da prescrição medicamentosa se baseava não só nas recomendações atuais, mas também na experiência do clínico.
- Consumo de Analgésicos e Anti-inflamatórios não Esteróides numa Unidade de ReumatologiaPublication . Fernandes, Patrícia Alexandra Carrão; Abreu, Pedro Miguel Martins de Azevedo; Rocha, Ana Carolina dos Santos SilvaIntrodução: A dor é um sintoma preponderante na clínica reumatológica, chegando a ser a razão principal de o doente procurar um médico. Ela tem um impacto significativo na vida das pessoas afetadas com repercussões a nível físico, psicológico, social e económico. Deste modo, o tratamento e controlo adequado da dor é um dever dos médicos e dos profissionais de saúde e um direito dos doentes que dela sofrem. No entanto, o tratamento por vezes é difícil, especialmente quando se trata de dor crónica. Assim, é importante fazer o estudo da medicação usada na dor, não só pelo seu valor epidemiológico e evolutivo, mas também para conhecer alternativas à medicação antiálgica convencional. Objetivos: Este estudo foi desenvolvido com o propósito de avaliar o consumo de analgésicos e anti-inflamatórios não esteróides, numa amostra de doentes seguidos na Unidade de Reumatologia de ULS Castelo Branco, EPE. Material e métodos: Realizou-se um estudo observacional retrospetivo com 462 doentes seguidos na Consulta de Reumatologia, que decorreu no período de 1 de Janeiro de 2018 a 31 de Maio de 2018. Os dados foram recolhidos a partir de processos clínicos, utilizando-se o software IBM SPSS Statistics® 25 e Phyton 3.7 para a análise estatística dos dados. Resultados: Os doentes observados eram maioritariamente do sexo feminino (71%) e com uma idade média de 63,66 anos. Verificou-se que a maioria dos doentes (56,70%) tinham um Índice de Massa Corporal acima do normal e viviam principalmente em zonas rurais (61,90%). No que diz respeito às patologias, a mais prevalente na amostra foi a Artrite Reumatóide (20,20%), embora as Doenças do Tecido Conjuntivo (10,60%), as Espondiloartropatias (10,20%), a Osteoartrose (10,20%) e a Fibromialgia (9,70%) também tenham tido uma prevalência significativa. Em relação à medicação, verificámos que os anti-inflamatórios não esteróides foram os fármacos mais consumidos, sendo que são mais os doentes que tomam estes fármacos do que aqueles que não os tomam, numa percentagem de 52,16%. O naproxeno foi o antiinflamatório não esteróide mais utilizado (18,40%) e os inibidores seletivos da ciclo-oxigenase 2 eram tomados por 9,50% dos doentes. Verificou-se, ainda, que apenas 17,75% dos doentes tomavam opióides, dos quais 7,79% eram opióides fortes e 9,96% eram opióides fracos. Conclusões: Os anti-inflamatórios não esteróides são os fármacos mais consumidos nas várias patologias reumáticas, sendo o naproxeno o mais utilizado. Os opióides são pouco usados, ainda assim, verificou-se que a Fibromialgia e a Artrite Reumatóide são as patologias em que se prescrevem mais opióides, havendo uma predominância na utilização do tramadol.
- Diagnóstico de Osteoporose em doentes com Espondilartrite Axial – análise numa Unidade de Reumatologia da Beira InteriorPublication . Ferreira, Diana Sofia Almeida; Abreu, Pedro Miguel Martins de AzevedoIntrodução: A osteoporose (OP) é comum na espondilite anquilosante, relacionada tanto à inflamação sistémica quanto à diminuição da mobilidade. O risco de fratura vertebral está aumentado. A maioria dos estudos mostra que pacientes com espondilartrite axial (axSpA) têm prevalência de OP maior do que a esperada na população geral. Objetivos: Realizou-se um estudo transversal, descritivo e observacional sobre a prevalência de OP, em adultos, com axSpA. Métodos: Realizou-se um estudo observacional monocêntrico, transversal, envolvendo doentes com critérios de classificação ASAS para espondilartrite seguidos numa Unidade de Reumatologia, em Portugal, entre Março.2011 e Dezembro.2022. Recorreu-se, retrospetivamente, a base de dados, recolhendo variáveis relacionadas com axSpA (variáveis sociodemográficas e clínicas), incluindo parâmetros biológicos. Parâmetros de saúde óssea foram adicionados, incluindo densitometria óssea, presença de sindesmófitos, histórico de fraturas de fragilidade e tratamento anti-osteoporótico. A OP foi definida por um T-score femoral ou lombar abaixo de -2,5 e/ou história de fratura osteoporótica e/ou prescrição de fármacos antiosteoporóticos. Resultados: Foram avaliados no estudo 43 pacientes (22 mulheres (51,2%); 21 homens (48,8%)), com idade média de 52,19±10,9 anos e tempo de duração de doença de 6,69± 8,9 anos. A média do IMC foi de 26,84Kg/m2. Em relação aos medicamentos antirreumáticos modificadores da doença, apenas um paciente (2,33%) utilizava metotrexato. 21 pacientes (48,84%) utilizavam biológicos. Cinco pacientes (11,63%) eram fumadores. As duas comorbilidades mais prevalentes foram hipertensão arterial e obesidade (cada uma com 11 e 9 pacientes, respetivamente). Os níveis de vitamina D (T0) foram menores (19,54ng/ml) do que o normal (>30ng/ml). A densidade mineral óssea foi avaliada por densitometria na coluna lombar e colo do fémur em 10 pacientes (23,26%). Segundo os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS), três pacientes (30%) apresentaram OP e cinco (50%) osteopenia. Apenas um realizava tratamento antiosteoporótico. 15 pacientes (34,88%) efetuavam suplementação com vitamina D e 1 (2,33%) simultaneamente com cálcio e vitamina D. Dois pacientes apresentaram fraturas prévias de baixo impacto. A presença de sindesmófitos foi encontrada em três pacientes (6,98%). Conclusão: O rastreio de OP foi possível em 10 pacientes acompanhados por axSpA. Devido a recursos limitados, o acesso a densitometria foi reduzido, contribuindo para um possível atraso no diagnóstico de baixa densidade mineral óssea. Nestes 10 pacientes, este trabalho mostrou que 30% apresentava OP e 50% osteopenia de acordo com os critérios da OMS. A prevalência de fraturas vertebrais no nosso estudo foi 4,65%, inferior às usualmente relatadas na literatura. A relação entre OP e fraturas vertebrais na axSpA precisa ser estabelecida, mas o tamanho da amostra não foi grande o suficiente para permitir tirar conclusões definitivas.
- A diminuição da densidade mineral óssea na Síndrome de Sjögren primáriaPublication . Oliveira, Marina Martins; Abreu, Pedro Miguel Martins de AzevedoIntrodução: A Síndrome de Sjögren primária é uma doença imunomediada, de caráter crónico e evolução lenta. A evidência científica tem mostrado que os doentes com Síndrome de Sjögren primária têm maior prevalência de diminuição da densidade mineral óssea. Dessa forma, são doentes com maior probabilidade de desenvolverem osteopenia e osteoporose e, consequentemente, maior risco de terem fraturas de fragilidade. Objetivos: Determinar a prevalência da diminuição da densidade mineral óssea nos doentes diagnosticados com Síndrome de Sjögren primária, seguidos na consulta de Reumatologia da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, e perceber se existe alguma associação entre as características clínicas dos doentes com os fatores de risco conhecidos para a osteopenia e osteoporose. Métodos: Este estudo observacional e retrospetivo é composto por todos os doentes com diagnóstico de Síndrome de Sjögren primária seguidos na consulta de Reumatologia da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco. A avaliação da densidade mineral óssea é obtida através da realização da osteodensitometria, estando o diagnóstico de osteopenia e osteoporose de acordo com os critérios da Organização Mundial da Saúde. É analisado o perfil clínico da amostra e estudada a influência da idade atual, anos de duração da doença, índice de massa corporal e toma de corticoides na perda de massa óssea, através de uma regressão logística. Resultados: O estudo incide num total de 38 doentes. O rácio entre mulheres e homens é de 9:1. A média da idade da amostra é 60,82 anos. A média da duração da patologia é de 4,76 anos. Os corticoides são usados com uma frequência de 70,3%. 57,9% dos indivíduos têm excesso de peso ou obesidade. A prevalência da diminuição da densidade mineral óssea é de 34,3%. Não foi encontrada associação estatisticamente significativa (p-value>?) entre as variáveis consideradas e a densidade mineral óssea, pelo que, esta não é influenciada pela idade atual, anos de duração da doença, índice de massa corporal ou toma de corticoides. Conclusão: Aproximadamente um terço dos doentes com Síndrome de Sjögren primária tem diminuição da densidade mineral óssea. No entanto, esta não se associa com a idade atual, os anos de duração da Síndrome de Sjögren primária, o índice de massa corporal ou o uso de corticoides.
- Epidermólise Bolhosa Distrófica Recessiva: Abordagem às complicações Músculo-esqueléticas - Estudo de CasoPublication . Semedo, Lumira da Conceição Marques; Abreu, Pedro Miguel Martins de Azevedo; Chiaverini, ChristineIntrodução: A epidermólise bolhosa (EB) é uma patologia rara, de alta variabilidade clínica e genética e de alto grau de severidade, que se caracteriza potencialmente pela formação de bolhas na pele, após traumatismos mínimos (traumas, fricção e altas temperaturas) ou, por vezes, espontaneamente. Além dessas manifestações, pode apresentar complicações extracutâneas, como gastrointestinais, músculo-esqueléticas, oculares e do trato geniturinário. A EB divide-se em quatro principais tipos. O subtipo epidermólise bolhosa distrófica inclui tanto a forma dominante como a recessiva, ambas associadas a mutações no gene COL71A, que codifica o colagénio tipo VII. Objetivo: Este trabalho consiste num estudo de caso, de uma criança de 14 anos, portador de epidermólise bolhosa distrófica recessiva (EBDr), cujo objetivo é elaborar um pequeno enquadramento teórico sobre a patologia e uma apresentação detalhada das manifestações clínicas presentes no doente, dando enfâse às complicações músculoesqueléticas e atuação perante tal condição. Metodologia: Este estudo de caso foi realizado com base em artigos selecionados nas bases de dados Pubmed e Science Direct, informações disponibilizadas pela DEBRA internacional e DEBRA Portugal; informação providenciada de dissertações anteriormente publicadas e de páginas da web. A descrição do caso foi baseada nas informações fornecidas pelos pais do doente, relatórios de consultas médicas em Cabo Verde e em França, onde o paciente é seguido e também na observação realizada pelo dissertante. Descrição do caso: Paciente do sexo masculino, 14 anos de idade, raça negra, grupo sanguíneo O RH+, pais sem história de consanguinidade. À nascença apresentava ausência da camada epidérmica nas extremidades inferiores, dos joelhos até o dorso do pé, bilateralmente, com bolhas de 1-2cm de diâmetro nas mãos e cavidade oral. Suspeitouse de EBDr, confirmado, posteriormente, por biópsia cutânea através da imunofluorescência direta. Atualmente, além das bolhas generalizadas, ulcerações e prurido, apresenta lesões cicatrizais no palato e nos dois lados internos da bochecha, língua sem papilas e anquiloglossia relativamente acentuada, microstomia, simbléfaro do olho direito, retração e pseudosindactilia das mãos e dos pés, onicodistrofia, fimose, desnutrição agravada, atraso do crescimento, anemia ferropénica e síndrome de inflamação crônica. Em 2013, realizou dilatação esofágica, devido à estenose dos terços superior e médio do esófago. Discussão: As complicações músculo-esqueléticas, como todas as outras, comprometem a capacidade funcional/ motora/ psicológica do paciente e da família, afetando diretamente a realização de atividades de vida diária e reduzindo a qualidade e a esperança de vida. Fazem parte deste quadro: pseudosindactilia, osteopenia, dor lombar, fraturas e outros distúrbios reumatológicos e são os principais responsáveis pela dor nesses pacientes. Sendo que a EB afeta múltiplos sistemas do organismo, é mandatória a avaliação e controlo da dor, de forma contínua (atuando sobre os fatores agravantes e atenuantes), tendo em conta a idade e comparando sempre a dor crónica e a aguda, associada aos procedimentos. Conclusão: Actualmente, o tratamento consiste apenas, nos cuidados de suporte integrado entre uma equipa multidisciplinar e as famílias. Os profissionais de saúde envolvidos no tratamento da EB e, em particular no controlo das manifestações músculoesqueléticas, devem ser treinados e estar sensibilizados para melhor atuarem, prevenindo complicações reumatológicas e evitando outros danos com a terapêutica implementada. Da mesma forma, deve ser promovida discussão aberta entre os profissionais de saúde e os doentes/cuidadores. É preciso ouvir o doente e/ou cuidador pela sua experiência em lidar com esta patologia.
- Estudo epidemiológico sobre uma população de doentes com Polimialgia Reumática do Hospital Amato LusitanoPublication . Lopes, Sónia Marisa Quintela; Abreu, Pedro Miguel Martins de AzevedoIntrodução: A Polimialgia Reumática é uma doença reumática inflamatória de etiologia desconhecida que se caracteriza por dor e rigidez das cinturas escapular e pélvica. Observa-se em pessoas com mais de 50 anos e as mulheres são tipicamente mais afectadas. Os marcadores inflamatórios mostram-se geralmente elevados e é característica uma resposta dramática aos corticoesteróides. Não existem testes de diagnóstico específicos, apenas um conjunto de critérios de classificação propostos em 2012, sendo fundamental a exclusão de outras doenças, como a Artrite Reumatóide e as neoplasias malignas. A Polimialgia Reumática relaciona-se com a Arterite de Células Gigantes. A Osteoporose é uma das possíveis complicações associadas à corticoterapia a longo prazo. Objectivos: Pretende-se fazer a análise de uma coorte de doentes com Polimialgia Reumática, que incluirá a descrição da amostra, a verificação da aplicabilidade dos novos critérios de classificação e a caracterização da doença e da sua evolução. Realizar-se-á, também, uma investigação do risco de fractura osteoporótica. Os resultados obtidos serão discutidos e comparados com o que está descrito na literatura. Material e Métodos: Este estudo é descritivo, observacional e retrospectivo. Consultaram-se os processos clínicos e electrónicos de 29 doentes seguidos em consultas de Reumatologia entre Março de 2010 e Dezembro de 2014. Foram analisadas e discutidas diversas variáveis, como os marcadores inflamatórios e as doses de corticoterapia utilizadas. Para a avaliação do risco de fractura osteoporótica utilizou-se o modelo FRAX®. Resultados: A amostra caracteriza-se por uma idade média de 76 anos e 45% dos doentes do sexo feminino. Na apresentação, 83% queixava-se de dor ou rigidez da cintura escapular, 57% tinha dor ou rigidez na cintura pélvica e 36% referia rigidez matinal superior a 45 minutos. A velocidade de sedimentação e a proteína C reactiva encontravam-se inicialmente elevadas em 68% e 61% dos doentes, respectivamente. Todos os doentes apresentaram resposta favorável após o início da terapêutica. Em nenhum doente foi diagnosticada Arterite de Células Gigantes ou Artrite Reumatóide, tendo ocorrido um caso de Síndrome Paraneoplásica. Discussão: Verificaram-se algumas variações face ao que está descrito na literatura. A reduzida dimensão da amostra consiste numa limitação importante relativamente à aplicabilidade dos resultados obtidos. Conclusão: Os clínicos devem estar sensibilizados para esta condição que assume uma prevalência e impacto na qualidade de vida consideráveis. Será da maior relevância que se realizem mais estudos nesta área com amostras populacionais maiores, para que se possa compreender melhor esta entidade e abordá-la correctamente.
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