Faculdade de Ciências da Saúde
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Browsing Faculdade de Ciências da Saúde by Field of Science and Technology (FOS) "Ciências Médicas::Ciências da Saúde::Ciências da Visão"
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- Acuidade visual e erros refrativos em crianças do 2º ciclo de ensino básicoPublication . Sebastião, Ana Rita Nunes; Nunes, Amélia Maria Monteiro FernandesAs crianças com dificuldades visuais estão mais predispostas a problemas de desenvolvimento, de aprendizagem e a baixa autoestima. Os erros refrativos fazem parte das principais causas de perda de nitidez na visão em crianças. No entanto, muitas vezes é difícil, para os familiares e professores, detetar os sinais de que a criança se encontra com problemas de visão. É por isso de máxima importância a realização de rastreios visuais nas escolas para que seja possível detetar e corrigir este tipo de problemas de forma atempada. O presente trabalho tem como objetivo avaliar a frequência de visão reduzida e estimar a presença de erros refrativos significativos em crianças entre os 10 e os 14 anos. Para esse efeito, foi necessário encontrar o melhor método de avaliação visual, de forma automática e de forma subjetiva, e por fim correlacionar os resultados obtidos nesses dois parâmetros. Metodologia: Os dados foram recolhidos no âmbito de um rastreio visual, durante o segundo trimestre do ano letivo 2013/2014, no agrupamento de escolas Pero da Covilhã. A amostra final contou com 354 crianças (172 meninos e 182 meninas). O protocolo do rastreio envolveu a aquisição de dados relativos à medição da refração habitual, medição da refração automática através do aparelho plusoptix, medição da acuidade visual de longe com cartas logMAR e registo em VAR, por fim foi realizado o cover teste de longe. Resultados: Das crianças que participaram neste estudo, 25% eram portadoras de óculos e dessas cerca de 71% usavam correção para o astigmatismo, 66% para a miopia e 30% para a hipermetropia. O astigmatismo foi também o erro refrativo mais frequentemente sinalizado através da refração automática. No que respeita à acuidade visual, cerca de 14% das crianças apresentaram um nível de visão abaixo do ponto de corte utilizado, mesmo com o uso da sua refração habitual. Das crianças que apresentaram acuidade visual reduzida a maioria eram míopes, o que corrobora a premissa de que a miopia é o erro refrativo que mais influencia a diminuição de acuidade visual. Por outro lado, o trabalho revelou que a associação entre a diminuição da acuidade visual e a presença de hipermetropia é muito baixa. Observou-se nas crianças que não usavam óculos uma percentagem de 13% de crianças com suspeita de erros refrativos significativos. Conclusões: Comprovou-se a elevada eficiência do uso do plusoptix neste tipo de rastreios, obtendo-se valores de forma rápida e correlacionáveis com as restantes medidas. A nível da acuidade visual, constatou-se fraca eficácia na utilização dos resultados do teste de AV na deteção de hipermetropia. É de realçar a alta percentagem de crianças que apresenta acuidade visual reduzida, com a sua compensação habitual.
- Adaptação de Lente de Contacto RPG num Queratocone, Insuficiência de Convergência e Suspeita de DMRI Seca Marcelo DePublication . Filipe, Marcelo de Matos; Lucas, Luís Migue de Azevedo; Monteiro, Pedro Miguel LourençoA realização do presente relatório teve como objetivo a análise de três casos clínicos, Adaptação de Lente de Contacto RPG num Queratocone, Insuficiência de Convergência e Suspeita de DMRI com os quais tive contacto durante o estágio curricular no mestrado em Optometria e Ciências da Visão da Universidade da Beira Interior, desenvolvido no período de seis meses, e que teve lugar na Ótica Lucas, Lda em Castelo Branco. O Queratocone é um distúrbio da córnea que leva à perda de acuidade visual, e que geralmente está associado a sintomas como, por exemplo, a perceção de múltiplas imagens fantasmas, cefaleias e visão em diplopia. O exame complementar da topografia corneal é fundamental na deteção desta condição. O tratamento pode passar pela adaptação de lente RGP específica para o Queratocone. A Insuficiência de Convergência é uma anomalia binocular que se caracteriza pela incapacidade de manter uma convergência sem esforço, ou seja, a incapacidade de manter um alinhamento binocular em objetos próximos do sujeito. O tratamento pode passar por treino visual que ajuda a que a convergência seja feita com menor esforço, eliminando as queixas do paciente. A DMRI é uma doença degenerativa da retina que se manifesta geralmente depois dos 50 anos e que é uma das maiores causas de cegueira nesta faixa etária. Pode apresentar duas formas distintas: a seca e a húmida. A deteção precoce é fundamental no controlo da doença, visto que a DMRI não possui cura. Aquando a deteção das alterações do fundo ocular, o paciente deve ser reencaminhado para o Médico Oftalmologista. Neste trabalho foi adaptada uma lente RGP Rose-K num paciente com Queratocone, executou-se um plano de terapia visual para um paciente com insuficiência de Convergência e encaminhou-se um paciente com suspeita de DMRI para o Médico Oftalmologista.
- Adaptação de lentes de contacto em Queratocone, Suspeita de Retinopatia Diabética, Insuficiência de ConvergênciaPublication . Garcias, Paula Cristiana Ferreira; Sequeira, Carla Alexandra Filipe; Almeida, Vasco Miguel Nina deA elaboração deste relatório, com o título “Adaptação de lentes de contacto em Queratocone, Suspeita de Retinopatia Diabética, Insuficiência de Convergência”, com duração de 6 meses na Clínica Dr. Ergo, Viseu, está incluído no plano curricular do mestrado em Optometria e Ciências da Visão da Universidade da Beira Interior. Este estágio tem como principal objetivo a aplicação dos conhecimentos teóricos e práticos adquiridos durante o curso num ambiente clínico real. O primeiro caso clínico trata-se da Adaptação de lentes de contacto em Queratocone. O Queratocone é uma patologia ocular não inflamatória, em que estão envolvidas alterações estruturais da córnea, nomeadamente curvatura e espessura. Por norma, trata-se de uma ectasia binocular. A sintomatologia está relacionada com a diminuição da acuidade visual (AV), com a presença de imagens “fantasmas” e halos, entre outros. Para se despistar tal patologia, usou-se a Topografia Corneana. Neste caso, a solução para o paciente envolveu a adaptação de lentes de contacto híbridas. O segundo caso, corresponde a uma Suspeita de Retinopatia Diabética que a nível global é uma das principais causas de perda de visão. No âmbito clínico, a Retinopatia Diabética é caracterizada por sinais microvasculares na retina. Nos estágios iniciais pode ser uma condição patológica assintomática, o que reforça a importância da avaliação da saúde ocular com regularidade para a atuação precoce do devido tratamento. A paciente foi encaminhada para a especialidade de Oftalmologia. Relativamente ao terceiro caso clínico, foi selecionado um caso de visão binocular (VB), uma Síndrome de Insuficiência de Convergência. Tal condição é muito frequente e está integrada nas alterações da VB. Os sintomas são fadiga ocular, dor de cabeça, diplopia, entre outros, relacionados com dificuldades em manter a função visual em equilíbrio nas atividades relacionadas com a visão de perto. O tratamento recomendado para este caso foi a terapia visual por ser o mais eficiente, garantindo, melhores resultados.
- Adaptação de Lentes de Contacto Esclerais num Queratocone, Insuficiência de Convergência e Suspeita de Coriorretinite por ToxoplasmosePublication . Rodrigues, Daniela Pestana; Correia, Graciete Adélia Ivete Sabino; Ferreira, Francisco Miguel Pereira BrardoO objetivo deste relatório com o título “Adaptação de Lentes de Contacto Esclerais num Queratocone, Insuficiência de Convergência, Suspeita de Coriorretinite por Toxoplasmose” foi o culminar de 6 meses de estágio curricular que tomou lugar na Ótica Pita, Lda em Setúbal para a realização do mestrado em Optometria e Ciências da Visão da Universidade da Beira Interior. O estágio em questão permitiu adquirir várias competências profissionais e desenvolver conhecimentos para o meu futuro na área da Optometria. O relatório encontra-se dividido em três casos clínicos, no primeiro caso é explorado um caso de queratocone, um distúrbio na córnea muito comum onde existe uma protusão do tecido corneal em forma de cone, caraterizado por um astigmatismo irregular e uma acuidade visual baixa em casos mais avançados, que pode ser tratado de várias maneiras, sendo que neste caso o tratamento usado foi a adaptação de lentes de contacto esclerais. O segundo caso, trata de uma anomalia binocular caraterizada por uma exoforia alta ao perto e queixas em visão de perto acentuadas, a Insuficiência de Convergência, onde é explorado o tratamento via Terapia Visual e os resultados obtidos da mesma. O terceiro caso, trata de uma patologia do fundo ocular, uma suspeita de coriorretinite por toxoplasmose adquirida in vitro, com uma breve introdução das características da mesma e o respetivo encaminhamento para oftalmologista.
- Adaptação de lentes esclerais, Insuficiência de Acomodação, Suspeita de Esquise macular miópicaPublication . Robu, Nicoleta; Nascimento, Henrique Virgílio dos Santos; Monteiro, Pedro Miguel LourençoEste relatório com o título “Adaptação de lentes esclerais, Insuficiência de Acomodação, Suspeita de Esquise macular miópica”, sintetiza a experiência adquirida durante a realização do estágio de seis meses na Óptica Optocentro, localizada no Marquês de Pombal. Este estágio, que iniciou em meados de dezembro de 2022, foi parte integrante do mestrado em Optometria e Ciências da Visão pela Universidade da Beira Interior. Durante este tempo, foram desenvolvidas habilidades práticas, o que permitiu a expansão do conhecimento na área da Optometria, nomeadamente na adaptação de lentes de contacto, na avaliação de exames complementares como tomografia de coerência ótica, topografias, retinografias, campimetrias e análise de casos de disfunções binoculares e acomodativas. O relatório é organizado em três casos clínicos distintos. No primeiro, foi examinado um paciente com queratocone, uma condição comum que causa uma protrusão da córnea e geralmente resulta em acuidade visual reduzida. Neste caso, a adaptação de lentes de contato esclerais foi utilizada como tratamento. O segundo caso foca num paciente com insuficiência de acomodação, uma disfunção acomodativa que resulta em problemas de visão próxima. O paciente já tinha historial de insucesso para o tratamento da insuficiência de acomodação com adição positiva ao perto e assim foi realizado terapia visual. No terceiro caso, foi explorada uma patologia do fundo do olho. Uma suspeita de esquise macular miópica. Uma breve discussão das características desta condição é apresentada, juntamente com o devido encaminhamento para avaliação oftalmológica.
- Alterações da função lacrimal com o uso de lentes de contacto hidrófilas mensaisPublication . Sarmento, Rafael Freire; Ferreira, Francisco Miguel Pereira BrardoIntrodução: Uma adequada função lacrimal é condição essencial para garantir não só uma correta adaptação de lentes de contacto como uma boa manutenção das funções fisiológicas da córnea durante a utilização das mesmas. Contudo, nem sempre estes requisitos são verificados e está diretamente relacionado com diversos fatores, nomeadamente o regime de utilização, o tipo de material e o sistema de manutenção utilizado. Objetivo: O presente estudo tem como principal objetivo analisar as alterações induzidas na estabilidade, qualidade e volume lacrimal, após um mês de utilização de lentes de contacto hidrófilas em regime diário. Métodos: Com uma tipologia de estudo prospetivo duplo cego e para uma amostra de 20 pessoas, com uma média de idade de 21,64 ± 1,21 anos, fez-se uma avaliação antes da adaptação das lentes de contacto e após um mês de utilização das mesmas. Nestas avaliações foram medidos os valores do tempo de rutura lacrimal não invasivo, do padrão lipídico (com e sem lente) e da altura do menisco lacrimal com o auxílio de um Tearscope® e com recurso a técnicas de biomicroscopia. Resultados: Não se registaram alterações estatisticamente significativas na generalidade dos parâmetros, salientando-se duas exceções: na qualidade lacrimal, onde se apresentou um decréscimo para todas as lentes, do início para o fim do mês de utilização das mesmas, sendo significativo numa das lentes de silicone-hidrogel; e na qualidade lacrimal com lente de contacto, onde se regista uma diferença entre o uso de duas lentes, sendo uma de alta hidrofilia e outra de silicone-hidrogel. Conclusões: Com base nos resultados obtidos e comparando com estudos similares é possível concluir que a função lacrimal não apresenta alterações significativas durante o uso deste tipo de lentes de contacto. Contudo, é de salientar que a ausência de correlação entre o tempo de rutura lacrimal não invasivo e o padrão lacrimal ao fim de um mês de utilização, poderá estar relacionada com a tipologia de população usada neste estudo.
- Alterações Visuais Induzidas pela Estimulação Magnética TranscranianaPublication . Tuna, Ana Rita Ramos; Nunes, Amélia Maria Monteiro Fernandes; Patto, Maria da Assunção Morais e Cunha VazIntrodução: Nos últimos anos têm sido apresentados novos avanços no tratamento da ambliopia na idade adulta. Tem-se demonstrado que o cérebro de um adulto tem plasticidade neuronal suficiente para provocar mudanças na visão binocular, e no caso de um sujeito amblíope a visão binocular está apenas suprimida e não perdida. Através da estimulação magnética transcraniana (EMT) é possível alterar a excitabilidade cortical, potencializando a terapia anti–supressão que restabelece o equilíbrio binocular. O objetivo desde trabalho é utilizar novas técnicas de tratamento da ambliopia e avaliar os seus efeitos na visão de longe e na visão de perto. Métodos: Participaram 6 amblíopes, com idades compreendidas entre os 19 e os 22 anos. A cada um dos pacientes foi realizado um exame optométrico compreensivo e foram exploradas as estruturas oculares, para despiste de outras quaisquer patologias. O plano de tratamento proposto incluiu duas sessões de estimulação magnética transcraniana e terapia anti – supressiva durante 15 dias. Nos 15 dias seguintes foram realizadas sessões de terapia binocular e acomodativa, tendo-se efetuado terapia de manutenção durante os dois meses seguintes. Resultados: Registaram-se melhorias bastante significativas na acuidade visual do olho amblíope de todos os pacientes avaliados, tanto na visão de longe como na visão de perto. Foram igualmente observadas melhorias na estereoacuidade. O valor médio da ambliopia residual, na visão de longe, no início era de 0,34 (±0,13) e no final do tratamento foi de 0,05 (±0,09). Quanto à visão de perto, inicialmente era o valor era de 0,29 (±0,12), já no final do tratamento os voluntários apresentavam uma média de 0,097 (±0,05). Quanto à proporção de ganho médio, obtido com o plano de tratamento, na visão de longe foi de 0,87 (±0,29), e ao perto de 0,76 (±0,14). Foi também avaliado o desequilíbrio supressivo para a visão de longe, tendo obtido um valor médio de -0,036 (±0,09). Discussão: No final do tratamento a acuidade visual e a estereoacuidade foram os parâmetros onde se observaram as melhorias mais significativas. Quando o tratamento cessou a maioria dos pacientes conseguiu obter acuidades visuais muitos parecidas em ambos os olhos. As melhorias na acuidade visual foram visivelmente mais rápidas na visão de perto. A vantagem da estimulação magnética transcraniana foi a potencialização da terapia anti – supressão, isto é, através da excitação cortical conseguimos promover resultados mais rápidos. A clara evidência de bons resultados em tempo útil, veio encorajar os pacientes a cumprir o tratamento de forma rigorosa.
- Avaliação da Inclusão da Medida de Acuidade Visual com Furo Estenopeico no Protocolo de Rastreio à Retinopatia DiabéticaPublication . Mateus, Carolina Sarreira; Monteiro, Pedro Miguel LourençoIntrodução: A Diabetes Mellitus é uma doença metabólica crónica extremamente comum na população mundial corrente. Tendo em conta as consequências que traz para o dia-a-dia dos doentes, torna-se relevante a realização deste trabalho experimental de forma a introduzir métodos que possam melhorar a sua qualidade de vida. Objetivo: Este trabalho tem como principais objetivos verificar a acuidade visual com a utilização de um furo multiestenopeico, melhorar os resultados da AV monocular em pacientes diabéticos com decréscimo deste parâmetro visual (valores de AV superiores a 0 LogMar), quantificar a melhoria de AV obtida, descrever as características visuais dos pacientes diabéticos onde essa melhoria não fosse notada e, por fim, efetuar recomendações fundamentadas para a alteração do protocolo de rastreio à retinopatia diabética. Métodos: Foram analisados 340 pacientes no rastreio à retinopatia diabética, dos quais foram incluídos 238 no estudo. A esses pacientes foi medida a acuidade visual com e sem o uso do furo multiestenopeico e comparados ambos os valores. A medição da AV com furo multiestenopeico foi feita em pacientes com valores piores que 0 LogMar monocular. O furo era colocado à frente do olho em avaliação e registados os valores finais. Resultados: Através da análise das variáveis, foi possível verificar que a idade média dos pacientes foi de 70,6±9,7 anos com idades bastante semelhantes entre ambos os géneros. Com a utilização do furo estenopeico, 151 pacientes (63%) melhoraram a sua AV em pelo menos um olho. A melhoria verificada foi estatisticamente significativa (p<0,01), não havendo diferença entre géneros. A média da melhoria da acuidade visual, recorrendo ao furo multiestenopeico, foi de -0,08 ±0,17. Os intervalos de confiança de 95% são de -0,10 a -0,06, o que indica uma melhoria de acuidade visual. No total, 75 dos 87 casos que não melhoraram a sua AV (86%) apresentam cataratas e/ou problemas na córnea. Conclusões: Com este estudo foi possível verificar que a utilização do furo multiestenopeico foi útil para determinar uma estimativa da acuidade visual com a melhor compensação em sujeitos diabéticos.
- Avaliação da Qualidade Ótica de Lentes Intraoculares Usando a Equação de Transporte de IntensidadePublication . Cabeças, Guilherme Lopes; Fonseca, Elsa Susana dos Reis da; Serra, PedroIntrodução: Têm surgido no mercado diversos tipos de LIO multifocais que têm como função restaurar a visão de perto através de pseudoacomodação. No processo de controlo de qualidade deste tipo de LIO é necessário avaliar diversos parâmetros de qualidade de imagem, nomeadamente as medidas de distâncias focais, de resolução e da Função de Transferência de Modulação ao longo de várias vergências (Through-focus MTF). A técnica de transporte de intensidade é um método que emprega uma montagem ótica para gerar uma sequência de mapas de intensidade luminosa transmitida pelo objeto em análise. A informação sobre a frente de onda proveniente do objeto é digitalizada e reconstruída por meio de métodos de processamento de imagem. Uma vez que a informação sobre a amplitude e a fase da frente de onda são preservadas, é possível reconstruir a Função de Transferência Ótica de uma lente para diversas distâncias com base em apenas dois registos bidimensionais de intensidade ótica. Objetivo: O objetivo principal deste estudo consiste na adaptação da técnica baseada na equação de transporte de intensidade à avaliação da qualidade ótica de lentes intraoculares, através da simulação computacional e desenvolvimento prático de um protótipo laboratorial especialmente desenhado para o efeito. Métodos: Este trabalho experimental envolve três fases principais: A primeira envolve a realização de simulações no programa de traçado de raios Oslo® e em ambiente de programação MATLAB® para prever o desempenho da técnica de transporte de intensidade na reconstrução de frente-de-onda e cálculo de métricas de qualidade de imagem. A segunda fase diz respeito ao desenvolvimento da montagem ótica com base num laser He-Ne (632 nm) e numa configuração 4f. Esta montagem é testada numa terceira fase, utilizando duas lentes de contacto (de +8,00D e de +10,5D) e uma lente intraocular monofocal (+26.50D). Resultados: De acordo com as simulações, tanto a potência da lente como o nível de ruído têm impacto na escolha do parâmetro de desfocagem ???, devendo o seu valor situar-se os 150 e os 200 ??m. A técnica mostra uma boa robustez ao ruído, mas revela fragilidades em lentes de potências elevadas. Os dados experimentais permitiram recuperar o defocus (??4) associado à lente de +10,50D com um erro de cc de 24%. Contudo, os valores das aberrações não foram corretamente recuperados. A montagem adaptada à lente intraocular de +26.50D revelou extrema sensibilidade a erros de alinhamento. Conclusões: O forte efeito de curvatura da frente de onda devido ao defocus (??4) deverá ser removido para que as aberrações de ordem superior e outras métricas de qualidade de imagem possam ser recuperadas, sobretudo para potências superiores a +10,00D. A técnica poderá ser mais facilmente adaptada a lentes de contacto de baixa potência do que lentes intraoculares.
- Avaliação da qualidade visual em usuários de lentes de contacto hidrófilas mensaisPublication . Januário, Andreia Sofia Águeda; Ferreira, Francisco Miguel Pereira BrardoUm dos parâmetros mais importantes para um usuário de lentes de contacto é a qualidade de visão. Contudo, apenas a medida da acuidade visual fornece informações relativamente limitadas, pois não corresponde às condições de visualização do dia-a-dia. Assim, este trabalho tem com objectivo avaliar a qualidade visual em usuários de lentes de contacto hidrófilas de substituição mensal e utilização diária. Foram utilizadas três lentes de contacto hidrófilas, duas de silicone hidrogel (Balafilcon A – lente A e Lotrafilcon B – lente B) e uma de alta hidrofilia (Omafilcon B – lente C). A qualidade visual foi quantificada através da realização dos seguintes testes: acuidade visual de alto e baixo contraste, aberrometria e qualificada através da aplicação de um questionário sobre a qualidade visual. Relativamente à acuidade visual, os resultados obtidos não mostraram diferenças estatisticamente significativas nas medidas da acuidade visual de alto e baixo contraste entre o início e final do mês de utilização de cada tipo de lente (p>0.05). No que diz respeito à aberrometria, foram encontradas diferenças estatisticamente significativas nas aberrações de alta ordem, concretamente: coma secundário (p=0.013) e trefoil secundário (p=0.042), entre o início e final do mês de uso da lente C. Na comparação entre os fins do mês de utilização das lentes B e C, verificou-se que o astigmatismo vertical apresentou diferenças estatisticamente significativas (p=0.015). Por fim, os resultados mostraram que a aberração esférica tende a apresentar valores mais negativos com as lentes de contacto. Os resultados obtidos para o questionário sobre qualidade visual indicaram que a gravidade e o grau de incómodo eram os principais responsáveis pela variação da qualidade visual com a lente C. Os sintomas que apresentaram diferenças significativas foram a visão de halos (lente A), dificuldades de focagem (lente B) e visão das luzes em forma de estrela e visão desfocada (lente C). Concluiu-se que o uso mensal recomendado das lentes, não influencia negativamente a acuidade visual nas condições de alto e baixo contraste. A aberrometria apresenta, de certa forma, resultados concordantes com a acuidade visual. As alterações percebidas na qualidade visual, através do questionário, podem dever-se a alterações na lágrima, degradação do material da lente, ou maior número de depósitos.