Departamento de Comunicação, Filosofia e Política
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Browsing Departamento de Comunicação, Filosofia e Política by Field of Science and Technology (FOS) "Humanidades::Ciências da Comunicação"
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- APPS colaborativos e autoridade Jornalística: o OTT e o fluxo distributivo de flagrantes da violência urbana no BrasilPublication . Chagas, Aline Grupillo; Serra, Joaquim Mateus PauloO jornalismo como um todo tem sido desafiado pelo aperfeicoamento da tecnologia e pela atuação do público na produção de informações altamente relevantes. De um lado, o melhoramento da volocidade de conexão à internet, o aperfeiçoamento dos dispositivos móveis e a criação de aplicativos inteligentes, entre outros fatores, convocam o jornalismo à adaptação, transformando as rotinas laborais e produtivas de maneira surpreendente. De outro lado, ainda que sem uma formação técnica consistente, para o bem e para o mal, os cidadãos parecem compromissados com a tarefa de registrar e propagar informações e imagens de um cotidiano por vezes inalcançavel ao jornalismo tradicional. No telejornalismo, essa realidade é evidenciada através do uso contínuo de flagrantes captados por cidadãos não-jornalistas. Neste contexto, o tema violência urbana ocupa lugar central, pois, em países como o Brasil, o trabalho jornalístico tornou-se complexo e difícil de ser realizado ao longo das últimas duas décadas devido a ameaças e assassinatos durante coberturas. A preocupação com a segurança dos repórteres e cinegrafistas afastou os profissionais de regiões conflagradas, abrindo espaço para o surgimento de iniciativas e sistemas comunicacionais descentralizados, organizados e geridos por cidadãos. O aplicativo Onde Tem Tiroteio (OTT) pode ser interpretado como um exemplo deste fenômeno sendo, por isso, objetivo empírico ilustrativo desta tese. Com milhões de usuários que regulam o app e promovem uma espécie de verificação coletiva de ocorrências ligadas à criminalidade, e com um intenso fluxo de flagrantes de violência urbana, o OTT conquistou o lugar de ferramenta mediadora credível entre os jornalistas e as zonas de conflito armado. Mas seu status jornalístico está ligado à capacidade de apuração e ao fornecimento de conteúdo imagético confiável, o que torna o app mais do que uma mera fonte para os noticiários. O principal objetivo deste trabalho é discutir os conflitos de autoridade decorrentes de tal conjuntura.
- Apropriações Mediáticas de Jovens Consumidores: Produção e Consumo de Conteúdo Digital em Redes SociaisPublication . Pinto, Rômulo César Gonçalves; Filgueiras, Ernesto VilarEste é um estudo exploratório sobre processos de apropriação tecnológica dos novos media por um público jovem, ainda em seus primeiros contatos com artefactos, tecnologias e redes sociais digitais. Os dados empíricos foram coletados durante uma atividade de campo realizada ainda em 2019 com 289 jovens de idade entre 11 e 17 anos nos municípios do Fundão e de Gouveia, região centro de Portugal Continental. A análise foi desenvolvida a partir de três experimentos: entrevistas dirigidas, imersão participante e inquéritos em que foi examinado o comportamento de variáveis qualitativas (género, concelho, escola, dispositivo técnico, plataformas, frequência de uso, intensidade de gosto e importância dos influenciadores), em 4 dimensões analíticas (conteúdos, propósito de uso, influenciadores e modo de acesso). A intenção foi identificar nesse público os padrões de comportamento e hábitos de uso associados às esferas de produção e de consumo de conteúdo digital e assim verificar processos de apropriação e modelagem social da tecnologia. O mapeamento realizado identificou um modelo de apropriação tecnológica baseado na interação de três elementos com o público investigado: forças do entorno, objeto técnico e seu meio associado. O modelo encontrado encontra respaldo teórico no modo de existência dos objetos técnicos de Gilbert Simondon e na modelagem social da tecnologia proposta por autores como Lievrouw e Livingstone entre outros.
- Cidade(s) em Rutura: A representação da cidade no Novo Cinema portuguêsPublication . Cardoso, Ana Rita Bastos; Cunha, Paulo Manuel Ferreira da; Ferreira, Jorge Manuel Fernandes FigueiraEsta tese pretende analisar a representação da cidade no Novo Cinema português, compreendendo a sua relevância dentro da inauguração de um cinema de arte moderno. Para tal, na primeira parte, centramos a nossa atenção na revisão bibliográfica sobre quatro grandes tópicos: a metodologia e o desenho de investigação; a cidade; a paisagem cinematográfica; e o Novo Cinema português. No primeiro tópico, salientamos, sobretudo, a nossa linha de pensamento em diálogo próximo com a grounded theory apresentada por Kathy Charmaz, e com a compositional interpretation (the good eye) de Gillian Rose, pela sua natureza de aprendizagem e flexibilidade, fundamentais para a construção do nosso percurso de análise face à heterogeneidade estética do nosso corpus fílmico. Relativamente à cidade, preocupamo-nos por compreender a amplitude deste conceito, sublinhando a intrínseca relação entre a morfologia urbana e a realidade social. No terceiro tópico, optamos por desenvolver a ideia de representação do conceito de paisagem, definindo uma inovadora matriz de análise da cidade na paisagem cinematográfica. Dentro do último tópico, procuramos uma aproximação do Novo Cinema português ao cinema de arte moderno, tornando-se relevante o momento de rutura com o velho cinema enquanto legitimação da individualidade artística de cada autor. Na segunda parte, olhamos para o nosso corpus: onze longas-metragens do Novo Cinema português, produzidas entre 1963 e 1974. Começamos por uma leitura narrativa de cada filme, propondo de seguida uma detalhada e documentada análise, estruturada em cinco grandes eixos (a tipologia, a morfologia, a presença, a função, a dimensão), a propósito da presença da cidade na sua dupla definição (morfologia urbana e realidade social).
- A comunicação digital do turismo de experiências como fator de promoção dos Enoturismos do Douro e da Beira InteriorPublication . Grilo, Catarina Isabel Dourado Ferreira; Serra, Joaquim Mateus Paulo; Alves, Helena Maria BaptistaA comunicação no turismo assume-se como um grande desafio para os promotores e para os territórios na sociedade atual. A crescente evolução do fenómeno do turismo tem tido fortes impactos na forma como comunicamos, viajamos, gerimos e partilhamos as experiências turísticas. A comunicação digital proporciona uma relação bidirecional entre turistas e agentes turísticos, permitindo a instantaneidade da troca de mensagens, esbatendo as barreiras geográficas e tornando todos os locais acessíveis através da internet. No turismo de experiência, verificamos que o enoturismo é dos segmentos mais prósperos na procura turística, quando analisamos as novas estratégias promocionais difundidas pelo Turismo de Portugal, que englobam os objetivos da Comissão Europeia e definem diversos domínios prioritários no desenvolvimento deste setor. O enoturismo também assume especial destaque, através da promoção das Rotas dos Vinhos de Portugal, conforme é referido numa entrevista realizada ao atual presidente da Associação das Rotas dos Vinhos de Portugal. Neste contexto, a presente investigação visou analisar a comunicação das organizações de enoturismo nas regiões do Douro e da Beira Interior e o seu posicionamento face à comunicação digital. A investigação assentou numa triangulação metodológica, usando métodos quantitativos e qualitativos, mais precisamente a administração de questionários aos responsáveis pela comunicação dos enoturismos, a análise dos conteúdos publicados na internet pelos mesmos e as avaliações publicadas pelos turistas no Tripadvisor e uma entrevista ao presidente da Associação das Rotas dos Vinhos de Portugal. O universo do estudo foram 111 enoturismos, sendo 93 da região do Douro e 18 da região da Beira Interior. Procedeu-se a uma análise quantitativa dos 111 questionários, dos 94 websites e das 104 páginas/perfis de Facebook. Para as 1158 avaliações (688 avaliações de turistas e 470 respostas dos enoturismos) publicadas no Tripadvisor procedeu-se a uma análise qualitativa dos dados. Na investigação confirma-se que o turismo de experiências está fortemente enraizado em ambas as regiões, mas denota-se a existência de diversas diferenças ao nível dos processos comunicativos. Ela permitiu, ainda, obter informações sobre as experiências turísticas realizadas entre 2019 e 2020, servindo de orientação para as futuras exigências e tendências dos novos mercados turísticos no que concerne à comunicação digital dos enoturismos.
- Jornalismo de proximidade em rede: Proposta para criação de modelos de negóciosPublication . Ramos, Giovanni Ricardo; Correia, João Carlos FerreiraA revolução das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), sobretudo com a internet, causou uma profunda transformação nos modelos de negócios do jornalismo. A perda da publicidade, os novos hábitos das audiências, a entrada de novos concorrentes e questionamentos a credibilidade geraram uma crise no jornalismo que foi agravava nos meios de comunicações regionais, que tiveram dificuldades para fazer a transição para o digital e encontram hoje desafios para se estabeleceram em um mercado cada vez mais globalizado e digital. Esta tese de doutoramento discute os caminhos para o jornalismo de proximidade enfrentar a crise dos modelos de negócios da comunicação. Aprofunda-se a discussão sobre uma das alternativas, a cooperação entre meios de comunicação, concorrentes ou não. Trata-se da ideia de que jornais unidos podem oferecer um produto maior e melhor e com custos menores. A cooperação mediática, que pode convergir formatos por meio da internet, atua também na esfera comercial e administrativa dos meios de comunicação, pois juntos, podem possuir mais força para buscar parceiros, publicidade e recursos. A partir de uma revisão bibliográfica sobre todos os movimentos de jornalismo que atuaram em rede, sejam com outros meios, seja com a sociedade civil, esta tese desenvolve primeiramente um mapa conceitual sobre jornalismo de proximidade em rede. Depois, apresenta-se um método para jornais, rádios e outros meios locais poderem fazer projetos em rede. Estudos de casos de associações mediáticas que possuem projetos em rede e uma proposta para um grupo de media regionais portugueses validaram o método desenvolvido sob o conceito de jornalismo de proximidade em rede.
- Jovens e jornalismo: a relação das novas gerações com os recursos jornalísticos imersivos em ambientes virtuaisPublication . Giacomelli, Fábio Ozorio; Canavilhas, João Manuel MessiasO jornalismo imersivo é um formato narrativo que, através de recursos tecnológicos como a realidade virtual, a realidade aumentada e os vídeos em 360 graus, procura oferecer ao utilizador formas únicas de consumir uma notícia, graças a uma experiência na primeira pessoa. O ponto de partida para as investigações académicas e projetos práticos nas redações foi dado em 2010, quando Nonny de la Peña e os seus colegas publicaram na Revista Presence as ideias-base do que se convencionou chamar de jornalismo imersivo. Esta investigação procura abordar este contexto histórico, analisar as produções jornalísticas e académicas desenvolvidas em Portugal e lançar um olhar sobre a forma como este formato pode contribuir para uma reaproximação dos públicos jovens que estão afastados do jornalismo. Para alcançar estes objetivos, organiza-se uma tese em cinco capítulos teóricos que partem da definição de sociedade, do conceito de gerações, onde se trabalham de modo particular as novas gerações, o webjornalismo e o jornalismo para dispositivos móveis, os conceitos intrínsecos ao jornalismo imersivo e a sua evolução. Completa-se a investigação com um inquérito por questionário aplicado a 101 jovens que participaram numa experiência em que foi usada uma produção de não-ficção imersiva e em 360 graus. Os resultados obtidos no questionário, mostram que há um distanciamento nítido dos jovens em relação às produções jornalísticas, mas existe um interesse tecnológico que pode fazer deste jornalismo imersivo um caminho para a reaproximação deste segmento etário ao consumo noticioso.
- O papel e o contributo dos Gabinetes de Comunicação nas Unidades Locais de Saúde para a Literacia em Saúde em PortugalPublication . Fantasia, Carla Susana da Silva Pinheiro; Serra, Joaquim Paulo Mateus; Silva, Rita Maria Espanha Pires Chaves Torrado daA Comunicação em Saúde tem assumido especial relevância nos últimos anos. Apesar do vínculo entre estas duas áreas ser relativamente recente, o campo das Ciências da Comunicação tem vindo a assumir um papel cada vez mais preponderante na área da saúde. A Comunicação devidamente estruturada é uma necessidade pertinente para qualquer Unidade de Saúde. Mais se justifica em Unidades Locais de Saúde (ULS), que agregam diferentes cuidados de saúde: preventiva, cuidados diferenciados e Saúde Pública. “O papel e o contributo dos Gabinetes de Comunicação nas Unidades Locais de Saúde para a Literacia em Saúde em Portugal” foi o tema que escolhemos, dada a sua pertinência e atualidade. Qual o papel e contributo dos Gabinetes de Comunicação das Unidades Locais de Saúde nas estruturas em que se inserem? Foi esta a nossa pergunta de partida para esta investigação, levada a efeito em pleno ano de pandemia pela Covid 19. Mais concretamente, esta Tese teve como objetivos alcançar uma maior compreensão sobre a relevância dos Gabinetes de Comunicação nas Unidades Locais de Saúde, identificar o contributo destes serviços junto da população e compreender o seu papel para a promoção da saúde e prevenção da doença. Atendendo à natureza do fenómeno a estudar, este trabalho utilizou um desenho de características não-experimentais e organizou-se como um estudo de casos múltiplos, com um design do Tipo IV. Na sequência de autores como Ragin (1992), consideramos o estudo de casos múltiplos como um método comparativo, dado que a estratégia utilizada permite observar padrões similares e diferenciadores e criar linhas de convergência e divergência entre um número moderado de casos. A principal conclusão que tiramos do presente estudo é que a comunicação é inseparável do relacionamento humano e tornou-se essencial e necessária quando falamos na estratégia organizacional numa unidade de saúde ou em qualquer outra estrutura. Pretende-se que este estudo ajude a perceber o papel que os Gabinetes de Comunicação têm nas Unidades Locais de Saúde e, de modo mais geral, na comunicação em saúde em Portugal. Este estudo torna-se pertinente tendo em conta a atualidade do mesmo e a necessidade da avaliação do papel dos Gabinetes de Comunicação não somente nos resultados das ULS, mas em todas as entidades de saúde. Concluímos também que a Literacia em Saúde é fundamental. Utentes bem informados são utentes mais prevenidos e que podem exigir mais das Unidades de Saúde. Por outro lado, estas Unidades têm também de estar mais atentas e atualizadas para dar uma resposta eficiente aos utentes.
- Quem consome Fake News? Uma análise comparativa do efeito da ideologia política Esquerda-Direita na crença, interpretação e divulgaçãoPublication . Baptista, João Pedro Fernandes Alves Roma; Alves, Anabela Maria GradimA criação e a disseminação de conteúdos falsos, como ações de instrumentalização política, sempre fez parte dos jogos de manipulação e das manobras políticas inerentes à sociedade humana. No entanto, atualmente, com um mundo cada vez mais digital, sem limitações geográficas que impeçam as pessoas de estar constantemente interligadas e conectadas, a desinformação pode ser disseminada de forma massiva e a uma velocidade sem precedentes, ameaçando os fundamentos basilares do jornalismo e as demais instituições democráticas. Numa época em que existe um profundo desprezo pela verdade e pela evidência científica, na qual a credibilidade e a confiança nas principais instituições públicas e políticas, estão em crise, a mentira, sob o disfarce de notícias legítimas, compete, no mesmo ambiente digital, com os meios de comunicação pela atenção de uma audiência cada vez mais fragmentada, polarizada e seletiva. Depois das eleições presidenciais americanas de 2016, a criação de fake news passou a ser uma arma política frequentemente utilizada por agentes estatais e/ou independentes, com o objetivo de obterem, essencialmente, ganhos políticos, desacreditando adversários e manipulando eleitores em períodos de campanha eleitoral. À semelhança de outros países ocidentais, também em Portugal a disseminação de fake news políticas através das redes sociais, procura destabilizar a vida pública e política da sociedade. Considerando este contexto, este trabalho visa analisar a suscetibilidade dos eleitores portugueses a fake news contemporâneas, politicamente enviesadas. A nossa investigação procura, deste modo, compreender a influência das identidades ideológicas e partidárias na crença e divulgação de fake news e notícias politicamente comprometedoras, em conformidade com diferentes estilos cognitivos de processar informação e diferentes práticas de consumir informação online. Interessa, desta forma, identificar possíveis assimetrias ideológicas (esquerda vs direita), cognitivas e partidárias no que diz respeito ao consumo e disseminação de fake news políticas, ao mesmo tempo que se realiza uma auscultação geral da vulnerabilidade do eleitorado português, quando exposto a este tipo de conteúdos. Desta forma, propondo a apresentação de um inquérito por questionário, foi desenvolvida uma metodologia capaz de conciliar diferentes instrumentos e procedimentos para identificar ideológica e partidariamente os participantes, avaliando a sua habilidade cognitiva e as suas práticas de consumir informação online. A par destes métodos, os participantes foram convidados a avaliar a credibilidade e a manifestar a intenção de partilhar um conjunto de títulos de fake news e notícias. Este estudo pretende ser um contributo relevante para a investigação nesta área, sobretudo em Portugal. Acreditamos que este trabalho possa ser enriquecedor para a literatura, nomeadamente no que diz respeito à conceção de uma estrutura validada para a medição da suscetibilidade à desinformação.
- Repositórios de Instituições de Ensino Superior na Produção e Comunicação de Ciência em Portugal: Políticas, Práticas e UtilizaçãoPublication . Ramos, Cecília da Conceição Reis; Pedrosa, Pedro Jerónimo; Rockembach, MoisésCom base nos princípios do Acesso Aberto, surgem os Repositórios Institucionais (RI) com a finalidade de armazenar, preservar e divulgar, gratuitamente, o acesso à produção científica. Deste modo, pode ser expandida, consultada e reutilizada, aprimorando a comunicação científica, interna e externa, de uma determinada instituição. O presente estudo pretendeu analisar a utilização dos RI dos institutos politécnicos e universidades em Portugal e, deste modo, ser um contributo relevante para a investigação, nesta área. Avaliou-se a atividade dos utilizadores, numa dinâmica de consultas e de downloads dos conteúdos dos RI, aferiram-se as práticas exercidas pelos professores e investigadores, nos diversos processos de partilha dos seus outputs científicos nos RI e verificaram-se as políticas e técnicas de comunicação instituídas, incentivando à sua utilização. O estudo foi efetivado mediante uma metodologia assente no paradigma de métodos mistos - Mixed Methods Approach – com caráter quantitativo e qualitativo, substanciada em três tipos de instrumentos de recolha de dados: a análise documental das páginas web de 28 RI, um questionário aplicado aos professores e investigadores (n=692) e entrevistas a 25 gestores e administradores dos RI, de uma amostra constituída por 13 universidades e 15 politécnicos públicos. Os resultados apurados permitiram extrair conclusões sobre a atividade dos RI nos três âmbitos. Os downloads apresentam-se em valores superiores, face ao número de consultas, em todos os RI. Os afiliados das universidades são os que atribuem mais importância aos RI. Não obstante, são estes inquiridos que publicam menos nos mesmos e os que mais desconhecem a existência da Política de Depósito Documental. Quando a conhecem, são os que mais confessam não a cumprir. São, ainda, os que mais sugerem maior divulgação e informação sobre as vertentes do RI, solicitam maior interoperabilidade e que o depósito seja responsabilidade das instituições (universidades e politécnicos). Demonstraram também estar menos familiarizados com as diversas dinâmicas do RI. Relativamente às técnicas de comunicação instituídas, concluiu-se que as iniciativas predominantes se direcionam para o público interno e que são as universidades as mais ativas. Ainda assim, assumem que essas ações foram mais intensas aquando da implementação do RI.
- Representações de Género em Revistas Juvenis Femininas: Uma Proposta de Análise Crítica do DiscursoPublication . Santos, Inês Catarina Seabra Conde dos; Rei, José Esteves; Silvestre, Maria Carminda Bernardes; Carvalheiro, José Ricardo PintoNa modernidade tardia, os estilos de vida e as identidades juvenis têm sido amplamente negociados em função dos mercados e do seu interesse em maximizar o potencial dos jovens enquanto consumidores. Neste âmbito, as estruturas sociais têm exercido cada vez mais pressão sobre as suas biografias de escolha a partir de uma racionalidade neoliberal que instaura processos de autogovernança e gestão de riscos. As raparigas são quem, nesta conjuntura, mais suscita o interesse das economias neoliberais e das ordens discursivas que as retroalimentam continuamente, constituindo-se como os seus sujeitos ideais. A correlação entre as identidades das jovens, as estruturas económicas e as especificidades sociológicas da modernidade tardia tem motivado a crescente produção e disseminação de textos mediáticos que cooptam uma “sensibilidade pós-feminista”. O termo alude à forma como a representação das raparigas nos media tem sido feita a partir do pressuposto de que estas têm agora poder e liberdade para se reinventarem e gerirem as suas escolhas, designadamente através de comportamentos de consumo. Refere-se também aos modos pelos quais os textos pós-feministas tendem a articular domínios ideológicos de regulação das identidades de género. É neste enquadramento que é aqui entendida a função socializadora das revistas juvenis femininas, como práticas discursivas que constituem e são constituídas por representações sobre os modos de ser e agir como rapariga na contemporaneidade. Esta tese inscreve-se na Análise Crítica do Discurso e desenvolve uma abordagem de cariz dialético-relacional multimodal que investiga representações da feminilidade em páginas de rosto de 102 editoriais de moda e em 30 editoriais de beleza integrais, publicados, entre 2007 e 2015, em edições portuguesas das revistas Ragazza e Cosmopolitan. Neste enquadramento, para o estudo das representações, são usados instrumentos analíticos dos significados representacionais na aceção de Fairclough (2003) e Kress e van Leeuwen (2006), a partir de uma perspetiva qualitativa transdisciplinar que se identifica com a agenda da Análise Crítica Feminista do Discurso. A partir da consideração das relações que se estabelecem entre as estruturas neoliberais, incluindo os regimes de autogovernança que instauram, e domínios de represesentação textual influenciados pelo ideário pós-feminista, procuro identificar e explicar o funcionamento de discursos multimodais sobre a feminilidade, sinalizar e interpretar potenciais configurações ideológicas que nelas se materializem e indagar a função que os editoriais de moda e beleza analisados desempenham na ordem social de género contemporânea. Os resultados indicam que, nos editoriais de moda e beleza em análise, a articulação entre os modos verbal e visual constrói processos de tecnologização e neoliberalização da juventude feminina, transformando-a numa “mascarada”. A representação da feminilidade como mascarada é constituída nos textos através de discursos que a qualificam como artifício consentido e assumido pelas raparigas, isto é, como um projeto de encenação que requer práticas continuadas de transformação do corpo e da mente que, por seu turno, são fixadas como atividades lúdicas, aprazíveis e agregadas a comportamentos rotineiros de consumo. Estes contextos de representação resultam da internalização de significados que caracterizam a sensibilidade pós-feminista e que também se evidenciam na forma como os editoriais dão visibilidade a subjetividades neoliberalizadas e reguladas por processos de governança. Nos textos em escrutínio, os domínios de regulação das práticas de moda e beleza das raparigas assumem contornos multidimensionais. Por um lado, são visíveis na forma como as vozes editoriais apelam à gestão reflexiva da aparência e das subjetividades das jovens, ou seja, nos modos como são articulados discursos de escolha, autonomia e agência. Trata-se, contudo, de um tipo de agência funcional vinculada, através de recursos multimodais, a práticas de consumo e traduzida num trabalho incessante de reinvenção estética que não pressupõe intenções e/ou ações emancipatórias por parte das raparigas. Por outro lado, e simultaneamente, persistem e articulam-se multimodalmente discursos que legitimam e celebram identidades femininas inscritas num paradigma social heteronormativo que, por sua vez, normaliza assimetrias de classe, etárias e étnicas.